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Em Pauta

Gênero e beleza efetivamente fazem diferença em matéria de liderança

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/01/2015 10:53
Gênero e beleza efetivamente fazem diferença em matéria de liderança

Mulheres discriminadas pela aparência


As mulheres são discriminadas no ambiente de trabalho pela aparência? Sim, ainda hoje se perpetua o “quociente de beleza profissional”. Tema que tem mais de 20 anos de debates contínuos e não resolvidos. Alguém poderia argumentar que os homens também são promovidos ou penalizados com base em sua aparência. Na realidade, os economistas descobriram que aqueles que possuem uma aparência “acima da média” ganham 5% mais do que seus colegas “menos atraentes” e que os profissionais que tem uma aparência “abaixo da média” ganham de 7% a 9% menos que seus colegas “medianos”.

Devemos reconhecer que está iniciando a premiação profissional para a aparência masculina. Todos nós sabemos que existe uma real motivação para eles gastarem R$800 em corte de cabelo e cuidados com as unhas e pele. Também existe uma razão para executivos se vangloriarem de malhar durante a madrugada, com um treinador pessoal. Parecer saudável, apto, jovem e profissional é o sinal que a elite masculina usa agora para mostrar seu status em uma economia de consumo avançada.

Mas, as mulheres não estão apenas sujeitas à evidente discriminação, com base na aparência que os homens também enfrentam no trabalho. As mulheres jovens, sobretudo, sofrem discriminação no trabalho quando são vistas como esteticamente atraentes em demasia. Muitas empresas e órgãos públicos atribuem funções relacionadas ao contato com o público às mulheres jovens convencionalmente atraentes ou as submetem a postos nos quais sua aparência pode adicionar valor à “marca” da empresa – como servir cafezinhos aos homens de cargo elevado durante as reuniões, embora valor algum esteja sendo adicionado à própria carreira.

Gênero e beleza efetivamente fazem diferença em matéria de liderança
Gênero e beleza efetivamente fazem diferença em matéria de liderança

As mulheres no comando e na guerra

O mundo seria mais pacífico se as mulheres estivessem no comando? A violência humana, embora ainda muito presente entre nós, vem caindo gradualmente. No longo curso da história, as mulheres têm sido, e continuarão sendo, uma força pacificadora. A guerra tradicional é um jogo masculino – mulheres tribais não se uniam para atacar a aldeia vizinha. Os céticos replicam que as mulheres não fizeram guerras porque raramente estiveram no poder. Margaret Thatcher, Golda Meir e Indira Gandhi – foram mulheres poderosas – todas conduziram seu país à guerra.

No entanto, é verdade também que, para ascender à liderança, essas mulheres tiveram de jogar de acordo com as regras políticas de um mundo masculino. Então o gênero efetivamente faz diferença em matéria de liderança? Lidando com os estereótipos, vários estudos psicológicos mostram que o poder masculino se caracteriza por um estilo de comando duro, enquanto as mulheres são mais colaborativas e intuitivamente compreendem o poder brando de atração e persuasão.

Nas sociedades que estão quase totalmente baseadas nas informações, as redes estão substituindo as hierarquias, e trabalhadores do conhecimento são menos complacentes. As administrações, privadas e públicas, estão mudando na direção da liderança compartilhada e da liderança distribuida, mais afeitas às mulheres.

As mulheres ainda estão em minoria na liderança, detendo apenas 5% dos cargos nos topos das corporações no mundo. Um estudo sobre os 1941 governantes de países independentes durante o século XX identificou somente 27 mulheres, das quais aproximadamente a metade chegou ao poder na condição de viúva ou filha de um governante homem. Menos de 1% dos governantes do século XX eram mulheres que chegaram ao poder por mérito e esforço próprios.

Gênero e beleza efetivamente fazem diferença em matéria de liderança
Gênero e beleza efetivamente fazem diferença em matéria de liderança

Um mantra com duas palavras: Educar as meninas

Burocraticamente, sem muito entusiasmo, responder à questão “qual é a coisa mais importante que se pode fazer para melhorar o mundo?” É algo fácil. Lutar pela paz, para acabar com a pobreza e para erradicar as doenças, são respostas simples e descomprometidas. Todos querem. Ninguém é contra.

Mas ao mesmo tempo com prudência e ousadia a escolha deveria ser por algo que devemos fazer acima de tudo, um mantra com duas palavras: “Educar as meninas”.

Simples assim. Nenhuma ação tem provado fazer mais pela humanidade do que a educação das crianças do sexo feminino. Estudos e pesquisas determinaram algo que o senso comum já nos tinha dito: ao educar um menino, você educa uma pessoa; ao educar uma menina, você educa uma família e talvez beneficie uma comunidade inteira.

As evidências são surpreendentes. Filhos de mães que frequentaram a escola superam consistentemente os filhos de pais escolarizados e de mães analfabetas. Esse dado não causa muita surpresa, já que, as crianças passam a maior parte do tempo com a mãe.

Uma menina com mais de seis anos de escolaridade está mais bem preparada para procurar e seguir as recomendações médicas, para cuidar de seus filhos e para estar ciente da importância das práticas sanitárias, que vão desde ferver a água para consumo até lavar as mãos.
As mulheres educadas tendem a ter menos filhos e em intervalos mais sensatos. As mulheres com 7 anos de escolaridade tiveram de 2 a 3 filhos menos do que as sem escolaridade. O Banco Mundial, com sua típica precisão matemática, estimou que, a cada 4 anos de escolaridade, a fertilidade diminui em cerca de um filho por mulher.

Além disso, as mulheres costumam aprender com outras mulheres, o que faz com que aquelas sem escolaridade procurem se equiparar ou até superar aquelas com escolaridade. E as mulheres gastam uma parcela maior de sua renda com a família – algo fácil de entender, já que os bares na periferia mais distante do centro de uma cidade e na zona rural prosperam graças aos hábitos de consumo autoindulgentes dos homens. E, quando as meninas com escolaridade trabalham no campo, os conhecimentos adquiridos nas escolas traduzem-se diretamente na diminuição da desnutrição. Em suma: educar uma menina é beneficiar uma comunidade.

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