Hospital usa verba de pesquisa internacional para equipar UTI adulto
Há dois anos a instituição participa da pesquisa relacionada à sobrevida de pacientes de uma síndrome com alta mortalidade
Com dinheiro da participação em uma pesquisa internacional organizada pelo Hospital do Coração, de São Paulo, a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) comprou novos equipamentos de fisioterapia e odontologia para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) adulto do Hospital Universitário da cidade, localizada a 233 km de Campo Grande.
A verba liberada pelo Estudo ART foi usada na compra de dois aparelhos de cicloergômetro (usado em fisioterapia dos membros inferiores), três bolas de ginástica, quatro shakers (usado na higiene brônquica), 14 therabands (faixas elásticas), dois andadores, fixadores cefálicos (usados para fixar máscaras respiratórias) e um aparelho para profilaxia dentária, composto de jato de bicarbonato e ultrassom.
A chefe da UTI Adulto do hospital, Mirna Matsui, pesquisadora responsável pelo Estudo ART no HU-UFGD, informou que há dois anos a instituição participa da pesquisa de alcance internacional, que consiste em captar pacientes com o perfil do projeto. Conforme a captação, o hospital vai recebendo as verbas do estudo.
O objetivo da pesquisa é avaliar se o efeito de um tipo específico de manobra de ventilação mecânica é capaz de aumentar a sobrevida de pacientes diagnosticados com a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA), uma síndrome clínica cuja mortalidade é altíssima.
De acordo com a assessoria da UFGD, atualmente o HU de Dourados é o quarto hospital em captação de pacientes entre os que participam da iniciativa e já foi contemplado com três auxílios financeiros, usados para aquisição de itens importantes para a UTI Adulto. Conforme o HU, o trabalho de fisioterapeuta é essencial numa UTI, já que alguns pacientes permanecem acamados por longos períodos.
O profissional atua em função da mobilização, para que os danos da hospitalização sejam os menores possíveis, tanto na parte muscular, como na parte respiratória. Um exemplo é o processo de retirada da ventilação mecânica. "É totalmente acompanhado pelo fisioterapeuta, de modo que o paciente volte gradativamente a sua respiração normal", explica a fisioterapeuta intensiva Aline Evangelista de Oliveira de Paula, integrante da UTI Adulto e desde 2009 no HU.
A avaliação feita pelo profissional tem como objetivo reduzir a permanência do paciente na UTI, evitar complicações provenientes da estadia prolongada no leito, indicar a melhor terapia motora, além de promover a readaptação do paciente às incapacitações apresentadas a sua nova vida.
Atualmente o HU da UFGD possui na UTI adulto uma equipe de sete fisioterapeutas que fornecem assistência durante 24 horas, sendo a única UTI de Mato Grosso do Sul a ter o serviço em tempo integral.
Odontologia – A atuação do dentista também é fundamental nas UTIs, tanto pela adequação do meio bucal do paciente internado quanto para exames clínicos a fim de verificar focos de infecção ou condições bucais que possam acarretar complicações infecciosas, hemorrágicas, neurológicas ou cardiovasculares.
Maurício Hidemi Shimada, cirurgião-dentista que integra a equipe da UTI adulto do HU, explica que, muitas vezes o paciente está hospitalizado em função de alguma outra situação, mas apresenta quadro de dor ou infecção odontológica, o que pode até agravar sua condição de saúde. De acordo com o dentista, a avaliação do paciente nas primeiras 24 horas de internação na UTI é essencial para a busca ativa de infecções bucais e a orientação da enfermagem sobre a adequada higiene oral.
