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Cidades

Reitora intervém e cria diário de obra para concluir logo sede do IFMS

Aline dos Santos | 31/07/2014 10:05
Maria Neusa assumiu em maio e reforçou fiscalização para obras cumprirem cronograma. (Foto: Marcos Ermínio)
Maria Neusa assumiu em maio e reforçou fiscalização para obras cumprirem cronograma. (Foto: Marcos Ermínio)

A nova administração do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) fechou o cerco para que a unidade em Campo Grande, no Bairro Santo Antônio, seja concluída ainda em 2014 e possa receber os alunos em fevereiro do ano que vem.

Reitora pro tempore da instituição desde 4 de maio, Maria Neusa de Lima Pereira adotou uma série de medida para que o cronograma seja cumprido. “É uma supervisão mais sistematizada, diária. Pela legislação, a fiscalização pode ser a cada 15 dias, mês. No caso do campus de Campo Grande, a gente não pode ser dar esse luxo”, afirma a reitora, que, com formação em Letras e Administração, também faz jus ao título de “tocadora” de obra.

Ela assumiu em substituição ao ex-reitor Marcus Aurélius Stier Serpe, que teve bens bloqueado após denúncia do MPF (Ministério Público Federal) de irregularidade no contrato para a construção do campus em Três Lagoas.

Em Campo Grande, o reforço na fiscalização inclui até um diário. “Instituímos o fiscal residente. Em vez de vir para cá, fica lá na obra, diariamente. Todos os dias, no fim da tarde, encaminha o diário de obra”, salienta a reitora. Também foi formada uma comissão e ampliado o número de fiscais.

Após reunião, a empresa Nova Era se comprometeu a cumprir o cronograma, sob pena de aplicação de multas. "Por que atrasou? Não foi falta de recurso, recurso tem. É a questão mesmo de capacidade da cadeia de construtoras para dar conta. Passa a ter alguns problemas, que estão sendo resolvidos”, diz Maria Neusa.

O contrato para obra foi assinado em 2009, ao custo de R$ 14,9 milhões. Por enquanto, o IFMS aluga uma sede provisória na avenida Júlio de Castilho, no Bairro Panamá, na Capital.

Com a obra pronta, a previsão é ampliar 760 vagas na unidade de Campo Grande em 2015. Atualmente, são 2.121 alunos de cursos técnicos e superiores. Serão cinco blocos, sendo um administrativo.

O vigor financeiro do órgão federal é denotado na infraestrutura do prédio onde funciona a reitoria, na rua Ceará, com piso imaculadamente branco e móveis padronizados. O imóvel ao lado da reitoria foi alugado com dispensa de licitação em abril desse ano. O contrato tem validade de dois anos e custo total de R$ 528 mil.

Obra para unidade em Campo Grande teve contrato assinado em 2009 . (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)
Obra para unidade em Campo Grande teve contrato assinado em 2009 . (Foto: Cleber Gellio/Arquivo)

Batida na porta – De acordo com a reitora, há interessados “batendo à porta”. Portanto, as instalações provisórias serão mantidas. “O aluno quer vaga , quer estudar. Problema é para a gente resolver, estamos aqui para isso”, diz a reitora.

Pelo plano de expansão, o IFMS terá unidades em dez municípios até 2018. São dez campi, com sete em funcionamento: Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas. Nestas unidades, são 7.608 estudantes.

Outros três serão implantados em Dourados, Jardim e Naviraí. Em Dourados, segunda maior cidade do Estado, a obra está 80% pronta. Em Naviraí e Jardim, os cursos de qualificação profissional serão oferecidos a partir de setembro em escolas municipais no período noturno.

“O aluno quer vaga , quer estudar. Problema é para a gente resolver, estamos aqui para isso”, diz (Foto: Marcos Ermínio)
“O aluno quer vaga , quer estudar. Problema é para a gente resolver, estamos aqui para isso”, diz (Foto: Marcos Ermínio)

No município de Corumbá, a sede própria deve ficar pronta no segundo semestre de 2015 e a obra é fiscalizada uma vez por semana. Por enquanto, as aulas são oferecidas em uma escola municipal.

O contrato inicial foi rescindido em novembro de 2012 porque a vencedora da licitação descumpriu com suas obrigações. Em junho de 2013, a segunda colocada assumiu a construção. A obra tem valor de R$ 7,7 milhões.

A partir de 2018, o instituto tem planos de oferecer mestrado e doutorado. O plano de expansão pode ser consultado no http://www.ifms.edu.br/pdi/

Fiscalização – A nova direção não realizou fiscalização especial. “As instituições públicas federais são auditadas ano a ano. Pegamos relatórios da CGU [Controladoria-Geral da União] dos anos de 2011, 2012 e 2013. Estamos fazendo o mapeamento do que foi e do que não foi atendido. Tem ações a curto, médio e longo prazo. No geral, tudo começou, estamos dando continuidade e respondendo”, afirma Maria Neusa.

Segundo ela, um dos pontos críticos apontado pelo relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) é a evasão. “A grande evasão que tem não é só do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, é geral”, salienta. De acordo com a reitora, os alunos ingressam no ensino superior e desistem do curso de nível médio.

Sem críticas ao antecessor, ela elogia a medida de ter funcionado o instituto, mesmo em estrutura provisória, pois há alunos formados e trabalhando na área. "Isso foi muito positivo", avalia.

Novo comando – A consulta pública à comunidade acadêmica para escolha do novo reitor só pode ocorrer a partir do ano que vem, quando os servidores completam cinco anos no IFMS.

De acordo com o artigo 11 da Lei 11.892, podem ser nomeados “Pró-Reitores os servidores ocupantes de cargo efetivo da Carreira docente ou de cargo efetivo com nível superior da carreira dos técnico-administrativos do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, desde que possuam o mínimo de 5 (cinco) anos de efetivo exercício em instituição federal de educação profissional e tecnológica”.

Reitora diz que obras são auditadas todo ano e promete acabar com evasão (Foto: Marcos Ermínio)
Reitora diz que obras são auditadas todo ano e promete acabar com evasão (Foto: Marcos Ermínio)
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