Petrobras empurra para 2029 a conclusão da UFN-III em novo plano de negócios
Fábrica em MS é o principal projeto de fertilizantes da companhia e estava prevista para operar em 2028

A Petrobras empurrou para 2029 a conclusão da UFN-III (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III), em Três Lagoas , ao divulgar, nesta sexta-feira (28), o Plano de Negócios 2026-2030. No gráfico oficial apresentado pela companhia, o empreendimento aparece agora apenas no bloco de projetos previstos para 2029, diferentemente do cronograma anterior, que colocava o início de operação em 2028.
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A Petrobras adiou para 2029 a conclusão da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), em Três Lagoas, conforme divulgado no Plano de Negócios 2026-2030. O projeto, que estava previsto para 2028, representa um investimento de R$ 3,5 bilhões e é considerado estratégico para reduzir a dependência externa de ureia e amônia. O adiamento ocorre em um cenário de preços mais baixos do petróleo e maior cautela nos investimentos. A Petrobras prevê US$ 109 bilhões em investimentos totais para o período, sendo US$ 15,8 bilhões destinados ao segmento de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes.
A alteração marca a primeira revisão no cronograma desde outubro de 2024, quando a Petrobras estimou que a UFN-III retornava à carteira de implantação após quase uma década hibernada. Na ocasião, a estatal informou que a reavaliação econômica do projeto havia sido concluída com resultado positivo, confirmando sua atratividade em todos os cenários previstos no Plano Estratégico 2024-2028. O investimento de R$ 3,5 bilhões e o início das contratações para retomada das obras foram condicionados às aprovações internas subsequentes, com previsão de operação em 2028.
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Agora, com o novo planejamento, o projeto permanece como o principal investimento da Petrobras no segmento de fertilizantes, mas passa a ter execução formal em 2029, conforme o painel de projetos do parque de Refino, Logística, Gás e Energia.
Segundo a estatal, a UFN-III está no grupo de iniciativas com maior relevância estratégica, sobretudo por sua contribuição para a redução da dependência externa de ureia e amônia e pela posição geográfica, próxima aos principais polos consumidores do Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
A empresa reforça que, além da UFN-III, o foco para os demais ativos do setor como as plantas Fafen-BA, Fafen-SE e Araucária Nitrogenados será a continuidade operacional, sem previsão de novos grandes aportes no ciclo 2026-2030.
O adiamento ocorre em um contexto de preços internacionais de petróleo mais baixos e de maior cautela na aprovação de investimentos. Segundo o PN 2026-30, a Petrobras está ajustando sua governança de seleção de projetos, adotando critérios mais restritivos, reforçando a disciplina de capital, otimizando gastos operacionais e estabelecendo limites orçamentários rigorosos para priorizar iniciativas com maior retorno e menor risco.
Para o período, a companhia prevê US$ 109 bilhões em investimentos totais, sendo US$ 91 bilhões destinados à Carteira em Implantação e US$ 18 bilhões à Carteira em Avaliação, composta por projetos menos maduros. No segmento de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes, o novo planejamento aloca US$ 15,8 bilhões apenas na carteira de Implantação Alvo.

Ao apresentar o plano, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que os investimentos reforçam o compromisso da companhia com o desenvolvimento econômico do país. Segundo ela, os projetos listados no planejamento futuro têm potencial de gerar e sustentar 311 mil empregos diretos e indiretos, além de contribuir com R$ 1,4 trilhão em tributos para União, estados e municípios nos próximos cinco anos.
“Seguiremos nossa trajetória como empresa integrada e líder na transição energética justa, promovendo o desenvolvimento sustentável do país e contribuindo para a segurança energética nacional”, destacou.
Assim, embora permaneça central na estratégia de fertilizantes da Petrobras, a UFN-III, concebida para produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 70 mil toneladas de amônia por ano, terá sua conclusão apenas em 2029, um ano além da previsão anunciada em 2024. A fábrica é considerada fundamental para suprir mercados agrícolas de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Paraná e São Paulo, regiões que dependem fortemente da importação de fertilizantes nitrogenados.


