Estudos para desestatizar MSGás estão atrasados, diz presidente da companhia
Consultorias tiveram contratos assinados em dezembro de 2017

Estudos financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a desestatização da MSGás (Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul) estariam com atraso, segundo o diretor-presidente da empresa Rudel Trindade. Contratos foram assinados em dezembro do ano passado com consultorias para definir critérios econômico-financeiros.
"Cronograma previa início dos trabalhos em janeiro, mas atrasou e ainda não tem previsão", disse Trindade, durante a inauguração de fábrica de proteína de soja em Campo Grande. O processo, quando iniciado, terá duração de nove meses. "Se começar logo ainda dá tempo de terminar esse ano, senão termina só no ano que vem".
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Os serviços licitados pelo BNDES contemplam duas partes. Primeira delas será a avaliação alternativa de valor da MSGás pela American Appraisal Serviços de Avaliação, enquanto a segunda composta por análise, diagnóstico e modelagem de propostas de desestatização são de responsabilidade do consórcio composto pelo Banco Fator, LMDM Consultoria e os escritórios de advocacia Vernalha Guimarães & Pereira Sociedade de Advogados e Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados. Ambos os serviços custarão R$ 3,425 milhões.
Leilão para desestatizar a MSGás estaria previsto para o segundo semestre do ano que vem, contudo o diretor-presidente da companhia nega interesse do governo em privatizá-la.
Gás Natural - Atualmente o governo do Estado é sócio majoritário da MSGÁS, com 51% dos ativos. O restante se divide em Gaspetro e Mitsui Gás e Energia, empresa japonesa do setor e que tem expandido seus negócios no Brasil.
Até agora o governo sempre negou suas intenções de privatizar a companhia. Mas o próprio BNDES afirma que as desestatizações, que incluem outros seis estados, são impulsionadas pela decisão da Petrobras de reduzir sua participação em elos da cadeia do Gás Natural.
A distribuição de gás natural canalizado ainda é realizada por empresas de propriedade dos estados na maioria das unidades da federação. O Decreto nº 9.036, de 20/04/2017, autoriza o BNDES a dar suporte aos estados para a estruturação e o desenvolvimento de projetos de desestatização no setor de distribuição de gás canalizado.