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Cidades

Sejusp não tem controle de quantos policiais são cedidos

Redação | 26/06/2009 10:24

Há uma semana o Campo Grande News tenta descobrir quantos oficiais da Polícia Militar, dos Bombeiros e delegados da Polícia Civil estão cedidos para outros poderes, como Assembléia Legislativa ou Tribunal de Contas do Estado.

Hoje, o secretário de Segurança Pública e Justiça, Wantuir Jacini, garantiu que nem mesmo ele conhece esse número. "Isso só quem sabe é a Secretaria Administração", resume.

O interesse em "elucidar" esse "mistério" guardado em "caixa-preta", voltou após denúncia de que o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Leonardo Varanda Coimbra, cedido ao gabinete do deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), ganha R$ 13 mil de salário pago pelo Estado para nem sequer aparecer na Assembléia Legislativa.

Apontado como dono de uma boate em Campo Grande, o que é proibido pelo regulamento da corporação, o oficial garantiu que trabalha efetivamente como assessora parlamentar, como segurança do deputado ao preço de um "guarda de luxo".

Ao ser questionado, o governador André Puccinelli também disse não ter os números de cedidos, mas que esse processo na verdade era uma permuta, onde os poderes também repassavam funcionários ao governo.

Na verdade, esse tipo de negociação só passou a ser permitido em 1º de junho deste ano, com a publicação de decreto que suspendeu cedências de servidores públicos estaduais com ônus para origem, ou seja, para o governo.

Os policiais já cedidos, como caso do tenente coronel que há 2 anos está lotado na Assembléia, além do delegado Osmar Pedrosa de Frias, que ganha R$ 20 mil para assessorar o Tribunal de Contas, continuam com salários pagos pelo Estado, apesar de nem ao menos esse esclarecimento ser prestado pela Administração.

No dia 19 de junho, o Campo Grande News ligou para o gabinete da secretária de Administração, Thie Higuchi. A informação é de que ela estava com a agenda cheia, mas, assim que possível, entraria em contato. Uma semana depois, a resposta não foi dada.

No dia 23, após várias tentativas junto a assessoria de imprensa do Governo, tentou-se obter o dado no setor de recursos humanos da SAD. A orientação da responsável pelo setor, Maria Lucélia, foi de que somente a secretária Thie Higuchi dispõe do número.

Enrolação - O problema é antigo, em 2003 a Sejusp convocou cerca de 400 policiais militares cedidos para outros órgãos, principalmente ao TJ (Tribunal de Justiça), ao custo médio de R$ 1,5 mil cada PM.

No início de 2007, assim que assumiu o governo, André Puccinelli convocou todos os cedidos, mas também não é divulgada a informação de quantos retornaram desde então.

A Assembléia Legislativa foi cobrada e oficialmente devolveu 120 funcionários cedidos depois de denúncias de existência de servidores fantasmas, e obedecendo determinação do governado, mas o tenente-coronel foi em seguida nomeado assessor de gabinete.

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