Santistas pedem dispensa do trabalho para acompanhar o time no Mundial
Não demorou muito para os 30 integrantes da Torcida Organizada Tubarões fazerem a festa com o primeiro gol do Santos, marcado pelo ídolo Neymar, aos 19 minutos do primeiro tempo. Cerca de 30 torcedores reunidos na garagem da casa do acadêmico de história João Felipi Domingues Brasil, 21 anos, deixaram transbordar a emoção cantando em coro: “Uh tererê, Uh ererê; Vamos ser tri, Santos; O Barcelona, pode esperar, a sua hora vai chegar”.
A festa foi ainda maior quando aos 24 minutos Borges recebeu um passe na entrada da área e chutou no ângulo, ampliando o placar. Mas, a tranquilidade com dois gols marcados antes de 30 minutos do primeiro tempo não foi a tônica destes dias que antecederam a partida.
“Foi difícil dormir. Tentei não ficar lembrando, mas meu coração tava na boca. Tem um monte de gente achando que não vamos levar o título, mas vamos surpreender”, relata a nervosa torcedora Gabriela Mena Barreto, 17 anos, santista desde criança por influência do pai.
Além da ansiedade, os torcedores têm em comum a confiança de que o time vai ser campeão depois de 40 anos. João Felipi revela que a expectativa é boa, porque sabe que o seu time é melhor. Ele reconhece que nem todo jogo será fácil, mas está confiante de que o time irá vencer: “O Kashiwa Reysol é bom, mas o Santos tem qualidade”.
Depois de 40 anos do último título Mundial, ainda com o craque Pelé, uma nova geração de santistas surge com incentivos dos pais, arrebatados pela genialidade do Rei do Futebol, mas também com um novo gênio que conquista torcedores a cada dia, o craque Neymar. Unanimidade entre torcedores e bem visto até por adversários, a emoção aumenta entre os torcedores a cada vez que o jovem craque pega na bola.
O estudante Lucas pimenta, 18 anos, não esconde a idolatria por Neymar. O fanatismo está estampado no cabelo, em estilo moicano, tal como o craque. Na cabeça, além do penteado, uma única certeza: “Vamos ser trimundial. Supreender o Barcelona. Ninguém tá botando fé, mas a gente vai supreender novamente, assim como surpreendeu na Libertadores”.
O jogo é marcado por batucadas e gritos, que escapam a cada ataque seja a favor ou contra. A maioria dos presentes pediu dispensa do trabalho para acompanhar o time. Quem não conseguiu a liberação tratou de trocar de horário. Caso o time confirme a classificação para a final, os torcedores devem se reunir no Miça no próximo domingo. “Faz 40 anos e a gente chegou lá de novo. Tem que concentrar”, analisa João Felipi.
