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Interior

Envolvido em aborto forçado muda versão e diz que foi obrigado a ajudar

Uma mulher e um homem foram presos e um adolescente apreendido, depois de manterem uma jovem em cárcere privado e obrigarem a vítima a tomar remédios abortivos

Kerolyn Araújo | 09/04/2019 11:30

Um homem de 31 anos, que está preso por manter uma jovem de 19 anos em cárcere privado e obriga-la a tomar remédios abortivos, mudou a versão do crime e afirmou que também é vítima na história. O caso ocorreu na quinta-feira (4) em Eldorado, cidade distante a 447 quilômetros de Campo Grande.

Segundo informações do delegado Pablo Ricardo Campos dos Reis, na última quinta-feira uma mulher de 37 anos e um homem de 31 foram presos, e um adolescente de 17 anos apreendido. Os três teriam mantido uma jovem de 19 anos em cárcere, além de terem obrigado a vítima a tomar remédios abortivos.

Ontem (8), em um novo depoimento, o homem disse à polícia que não participou do crime e que estava no local obrigado. ''Ele disse que também foi vítima de cárcere privado e alega que não queria estar lá. Disse que tentou sair da casa com a vítima, mas foram impedidos pelo adolescente e a mãe dele", disse.

De acordo com o delegado, os três passaram por audiência de custódia ontem, mas a decisão do juiz deverá sair somente na tarde de hoje (9). O trio responderá por aborto consumado, cárcere privado e tortura. Os dois maiores também serão indiciados por corrupção de menores.

O delegado também solicitou a internação do adolescente em uma Unei (Unidade Educacional de Internação) e aguarda decisão da Justiça. O trio segue custodiado na Delegacia de Polícia Civil da cidade. 

O caso - Na última quinta-feira, uma jovem de 19 anos descobriu que estava grávida e contou ao namorado de 17 anos. Ele teria pedido para ela abortar, mas ela negou.

A jovem foi levada para casa da sogra e, no local, foi mantida em cárcere privado, além de ter sido torturada e obrigada pelo namorado, a sogra 37 anos e pelo homem de 31, amigo da família, a tomar pílulas abortivas. Eles também introduziram os remédios no canal vaginal da vítima.

Apesar das pílulas teriam sido retiradas, não foi possível evitar o aborto.

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