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Comportamento

Com "heróis de verdade", Liga do Bem preserva identidades para salvar a alegria

Elverson Cardozo | 21/04/2014 07:30
Super-heróis em mais uma missão no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. (Foto: Divulgação)
Super-heróis em mais uma missão no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. (Foto: Divulgação)

Você sabia que, em Campo Grande, existem super-heróis? Eles vivem entre nós, trabalham, estudam e levam uma vida normal. Não tem superpoderes, claro, mas gostam de ajudar. São 52 pessoas, homens e mulheres, profissionais de várias áreas que, nas horas vagas, saem por aí vestidos de Batman, Mulher Maravilha, Capitão América e tantos outros personagens. O projeto que começou tímido ganhou destaque, admiração e respeito e, agora, pode virar uma ONG.

A missão dos “mascarados” é arrancar sorrisos, desejar um bom dia, distribuir esperanças e, assim, construir um mundo mais humano e fraterno. Um desafio, que desde o segundo semestre de 2013, tem sido cumprido com empenho e maestria.

A iniciativa partiu de um professor de inglês, que já fazia trabalhos voluntários junto à AACC (Associação de Apoio à Criança com Câncer), onde ficou por 8 anos. “Terminei minhas atividades lá, mas queria continuar, só em alguma coisa mais interativa, como os paramédicos”, contou.

A inspiração surgiu da própria festa de aniversário. Para comemorar os 40 anos, o professor, um dos coordenadores da Liga, se vestiu de Superman. Passada a comemoração, ele resolveu dar outro fim à fantasia.

Superman e mulher maravilha com paciente em hospital. (Foto: Divulgação)
Superman e mulher maravilha com paciente em hospital. (Foto: Divulgação)

“Pensei em usar ela visitar crianças carentes. Conversei com alguns amigos que toparam e a gente saiu para distribuir brinquedos”, disse. O Superman da turma não quer ter o nome divulgado porque a intenção, segundo ele, não é se promover.

O anonimato, aliás, é uma regra clara entre os próprios integrantes, que só se apresentam com a identidade do personagem escolhido.

O início - A primeira ação da Liga do Bem, na época com apenas 12 pessoas, foi na Santa Casa de Campo Grande, onde o grupo distribuiu 600 kits com brinquedos, bolachinhas de água e sal e suco. De lá para cá, o super-heróis já realizaram várias atividades.

No último domingo (20), por exemplo, visitaram o Hospital Regional, nas áreas de oncologia e no pronto socorro. Para a Páscoa não passar em branco, pacientes e funcionários receberam chocolates. No mesmo dia, foram distribuídos cerca de 700 brinquedos às crianças da comunidade Cidade de Deus, na região do Dom Antônio Barbosa.

Elas também ganharam chocolates e, além disso, um lanche: cachorro quente e refrigerante. Os ingredientes, aliás, foram doados por um hospital particular da cidade.

Heróis do dia a dia - Tem sido assim. Quem não pode vestir a camisa de super-herói, mas se identifica com a causa, sempre ajuda porque percebe que o trabalho é sério.“A gente faz de tudo um pouco. Esses dias nós conseguimos uma cadeira de banho para uma mulher carente que perdeu os movimentos das pernas”, contou. As ações vão além dos hospitais.

“Visitamos casas de idosos, cortamos cabelo, fazemos maquiagens nas senhoras, hidratação... Tudo isso, na verdade, é uma desculpa para dar atenção e carinho”, explicou. Com as crianças, o trabalho tem um lado mais lúdico.

Cada herói dá vazão às suas próprias habilidades. “Brincamos de peteca, corda...”, exemplificou, ao dizer que o importante é se doar. O objetivo da Liga, prosseguiu, é fazer com seus membros sejam heróis do dia a dia.

Voluntários em ação com crianças. (Foto: Divulgação)
Voluntários em ação com crianças. (Foto: Divulgação)

Como participar - Atualmente, o “time” tem 52 nomes, mas aceita novos membros. Qualquer pessoa pode participar, desde que seja maior de idade (menor só com autorização dos pais) e tenha vontade de ajudar.

Não leva jeito? Não se preocupe. Tem “curso”. “Fazemos treinamentos uma vez por mês. A gente explica como funciona, o que pode e o que não pode fazer em um hospital, como deve ser a abordagem em comunidades carentes... A pessoa passa a entender a estrutura e função social do herói”, explicou o Superman.

O problema é a fantasia? A Liga do Bem providencia. “Temos parceria com uma fábrica de malhas...”, disse.
Interessados devem enviar um e-mail para ligadobemcg@gmail.com. Para saber mais, acesse a Fan Page do projeto.

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