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Economia

Carne desacelera mais ainda puxa inflação da Capital que ficou em 0,59%

Alimentação foi o item que mais pesou no bolso do consumidor de Campo Grande no mês passado

Rosana Siqueira | 19/12/2019 14:20
Carne desacelera mais ainda puxa inflação da Capital que ficou em 0,59%
Preços da carne bovina tiveram majoração de quase 15% no mês passado e pesaram na inflação. (Arquivo)

Mesmo com a desaceleração nos preços da carne bovina, a inflação em Campo Grande subiu em novembro e fechou a 0,59%. Os dados são do Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp e mostram que o IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande) foi a mais alto para o mês desde 2015, quando ficou em 1,14%. O indicador é mais que o dobro do registrado em outubro, quando ficou com 0,26%.

De acordo com o coordenador do Nepes da Uniderp, Celso Correia de Souza, o maior impacto do índice veio do grupo alimentação. "O fator mais significativo foi o aumento nos preços das carnes devido à entressafra do boi gordo. Aliado a isso, temos a alta do dólar frente ao real, o que favoreceu as exportações do produto. O início das exportações de carne bovina para a China impactou pois, no momento, não se dispõe de tanta carne bovina para atender os mercados interno e externo", contextualiza. A entrada de parte do 13º salário e o FGTS que aumentou o poder de compra e, consequentemente, o consumo, puxou a inflação.

Além do grupo Alimentação, Habitação, Transportes, Despesas Pessoais, Vestuário e Saúde apresentaram alta em novembro. Apenas a educação fechou com uma pequena deflação, ajudando a barrar o crescimento do índice mensal.

"O aumento de preço da energia elétrica, item que possui o maior peso na composição da inflação, que passou de bandeira amarela para bandeira vermelha, patamar 1, em novembro pesou no IPC/CG. Além disso, os preços dos combustíveis e aumentos dos jogos lotéricos também ajudaram a elevar o indicador", complementa o pesquisador da Uniderp.

Nos 11 primeiros meses de 2019, o acumulado atinge 3,18%. Levando em consideração os últimos doze meses, a taxa está em 3,32%, ainda abaixo da meta inflacionária do Conselho Monetário Nacional (CNM) para o Brasil no ano de 2019, cujo centro da meta da inflação para o ano é de 4,25%.

Setores - O grupo habitação, que possui o maior peso de contribuição para o cálculo do índice mensal, apresentou uma moderada inflação de 0,47%. Os principais destaques de altas foram: limpa vidro (3,80%), energia elétrica (3,30%), vela (2,78%), entre outros, com menores aumentos de preços. Reduções ocorreram com: detergente (-3,85%), fósforos (-3,17%), água sanitária (-2,83%), entre outros com menores quedas de preços.

O índice de preços do grupo alimentação apresentou forte elevação, 1,63%, puxado pelos reajustes nos preços da carne bovina. Dos quinze cortes pesquisados pelo Nepes/Uniderp, treze tiveram aumentos de preços.

"A tendência é o aumento de preços da carne, pois, estamos saindo da entressafra do boi gordo, com reduzido número de animais para o abate e a aproximação das festas de final de ano aumenta muito o consumo. Há, ainda, a influência da exportação do produto, que deve encerrar 2019 com aumento de 10% em relação ao ano anterior", esclarece Celso.

As majorações de preços ocorreram com: patinho (13,39%), alcatra (10,96%), picanha (6,59%), filé mignon (6,45%), cupim (6,26%), paleta (5,81%), músculo (5,20%), fígado (4,57%), costela (4,43%) peito (3,49%), contrafilé (3,42%), coxão mole (3,12%) e acém (2,21). Reduções de preço foram identificadas com o lagarto (-2,05%) e vísceras de boi (-0,06%). Quanto aos cortes de carne suína, os três tiveram majorações de preços: costeleta (5,54%), pernil (3,39%) e a bisteca (3,21%). Frango resfriado também subiu 1,38% e os miúdos de frango 1,26%.

Além da carne, o grupo alimentação registrou outros produtos com altas significativas. Os principais são: repolho (46,17%), cebola (40,63%), beterraba (32,30%), entre outros com menores aumentos. Já os destaques em queda de preços foram: limão (-25,73%), melão (-18,09%), abacaxi (-15,70%), entre outros.

O segmento foi muito influenciado pelos fatores climáticos e pela sazonalidade de alguns de seus produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes. "O grupo alimentação é o melhor termômetro para explicar o comportamento da inflação ao longo do ano, pois, tem a segunda ponderação na formação do índice inflacionário geral e trata-se de um item de consumo primário", explica Celso Correia.

O grupo Transportes fechou novembro com índice de 0,76% devido a altas do etanol (2,81%), diesel (2,54%) e da gasolina (1,79%). Quedas de valor ocorreram com automóvel novo, (-0,66%) e passagens de ônibus interestadual (-0,04%).

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