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Em Pauta

Esses maravilhosos romanos

Mário Sérgio Lorenzetto | 21/10/2018 10:05
Esses maravilhosos romanos

Quem conhece o centro de Roma sabe o caos que o automóvel e as vespas criaram. É uma enorme confusão. Mas há um engano, o trânsito caótico de Roma não foi criado pelos veículos modernos. Nos tempos de César, a confusão era tamanha com as carruagens, bigas e cavalos trafegando pelo centro daquela que era a "Capital do Mundo", que o mais famoso imperador romano proibiu o tráfego de bigas pelas ruas centrais da cidade. Como não bastou, mandou erguer pequenas duplas de postes de concreto no meio de algumas ruas mais caóticas, liberando a passagem apenas para pedestres e cavalos. Ainda hoje muitas cidades do mundo adotam essa opção favorável aos pedestres. A única diferença é que as duplas de postes já não são de concreto e sim de metal e contam com uma parafernália eletrônica que permite que eles desçam para abaixo do solo, liberando a passagem de carros em determinadas horas do dia ou para ambulâncias e viaturas policiais.

Esses maravilhosos romanos

O taxímetro é invenção romana.

A roda dianteira da carruagem tinha um dente que se comunicava com a roda traseira das carruagens que conduziam passageiros. Essa engrenagem se comunicava com uma terceira roda que ficava ao alcance da visão do condutor e dos passageiros. À medida que as "rodas de baixo" se moviam, faziam a de cima também se movimentar. Esta propiciava a abertura de um pequeno canal que se abria a cada giro e permitia a queda de pequenas pedrinhas em uma caixa. Ao final da "corrida", condutor e passageiro contavam as pedrinhas. O pagamento era equivalente ao número de pedrinhas que caíram na caixa.

Esses maravilhosos romanos

32.000 quilômetros de estradas pavimentadas.

Ainda que muitos pensem que a pavimentação de estradas foi criação dos romanos, em verdade, coube à China a façanha de facilitar as viagens pavimentando algumas estradas. E não eram estradas quaisquer, tinham cinco pistas pavimentadas. As duas de cada lado da estrada eram usadas por todos. A pista central só podia ser trafegada pela caravana do imperador para que nunca fosse parada. Todavia, pouco mais de duas dezenas de quilômetros de estradas foram pavimentadas pelos chineses.
O Império Romano traçou como meta pavimentar um número de estradas que condizia com a volta à Terra que eles conheciam. Tal intento foi cumprido. Pavimentaram mais de 32.000 quilômetros de estradas pela Europa Ocidental. Desde Roma, chegavam à Espanha. Se não bastasse tamanha façanha da engenharia, parte considerável dessas estradas ainda podem ser visitadas. Estradas que duraram 2.000 anos.

Esses maravilhosos romanos

O endereço é Romano ou Veneziano?

Imagine um estrangeiro chegando a uma cidade qualquer na Antiguidade. Se fosse na Alexandria egípcia, ele teria um nome para procurar: "onde mora Hassam?". Ninguém sabia responder. Era comum passarem-se dias ou semanas para que esse estrangeiro encontrasse a casa de Hassam. Essa bagunça terminaria em Roma e em Veneza. As duas cidades italianas disputam o título de quem inventou o endereçamento. Ao contrário dos dias atuais, o endereço não era feito com a nominação ou numeração das ruas, mas apenas das casas. Quem percorre as ruas de Veneza se depara com um aparente labirinto. Não é. Apenas não estamos acostumados com a ideia de andar em uma cidade onde todo e qualquer endereço pode ser encontrado pelo número das casas. Ao invés de procurar uma casa pelo nome de uma determinada rua, a encontrará pelo número que leva em sua parede. O mesmo estrangeiro que se perdeu em Alexandria, encontraria Paolo, um cidadão romano no mesmo dia. Bastava ter o número da casa do italiano: Paolo, 5.482, assim funcionava o endereço original.

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