Bancos físicos "desaparecem" do Centro com avanço da digitalização
Segundo o Sindicato dos Bancários, nos últimos 3 anos, 14 agências do Santander, Itaú e Bradesco fecharam

Ir ao Centro de Campo Grande para sacar dinheiro, pagar contas ou abrir uma conta bancária está se tornando cada vez mais raro e ficando no passado. Com a digitalização acelerada dos serviços financeiros, os bancos físicos estão desaparecendo, especialmente, no Centro.
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Agências bancárias fecham as portas no Centro de Campo Grande, acompanhando a crescente digitalização dos serviços financeiros. A popularização dos bancos digitais e a facilidade de realizar transações pelo celular contribuem para a mudança de hábitos da população. O Sindicato dos Bancários estima o fechamento de 14 agências entre 2023 e 2025, incluindo Itaú, Santander e Bradesco. Clientes relatam a praticidade e a economia de tempo proporcionadas pelos aplicativos bancários, realizando operações como pagamentos, transferências e Pix sem precisar ir às agências. Enquanto alguns utilizam exclusivamente bancos digitais, outros migraram para o digital após anos utilizando agências físicas. O Sindicato dos Bancários, porém, alerta para a precarização do atendimento e a dificuldade de acesso para alguns clientes, além da preocupação com a manutenção dos empregos diante do fechamento das agências.
A popularização de bancos digitais, como Nubank e Next, também contribui para esse movimento. A facilidade de abrir uma conta pelo celular, sem enfrentar filas ou apresentar documentos pessoalmente, tem conquistado diferentes perfis de clientes, das novas gerações até quem antes resistia ao digital.
Segundo o Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região, entre os anos de 2023 e 2025, pelo menos 14 agências bancárias encerraram suas atividades na região, sendo duas do Itaú, três do Santander e nove do Bradesco. Até a publicação desta matéria ainda não havia sido informado dados sobre a Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.
O Campo Grande News entrou em contato com as cinco agências citadas e aguarda o retorno.
O novo cenário também muda o comportamento da população. Muitos clientes já preferem e até dependem do celular para resolver questões bancárias, sem nunca terem pisado em uma agência.
A técnica de enfermagem Gabrielly Cristine Dias, de 25 anos, é um exemplo dessa realidade. “Não tenho nem noção. Eu uso o banco digital”, disse aos risos.
Ela tem conta em dois bancos, Itaú e Nubank, e fez todo o processo pelo celular. “Onde eu trabalho, eu uso Itaú, mas nunca precisei ir na agência, porque eu abri direto no aplicativo. Eu particularmente, nunca tive problema, então, nunca precisei ir”, pontuou.
A confeiteira Rosimar Fonseca de Lima, de 52 anos, também mudou os hábitos e lembra em como diminuiu a necessidade de ir ao banco.
“Às vezes tinha que ir duas vezes no mês, agora, eu vou a cada seis meses e quando precisa muito. Muito difícil ir ao banco agora, porque tem o aplicativo que faz tudo", relatou.
A consultora de vendas, Gleiciane de Oliveira, de 34 anos, é um exemplo de quem mudou o comportamento com o tempo. Ela afirma que há muito tempo não vai no banco e que agora é só aplicativo.
“Só aplicativo e prefiro. Essa questão da condução, para mim, pega um pouco, então, ficou mais fácil o aplicativo. Uso tudo por lá”, pontuou.
Ela explica que fez a mudança da conta do Santander para o Banco do Brasil e só precisou ir ao banco para fazer essa transição. “Eu tive que ir lá para fazer alguns reajustes na conta, para abrir, transação de Pix, limite, tudo hoje é muito online”, completou.
A servidora pública, Ana Luísa Brasil, de 58 anos, lembra como era difícil ter que ir à agência antigamente. Enfrentar fila e pegar senha eram alguns do problemas.
“Faz tanto tempo que eu não desço na cidade, não mexo com banco. Tinha que enfrentar fila, pegar senha, às vezes perdia o dia inteiro. Hoje é mais prático mexer com o aplicativo, faço Pix, pago boleto, transferência”, pontuou.
Na visão da presidente do Sindicato dos Bancários, Neide Rodrigues, os bancos aproveitam a popularização das plataformas digitais para cortar custos.
“Na verdade, os bancos estão se aproveitando da utilização com mais frequência dos meios digitais para lucrar mais com fechamento de agências, o que dificulta muito para aqueles que tentam ter atendimento presencial, tirar dúvidas, resolver problemas. Colocam os funcionários para vender produtos fora das unidades, só pensam no lucro”, destacou.
Diante disso, existe a preocupação em manter os empregos. “Estamos em negociação constante para manutenção do emprego. O banco tem papel social e precisa manter um bom atendimento. Essa questão ajuda muito, porém, facilita golpes constantes com clientes. Somos contra a redução de postos de trabalho e precarização de atendimento à população, principalmente as mais carentes”, finalizou.

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