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Economia

Retaliação encarece gasolina e paraguaio abastece em Ponta Porã

Carlos Martins | 14/03/2013 08:29
Combustível fica mais barato no Brasil em relação ao Paraguai (João Carrigó/Arquivo)
Combustível fica mais barato no Brasil em relação ao Paraguai (João Carrigó/Arquivo)

A punição pela queda do ex-presidente Fernando Lugo, que sofreu processo de impeachment, está custando caro aos paraguaios. Com a retaliação feita pelo presidente da Venezuela, Hugo Chavez (morto neste mês), que não reconheceu o afastamento de Lugo, obrigou o Paraguai a buscar o combustível no Golfo do México. Antes, a PDVSA (estatal do petróleo venezuelana) fornecia o produto aos paraguaios.

Com a gasolina e o óleo diesel vindos de mais longe, o resultado é que os produtos encareceram. E isso está provocando um movimento inédito na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, com os paraguaios invadindo Ponta Porã para abastecer. Antes, era o movimento de brasileiros nos postos de Pedro Juan Caballero.

Na cidade paraguaia, o litro de gasolina pode custar até R$ 3,68 (equivalente a sete mil guaranis) e o preço do diesel pode variar de R$ 3,15 a R$ 3,20. Os preços ficam até 20% e 24% acima do praticado no lado brasileiro. .

“Particulares e empresas de Pedro Juan estão levando seus veículos para abastecerem em Ponta Porã. Além dos turistas que vem fazer compras, os postos estão abastecendo os vizinhos paraguaios, o que fez aumentar muito a procura”, disse o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ponta Porã, Eduardo Gauna.

A demanda está tão grande, que três novos postos estão sendo construídos na cidade fronteiriça.

Esta procura, que causou o aumento das vendas, fez com que os proprietários não sentissem muito no bolso o último reajuste no preço dos combustíveis autorizado pelo Petrobras que começou a vigorar em fevereiro. O reajuste foi de 6,6% para a gasolina. O diesel teve dois reajustes neste ano. O primeiro foi 5,4%. O segundo do ano, foi de 5%. Mesmo com a alta, compensa, na fronteira, comprar combustível brasileiro.

Em Ponta Porá, o preço da gasolina pode variar entre R$ 2,75 a R$ 3,05. Este é o preço cobrado pela gasolina, por exemplo, no Posto Fazendeiro, que está cobrando também R$ 2,58 pelo litro do diesel e R$ 2,35 pelo litro de etanol.

Já no Posto Central, de bandeira da Ipiranga, o preço da gasolina está em R$ 2,99 o litro enquanto que o óleo diesel está tabelado em R$ 2,559 (o óleo diesel S 10 custa um pouco mais caro, R$ 2,619). Além do preço no lado de lá estar mais caro, o combustível paraguaio não é indicado para os carros brasileiros adaptados para utilizarem combustível produzido em nosso País.

Novos postos - Além dos empresários brasileiros que estão investindo em Ponta Porã na construção de novos postos, existem informações que empresários paraguaios vizinhos também estão investindo no Brasil na construção de novos postos.

Conforme o presidente da Associação Comercial de Ponta Porã, a situação deverá mudar em aproximadamente dois anos porque refinarias vão ser construídas no Paraguai. “O presidente do Paraguai Federico Franco esteve recentemente em Pedro Juan e anunciou que foi descoberto petróleo no País”, informou Eduardo Gauna.

De acordo com Marcos Villalba, diretor de comunicação do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis de Mato Grosso do Sul), a oscilação de preços na zona da fronteira é cíclica. “Já houve época que os postos paraguaios quebraram muitos postos brasileiros por venderem gasolina mais barata, mas já faz algum tempo que mudou a situação e hoje é mais vantajoso comprar no Brasil”, disse Villalba.

Na Capital, os preços não estão muito diferentes dos preços praticados na fronteira e podem custar entre 10 e 20 centavos a menos se forem vendidos por postos de bandeira branca (compram de distribuidoras diferentes, sem contrato de exclusividade). “Por causa da concorrência, os preços em Campo Grande sempre estão abaixo da média nas Capitais”, concluiu Villalba.

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