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Interior

Índios queimam pastagens para ampliar invasões, dizem moradores

Sítios localizados no perímetro urbano de Dourados estão invadidos há 15 meses; Funai reivindica terras como parte da reserva local

Helio de Freitas, de Dourados | 23/06/2017 15:48
Sítio na região norte de Dourados; moradores denunciam que índios estão ampliando invasões (Foto: Direto das Ruas)
Sítio na região norte de Dourados; moradores denunciam que índios estão ampliando invasões (Foto: Direto das Ruas)

Mais dois sítios localizados na região norte de Dourados, ao lado reserva indígena, estão sendo invadidos por índios, denunciam moradores do local. Outras cinco propriedades próximas estão ocupadas desde março do ano passado.

Fotos e vídeos enviados ao Campo Grande News mostram que até um trator está sendo usado para gradear a pastagem. “Eles falaram que estão gradeando para montar os barracos”, afirmou um morador vizinho.

Os moradores também acusam os índios de colocarem fogo na pastagem e no canavial de uma das cinco propriedades invadidas, como mostra o vídeo abaixo.

Proprietários de sítios vizinhos foram ao local para conversar com os índios, mas eles permanecem nas terras, preparando a ocupação. “Vamos até a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência”, afirmou o morador.

STF suspendeu – Em março deste ano, a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, suspendeu os efeitos da decisão da Justiça Federal que determinava a reintegração de posse dos sítios invadidos no ano passado. Ela afirmou na liminar que que a desocupação poderia oferecer “graves riscos de perda de vidas humanas nos dois lados do conflito”.

A Funai alega que a reserva de Dourados vem perdendo área e que os índios aguardam a revisão dos limites há mais de 30 anos. No recurso ao STF, sustentou ainda que 15 mil pessoas estão confinadas na reserva, o que resultaria em dificuldades, especialmente por causa da “falta de espaço de plantio para a maior parte das famílias e uma grande crise de desabastecimento de água”.

Cármem Lúcia observou que, se um lado parece haver precipitação na ocupação de imóveis particulares sem aguardar a demarcação para fins de futura ampliação da reserva indígena, não há como subestimar que a demora na conclusão do processo administrativo aprofunda o conflito fundiário. A reintegração fica suspensa até a sentença de mérito na instância de origem.

Os proprietários entraram com recurso na esperança que outro ministro do STF revogue a decisão da presidente da Corte, mas o caso ainda não foi analisado.

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