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Esportes

Karina Sanchez, a campo-grandense que sonha com o topo no handebol

Paulo Nonato de Souza | 12/08/2017 11:29
Karina Sanchez e sua companheira bola durante seu treino na quadra poliesportiva do Parque das Nações Indígenas (Foto: Marcos Ermínio)
Karina Sanchez e sua companheira bola durante seu treino na quadra poliesportiva do Parque das Nações Indígenas (Foto: Marcos Ermínio)

O mundo do handebol na palma das mãos. Assim é Karina Sanchez, uma campo-grandense que disputa competições escolares e por clubes desde os 16 anos, abriu mão da chance de jogar pela Seleção Brasileira em 2007 para prestar vestibular no curso de arquitetura, e aos 27 anos faz planos para defender equipes de centros no Brasil, como São Paulo, Goiás e Paraná, onde o esporte é mais valorizado, e até da Europa.

“Sempre joguei, amo jogar handebol. O handebol é meu mundo”, disse Karina Sanchez em entrevista ao Campo Grande News, nesta sexta-feira, 11, na quadra poliesportiva do Parque das Nações Indígenas, enquanto acariciava uma bola já surrada e grudenta, como se fosse a sua melhor companheira.

Formada em arquitetura desde 2012, a central Karina Sanchez se sente pronta para voos mais altos, apesar de não ser mais uma adolescente em início de carreira no handebol.

“Claro que os olheiros preferem escolher as mais jovens, mas jogar handebol em Mato Grosso do Sul, sem apoio, sem patrocínio e sem estrutura, é acreditar que tudo é possível, e isso me faz confiante de que posso chegar em um grande clube e jogar em alto nível no Brasil e até mesmo na Europa”, comentou ela.

Em quadra, Karina tem a função de romper bloqueios e armar as jogadas de ataque (Foto: Marcos Erminio)
Em quadra, Karina tem a função de romper bloqueios e armar as jogadas de ataque (Foto: Marcos Erminio)

No caminho desse sonho, Karina alimenta a esperança de ajudar a montar uma equipe com estrutura e capacidade de jogar em alto nível aqui mesmo em Campo Grande.

“Quero trabalhar para montar um time competitivo e disputar grandes campeonatos no Brasil e também no exterior. Não apenas participar, mas disputar com chance de ser campeão. Acho que neste momento este é o meu maior sonho. Apesar das dificuldades temos que mirar crescimento”, disse Karina.

Como central (ela atua na armação pela direita), a posição de Karina em quadra é uma espécie de locomotiva do time. É quem dita o jogo, e isso exige não apenas experiência na visão de jogadas, precisão nos arremessos e variedades de passes, mas também capacidade de liderança.

Pois é com esse seu perfil em quadra que Karina Sanchez se lança fora dela na esperança de agregar apoios para a formação de uma equipe competitiva de handebol feminino em Campo Grande.

“Aprendi a jogar handebol com o técnico William Carrilho, e ele me colocou na posição de central por achar que eu tenho um estilo de liderança saudável, sem impor, apenas pelo exemplo. Realmente eu sou assim mesmo, nunca fui pelo individual, sempre fui pelo coletivo, e acredito que uma equipe forte, estruturada e competitiva será importante não apenas para mim individualmente, mas para todas as meninas que também gostam e sonham jogar handebol”, declarou.

Karina acabou de disputar a Conferência Centro-Oeste, um torneio eliminatório da Liga Nacional de Handebol, realizada entre os dias 2 e 6 deste mês na cidade de Anápolis, no Estado de Goiás. Ela jogou pelo União/ABC, de Campo Grande, e encarou equipes de Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal. O time campo-grandense voltou com um 6º lugar e fora da zona de classificação, e ela chegou a ser a principal artilheira da primeira fase com 21 gols.

“O nosso time era bom tecnicamente, mas faltou força. A nossa preparação não estava no mesmo nível das outras equipes, e isso se deve a nossa falta de apoio para treinar e se organizar adequadamente para uma competição. A gente sentiu muito isso em quadra”, lamentou.

Karina Sanchez salta para arremessar durante jogo em Assunção, no Paraguai, em torneio disputado em 2016 (Foto: Arquivo pessoal)
Karina Sanchez salta para arremessar durante jogo em Assunção, no Paraguai, em torneio disputado em 2016 (Foto: Arquivo pessoal)

Algumas dicas para entender o handebol - São sete jogadores em quadra para cada lado. É um esporte jogado com as mãos e o goleiro é o único jogador que pode utilizar os pés em suas defesas.

Oficialmente, a quadra deve medir 40 m x 20 m e ter piso de madeira ou emborrachado. A partida é composta por dois períodos de 30 minutos cada, com intervalo de 10 minutos.

No handebol o drible é o ato de um jogador se deslocar quicando a bola. A mão do jogador deve estar sempre aberta para que tenha um melhor domínio sobre a bola e não é permitido conduzir a bola durante o drible. Além disso, o jogador não pode segurar ou dar mais de três passos com a bola.

Na falta de uma quadra específica, o handebol pode ser praticado em quadra de futebol de salão sem nenhum prejuízo, considerando que as dimensões são as mesmas.

Chega a noite no Parque das Nações Indígenas e Karina Sanchez segue treinando chutes com a goleira Beatriz, sua colega de time no União/ABC (Foto: Marcos Ermínio)
Chega a noite no Parque das Nações Indígenas e Karina Sanchez segue treinando chutes com a goleira Beatriz, sua colega de time no União/ABC (Foto: Marcos Ermínio)

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