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Cidades

Posto diz que preço diferenciado é fruto da concorrência

Redação | 02/12/2009 18:11

Proprietário do posto Liberdade Locatelli, na avenida Coronel Antonino, em Campo Grande, o empresário Luiz Rafael Ribeiro, de 33 anos, que conseguiu liminar na Justiça para cobrar preço diferenciado entre quem paga combustível no dinheiro ou no cartão de crédito, justifica a necessidade da medida pelo concorrência agressiva que os postos da cidade têm enfrentado.

Com a nota fiscal da distribuidora Petrobrás em mãos, Luiz mostra que paga R$ 2,37 no litro do combustível. Contudo, há postos na cidade que vendem a gasolina a R$ 2,44. Se ele for praticar esse preço, somando os 3% descontados pela administradora do cartão, estará vendendo combustível a R$ 2,36, preço inferior ao que paga. "Não tem condições de vender gasolina nesse preço", reclama.

Na tentativa de amenizar a concorrência, ele ingressou com pedido de liminar para dar desconto a quem abastece no dinheiro e ganhou esse direito na Justiça, há cerca de 20 dias. Mas, apesar de ainda nem ter começado a diferenciação, a medida já causou polêmica no Procon e da Delegacia do Consumidor.

"Não sei de onde eles tiram que venda no cartão é à vista", rebate o empresário. Ele explica que quando um consumidor abastece no cartão de crédito, o dinheiro só é repassado para o posto após 30 dias, e descontados de 2.5% a 2.8% do valor bruto, de acordo com a bandeira do cartão.

Mesmo quando a compra é realizada no débito, a administradora leva sete dias úteis para repassar o dinheiro, e com desconto de 1.5%. Por isso, Luiz afirma que vendas no cartão, mesmo de débito, não são à vista.

Ele ressalta que as vendas no cartão em apenas um de seus postos somam 80% dos cerca de 300 mil litros vendidos no posto por mês. Os outros 20% são operações feita no dinheiro, em cheque, ou por notas fiscais de empresas.

Para aumentar os descontos do revendedor, 70% das vendas do estabelecimento são no crédito do cartão, apenas 10% no débito. Com isso, o capital de giro formado pelos pagamentos à vista fica comprometido.

"Se a gente não passa o cartão está indo contra a economia do Brasil e do mundo, mas se eu passar pago para trabalhar, saio no prejuízo", diz. Foi esse dilema que levou o empresário a entrar com a liminar.

Outra alegação é que as distribuidoras de combustível não aceitam pagamento no cartão de crédito, apenas à vista com depósito em conta bancária.

Dominó - Apesar de ter conseguido o direito de "beneficiar" clientes que pagarem no dinheiro, ele ainda não está se utilizando do benefício para não comprometer a concorrência na região. "A gente quer que todos consigam a liminar, não quero usar sozinho e atrapalhar o trabalho dos outros", revela.

Além de Luiz, dois outros postos de Campo Grande conseguiram liminar para diferenciar vendas no cartão. Segundo o empresário, vários outros pleiteiam esse direito na Justiça.

Para o revendedor Valmir Faleiros, 48 anos, dono de postos da Rede Master na cidade, após a primeira decisão os pedidos serão como "enxurrada", pois vários estabelecimentos da Capital têm enfrentado o mesmo problema. Ele mesmo aguarda a decisão na Justiça para beneficiar quem abastecer no dinheiro.

"Se a gente não trabalhasse com uma margem de lucro tão pequena, isso não seria necessário", justifica.

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