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Interior

Plano de recuperação judicial da usina de Bumlai é adiado para abril

Usina São Fernando pediu mais tempo para credores analisarem modificação no plano de recuperação que tramita na Justiça

Helio de Freitas, de Dourados | 17/03/2017 16:10
Assembleia da São Fernando foi suspensa ontem e continua em abril (Foto: Helio de Freitas)
Assembleia da São Fernando foi suspensa ontem e continua em abril (Foto: Helio de Freitas)

Ficou para o dia 26 de abril deste ano a decisão dos credores da Usina São Fernando sobre o plano de recuperação judicial da indústria, que enfrenta vários pedidos de falência e acumula dívida de pelo menos R$ 1,5 bilhão. Instalada em Dourados, a 233 km de Campo Grande, a indústria pertence à família do pecuarista José Carlos Bumlai, condenado no âmbito da Operação Lava Jato e amigo do ex-presidente Lula.

Suspensa por duas vezes após liminar da Justiça obtida por um dos credores, a assembleia foi aberta ontem após adiada por falta de quórum na semana passada, mas não chegou a ser finalizada e terá continuidade em abril.

De acordo com a administradora judicial Vinicius Coutinho Consultoria e Perícia S/A Ltda., com sede em Campo Grande, a usina São Fernando proposta de modificação do plano de recuperação judicial que tramita na 5ª Vara Cível de Dourados. Por isso pediu a suspensão da assembleia para que os credores tenham tempo de analisar as mudanças.

As alterações não foram detalhadas pela administradora, mas não estariam relacionadas a uma eventual proposta de venda da indústria.

O processo de recuperação judicial da São Fernando começou em abril de 2013. São centenas de credores, entre eles empresas e produtores locais de Dourados, fornecedores e cooperativas de outros estados e bancos, como o BNDES, Banco do Brasil, Bradesco, Pine e Bonsucesso.

Em fevereiro deste ano, a gestora americana de fundos Amerra fez uma nova proposta para comprar a São Fernando. Ao BNDES, um dos principais credores da indústria e autor de um dos pedidos de falência, a Amerra propôs quitar a dívida que a usina tem com o banco e parcelar o restante a pagar, quase R$ 270 milhões, por 17 anos pela TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo TJLP).

A proposta inclui ainda o pagamento de aproximadamente R$ 50 milhões que a usina tem em atraso com o Banco do Brasil e mais R$ 50 milhões referente à primeira parcela renegociada com os demais credores. A Amerra também se compromete a investir R$ 50 milhões para plantar cana-de-açúcar no primeiro ano.

Protesto – Ontem, trabalhadores rurais ligados ao MSTB (Movimento Sem Terra do Brasil) protestaram em frente ao local da assembleia dos credores. Eles reivindicam a destinação para a reforma agrária da fazenda São Marcos, que pertence a um dos filhos de José Carlos Bumlai.

A fazenda foi invadida duas vezes pelos sem-terra. Nesta semana eles desocuparam a área e voltaram para a beira da BR-463, na saída de Dourados para Ponta Porã.

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