MPF vê degradação da saúde indígena e exige saber aonde foram aplicados R$ 1,8 miilhão
Vistoria constatou que unidades de saúde não tem minímas condições de atendimento e agora MPF quer saber onde Prefeitura de Dourados investiu recurso

A Prefeitura de Dourados terá de esclarecer ao MPF (Ministério Público Federal) aonde foram investidos o montante de R$ 1,8 milhão repassados pela União ao longo de, pelo menos, três anos – 2009, 2010 e 2011.
O recurso é destinado ao apoio à saúde indígena, mas vistoria do MPF entre os meses de setembro e outubro constatou que os quatro postos de saúde das aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, estão em situação degradante.
Diversos problemas, tanto na parte de estrutura quanto de manutenção, foram encontrados nas unidades Zelik Trajber, Ireno Isnardi (Aldeia Bororó) e Guateca, Jaguapiru II (Aldeia Jaguapiru).
Três dos postos foram construídos abaixo do nível da rua e em terrenos com caída para o fundo. Quando chove, a enxurrada invade os prédios e deixa muita lama.
Foi encontrado lixo hospitalar em banheiros, arquivos enferrujados, cadeiras rasgadas, portas sem maçanetas, janelas quebradas, salas de atendimento abarrotadas de caixas e com fios elétricos à mostra, teto mofado, portas fechadas com pedaços de madeira e até uma fossa destampada.
O órgão flagrou ainda que as unidades não tem, ao menos, um filtro de água para a equipe ou os pacientes atendidos, além de geladeira para acondicionamento de vacinas, de armários para guardar material de limpeza e estantes para os medicamentos em estoque.
Em dois dos postos vistoriados o funcionamento é somente até 10h30 diariamente. Um dos postos ainda foi interditado pela Vigilância Sanitária em maio, por falta de limpeza da caixa d'água.
A Prefeitura de Dourados tem 48 horas, a partir do recebimento do pedido de informações, para se manifestar. O Campo Grande News tentou ouvir autoridades da Prefeitura de Dourados, mas em razão do ponto facultativo, não obteve retorno às ligações.