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Em Pauta

Pequim retalia com tarifa a soja e o milho norte americano

Mário Sérgio Lorenzetto | 04/04/2018 08:33
Pequim retalia com tarifa a soja e o milho norte americano

A China retaliará os Estados Unidos com tarifas adicionais às importações de soja e de automóveis, noticiou a televisão estatal chinesa CCTV, citando uma decisão tomada pelo Conselho de Estado. A escalada nas tensões comerciais entre Washington e Pequim acentuou-se desde o início desta semana.
A China imporá tarifas adicionais de 25% sobre as compras de soja e de veículos automotivos. Também anuncia que estuda uma nova lista de 106 produtos para sofrer tarifas adicionais. A ação foi detalhada pelo Ministério das Finanças Chinês, cujo vice-ministro, Zhu Guangyao, declarou que o país não pretende entrar em uma guerra comercial com os EUA e que Pequim espera ainda que as relações retomem um curso normal.
Além da soja, estão incluídos na lista: milho, trigo, tabaco, suco de laranja e alguns produtos de carne bovina, todos com taxação de 25%.
Pequim também pretende reduzir as compras de aviões da Boeing. Soja, aviões e automóveis são os três maiores grupos de bens exportados pelos EUA para a China. Notícia alvissareira para o agronegócio brasileiro. Péssima para a paz mundial.

Pequim retalia com tarifa a soja e o milho norte americano

Sente-se na cadeira de rodas: a cidade não é para todos

Lá vai ele driblando os carros que avançam a faixa de pedestres. É um malabarista da cadeira de rodas. Passa pelo primeiro, dribla o segundo, mas para no terceiro que avançou quase a esquina toda. Já havia conseguido descer da calçada por um buraco criado pelo tempo. O sorriso estava estampado no rosto. Glorioso jogador que vence as calçadas impróprias para os cadeirantes.
Após conseguir o desvio longo do terceiro carro, o cadeirante subia rua. Duro esforço. O suor começava a escorrer pela testa. Já não exibia sorriso algum. Cenho franzido, procurava outro buraco salvador na calçada.

Em uma cidade onde a acessibilidade é exceção, o cadeirante vê-se obrigado a planejar todos os seus dias ao pormenor. Há 15 longos anos a prefeitura não atende seus reclamos, nem mesmo percebe sua existência. Imaginem o que é sair de casa em uma cadeira de rodas e leva quatro ou cinco vezes mais tempo e esforço para retornar de uma compra ordinária. Mas eles têm as ferramentas e determinação necessárias para viver no meio deste mundo, que ainda é uma selva bastante hostil, para pessoas com deficiência motora.

Não há dados sistematizados que possam determinar o que foi feito há 18 e 15 anos e nem o que necessita ser construído. A acessibilidade é tão somente o reclamo rouco daqueles que necessitam de ônibus e calçadas especiais. Ninguém responde na prefeitura pelos degraus necessários nas calçadas: "obra dos proprietários das residências" um funcionário típico - vestido com a frieza e desumanidade habitual - ousa mencionar. "Não há verba", assegura outro, e complementa: "nem para tapar os buracos, quanto mais para calçadas apropriadas para cadeirantes". É o trato habitual do burocrata que não quer saber quanto custa adaptar uma calçada às necessidades dos cadeirantes. É uma ninharia. Poderia ser retirada de qualquer parte do orçamento sem que alguém desse por sua falta.

A falta de acessibilidade compromete, naturalmente, a participação de pessoas com deficiência na vida social, política e econômica da sociedade. Se não há vontade para solucionar a questão das calçadas, muito menos para os ônibus adaptados. Bastaria dez minutos da vida do prefeito e de seus auxiliares. Sentem-se em uma cadeira de rodas. A cidade é só para vocês?

Pequim retalia com tarifa a soja e o milho norte americano

Na esteira de Trump, a fobia aos chineses aterrissa no Brasil.

O que é bom para Trump é bom para o Brasil. Ainda que os Estados Unidos devam mais de três trilhões de dólares para os chineses, o discurso sinófobo de Trump se impõe: declarou a guerra do aço. Outras virão. O Brasil do ódio eterno segue as ordens do chefe de cabelos alaranjados. Os discursos brasileiros se opõem a tudo que for chinês, especialmente a investimentos no agronegócio. Se ódio a chineses é novo no Brasil, nas terras do Tio Trump, essa é uma história antiga.

Em 24 de outubro de 1871, em Los Angeles, cerca de 500 homens irromperam pela Chinatown local e atacaram violentamente os residentes chineses. Entre 17 e 20 chineses foram enforcados, alguns já depois de mortos por espancamento. A um faltava-lhe o dedo, por ter uma anel de diamantes que alguém cobiçara.A cultura do justicialismo popular e do linchamento - tão em voga no Brasil atual - saíra da perseguição a políticos e entrara na onda de matar ou espancar chineses.

Dos dez homens ligados pelo ataque à Chinatown, oito foram condenados por homicídio, destinados à famosa prisão de San Quentin. Logo a seguir, as condenações se tornaram suaves e foram libertados. Logo à seguir, em 1882, o "Chinese Exclusion Act" deu sequência ao crescente sentimento sinófobo nos EUA. Proibia chineses de entrar no país durante dez anos, como o apoio entusiasta da Federação de Trabalhadores dos EUA. Os chineses residentes eram privados de cidadania. Foi legalizada a discriminação racial.

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Batata e tomate foram rechaçados inicialmente na Europa.

Quando os espanhóis chegaram à América, se negaram a provar a comida indígena. Até que não tiveram saída: era provar ou morrer de fome. Eles que eram agricultores em seu país, nem imaginavam que continuariam a exercer a mesma profissão, queriam ouro. O outro lado agiu da mesma maneira. Os raros documentos falam que os indígenas não aceitavam a comida espanhola pelos excessos de alho. O rechaço foi mútuo. Uns relacionavam a alimentação com o aspecto físico do outro e consideravam inferiores os alimentos que não eram seus. A uns e outros lhes parecia que aquilo "não era comida". Mas não lhes restou outro remédio, tiveram de ceder.

A maioria dos alimentos que Colombo levou em 1493, no regresso de sua primeira viagem à América, foram rechaçados até que entraram na moda graças à nobreza europeia, que os cultivou como "espécies raras e exóticas" em seus jardins. Eram como flores. Muito lentamente chegaram às mesas após séculos.

A batata sofreu especialmente o desprestígio na Europa. Ainda que hoje seja a base da gastronomia em vários países europeus, foi rechaçada por uma confusão. Conta-se que alguns espanhóis a comeram com pele pensando que eram trufas. Também acreditavam que as batatas provocavam enfermidades. Pior ainda foi com o tomate. Esse alimento adorado atualmente na Europa, chamado de "pomodoro" (maçã de ouro) pelos italianos, foi repudiado e proibido, acreditavam que era venenoso. Possivelmente só o abacaxi foi bem aceito pelos espanhóis de Colombo.

Os nativos da Ilha de Guadalupe convidaram o comandante a comer essa fruta que foi descrita como "mágica" e foi ele quem a denominou "piña", como os espanhóis até hoje conhecem o abacaxi.Todavia, o abacaxi só apareceu à mesa de todos nos anos 1960. Somente no século XVIII a batata e o tomate se converteram em alimentos básicos na Europa.

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