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Em Pauta

Não é só no Brasil. Do berço ao caixão o sistema de saúde inglês está em colapso

Mário Sérgio Lorenzetto | 12/05/2015 08:00
Não é só no Brasil. Do berço ao caixão o sistema de saúde inglês está em colapso

Do berço ao caixão, o sistema de saúde inglês está em colapso.

O sistema de saúde inglês (NHS a sigla do sistema em inglês) é tido como um dos melhores do mundo. Foi pensado para funcionar do "berço ao caixão", como eles dizem orgulhosos. É muito bem avaliado pela população. Para muitos ingleses a saúde pública é o mais parecido à religião. Mas, há uma particularidade: ele não é considerado caro. Ocupa apenas a posição 27 no índice da OCDE com um orçamento de R$ 525 bilhões. O orçamento federal para a saúde pública brasileira é de R$ 1,235 trilhão. Apesar de tantos elogios, o tema principal da eleição inglesa é exatamente o sistema de saúde. O governo atual começou a privatizar alguns setores dos serviços. O argumento utilizado foi o de desburocratizar, de diminuir as filas especialmente para cirurgias eletivas. Poucos ingleses acreditam nesse discurso pois passaram a pagar por uma série de serviços que anteriormente eram gratuitos.

Os ingleses montaram um tipo de administração que eles denominam de "clínicas locais", são equipes formadas por vereadores (o sistema político inglês é parlamentarista), trabalhadores da saúde e administradores. Essas equipes possuem um orçamento e podem usá-lo como quiserem. Também podem conceder a administração de um serviço a uma empresa privada. Os sindicatos denunciam conflitos de interesses e corrupções praticadas por essas equipes. Algo como 6% do orçamento vem sendo gasto com as entidades privadas, mas nos últimos 3 anos essas despesas cresceram 76% (18% para os hospitais).

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Não é só no Brasil. Do berço ao caixão o sistema de saúde inglês está em colapso

As cortinas de ouro. As fronteiras que matam.

Durante alguns séculos o negócio mais lucrativo para os europeus que viviam em seu continente e nas Américas foi o tráfico negreiro. Navios abarrotados de africanos, especialmente crianças, abasteciam a mão de obra que faltava nesses continentes. Hoje, os navios negreiros transportam povos africanos que fogem das guerras (patrocinadas pelos europeus e norte-americanos) e da fome. No passado o Atlântico era o oceano onde trafegavam os navios da morte; o novo século trouxe o Mediterrâneo como o mar a ser transposto. Há um dado que passa desapercebido por muitos: a cortina de ouro, criada pelos europeus para impedir a entrada de africanos, matou mais que a cortina de ferro, que ruiu com a queda do Muro de Berlim.

Mudou o mar, mudaram as algemas, mas os interesses econômicos se perpetuam. Pensam que a montagem da vasta rede no Mediterrâneo para impedir a entrada de africanos na Europa impedirá a nova diáspora, a nova fuga em massa. Ledo engano. As muralhas para separar os povos surgiram na Antiguidade e nunca, em momento algum da história, conseguiram exercer seu papel de frear o homem em busca do sonho de obter um padrão de vida aceitável.

A cortina de ouro europeia é a mesma que tenta bloquear a massa de mexicanos, e latino-americanos em geral, de entrar nos Estados Unidos. Ainda que contratem milhões de policiais e montem um aparato tecnológico de elevada qualidade, a criatividade humana superará esses obstáculos.
Ainda não entenderam que a enorme diferença de riqueza entre a Europa e a África é a responsável pela grande quantidade de africanos espremidos em embarcações frágeis, sujeitos à morte, mas fugindo da miséria. Não admitem distribuir a riqueza. Aliás, nunca admitiram. Eles também têm uma memória seletiva. Esquecem que quando milhões de europeus estão passando fome foram bem recebidos nas Américas. Não conseguirão obter resultados com a cortina de ouro europeia, separando os pobres dos ricos. Os pobres migrarão de alguma maneira. Morrerão no caminho tentando. Desmoralizarão a moral cristã dos ricos e darão ainda mais argumentos para os terroristas do Estado Islâmico e Al Qaeda de plantão.

Não é só no Brasil. Do berço ao caixão o sistema de saúde inglês está em colapso
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A Fiesp e o entusiasmo empresarial com Cuba. "Vamos a Cuba" dizem os investidores.

O clima na Fiesp, a federação que é o símbolo da força industrial brasileira, é o cenário perfeito para embaralhar as certezas dos extremos do debate político brasileiro. O presidente da entidade, Paulo Skaf, encarnou um entusiasta "Vamos a Cuba", anunciando uma missão de negócios à ilha - um contraste com os que demonizam as relações de Brasília-Havana. Ao seu lado, a estrela do evento, o ministro cubano Rodrigo Malmierca, do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, culpava erros do passado por problemas na economia e tratava como mal necessário e administrável o aumento da desigualdade que a chegada do capital estrangeiro na ilha pode causar.

O objetivo do ministro cubano é atrair US$ 9 bilhões em investimento estrangeiro para 246 projetos empresariais. O fluxo de capital externo é a esperança do governo de Cuba de tentar levantar a combalida economia asfixiada pelas importações e dependente dos controversos acordos de oferecimento de serviços médicos. O ministro afirmou no evento: "Se nós damos de graça (saúde e educação) para a população, temos de buscar esse dinheiro em algum lugar. Onde? Na economia, nas empresas, que, não importa que sejam estatais ou privadas, devem contribuir para pagar essas contas".

O plenário da Fiesp estava lotado e os empresários estavam sequiosos de saber se receberiam tratamento diferenciado em relação aos norte-americanos. A preocupação era de serem atropelados pela voracidade das dezenas de delegações dos EUA que chegam a Havana para prospectar negócios. O ministro cubano não decepcionou os empresários brasileiros e disse que Havana está disposta a recompensar o envolvimento estratégico do Brasil com a ilha.

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O Brasil de Voltaire ou de Pangloss?

A obra prima, e a mais conhecida, do genial escritor francês François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire é "Cândido ou o Otimismo", datada de 1759, conta a história de um jovem denominado Cândido e de seu professor - Pangloss. O tutor era um otimista que tinha por lema "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis". Pangloss dominou o pensamento dos brasileiros por, pelo menos, 10 anos.

Ao longo do texto de Voltaire o otimismo de Pangloss vai perdendo substância. Após inumeráveis desastres, Cândido vai duvidando das ideias de seu tutor. Voltaire, ao satirizar, através do personagem Pangloss, a corrente de pensamento conhecida como "otimismo", defendida pelo alemão Gottfried Leibniz, foi o primeiro escritor a ser cunhado como "pessimista". Essa palavra, "pessimismo", era um neologismo que foi usada pela primeira vez na publicação "Révue de Trévoux", que pertencia a padres jesuítas, adeptos do pensamento de Leibniz. Portanto, o pessimismo pode ser entendido como filho do otimismo. E o otimismo tornou-se popular graças a um pessimista. São os dois, de fato, faces de uma mesma moeda.

Isso é plenamente perceptível por qualquer um que tenha acompanhado os governos Lula e Dilma. O Brasil pertenceu a Pangloss por longos dez anos de alegre e desvairado otimismo. Nos últimos dois anos a moeda foi virada e apareceu a face de Voltaire - do pessimismo. Tão exagerado quanto o período otimista, o pessimismo se abateu sobre os semblantes dos brasileiros. Nem Voltaire, nem Pangloss, o equilíbrio e não o exagero, pode nos dar o rumo a ser percorrido.

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Quem mente mais, homens ou mulheres?

Uma pesquisa do Museu da Ciência de Londres concluiu que os homens mentem mais que as mulheres. Pelo menos na Inglaterra, eles contam três lorotas por dia, contra duas delas. Já nos Estados Unidos, uma pesquisa da Universidade de Harvard concluiu que eles e elas mentem com a mesma frequência, mas por motivos diferentes. Homens mentem mais para contar vantagem e se livrar de problemas. Mulheres inventam para livrar os outros, e não elas, de algum sofrimento. A empresa britânica de pesquisas OnePoll entrevistou 3 mil homens e mulheres e descobriu as Top Tem contadas por cada gênero.

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