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Comportamento

Nem AVC seguido de infarto fizeram "Ligeirinho" desistir de espetinhos

Após ser obrigado a sair de feira para se recuperar, ele conseguiu recomeçar no serviço há pouco mais de 1 mês

Aletheya Alves | 05/06/2022 07:21
Vanderlei Ávila da Silva vende espetinhos na feira livre do Rita Vieira. (Foto: Aletheya Alves)
Vanderlei Ávila da Silva vende espetinhos na feira livre do Rita Vieira. (Foto: Aletheya Alves)

Há dois anos, Vanderlei Ávila da Silva estava no auge, vendendo quase 300 espetinhos por dia, na feira livre do Rita Vieira. Até que um AVC (Acidente Vascular Cerebral), seguido de pré-infarto, jogaram um balde de água congelante na vida dele. Mas nada para Vanderlei, que em maio ganhou o apoio da família e dos clientes para retornar ao trabalho após 6 meses de angústia.

Apelidado de “Ligeirinho”, o feirante explica que a sensação foi de que o AVC veio rápido, mas demorou para ir embora. “Meus irmãos me levaram para o hospital e fiquei no CTI por 4 dias, depois fiquei internado na enfermaria e voltei para casa. Logo depois tive um pré-infarto e lá vou eu para o hospital ficar mais 8 dias”, ele detalha.

Sem conseguir se mexer ao retornar para casa, ele passou os dois anos seguintes tentando retomar a totalidade dos movimentos, sendo que os primeiros 4 meses foram na cadeira de rodas.

Acho que não entrei em desespero porque eu ria de mim mesmo e aos poucos fui voltando. Minha irmã é que me deu a força inicial me chamando para arrumar um hora e isso é o que foi me ajudando porque me esforçava para me mover cada vez mais, explica Vanderlei.

Conforme Vanderlei se recorda, ele nunca pensou em desistir de voltar para a feira. Isso porque de todos os serviços que já fez, garante que estar no meio das pessoas foi seu favorito.

“Eu gosto é de ter contato com o povo, poder conversar e aqui ainda é com comida. Você ver que a pessoa gostou do que você fez, saber que meus clientes sentiram falta e que os novos estão gostando é muito bom”.

Por isso, assim que conseguiu, ele reuniu a tenda, pediu ajuda para a família e fez questão de buscar seu lugar na feira do bairro. E, com sorriso no rosto, ele reforçou que não gosta de falar das dificuldades, até porque os clientes nem deixam que o feirante caia na tristeza.

Geralda Maria da Silva e Antônio Lopes são parte dos clientes fiéis de Vanderlei. (Foto: Aletheya Alves)
Geralda Maria da Silva e Antônio Lopes são parte dos clientes fiéis de Vanderlei. (Foto: Aletheya Alves)

Parte do público fiel, Geralda Maria da Silva, de 71 anos, e Antônio Lopes, de 83, foram alguns que destacaram a saudade deixada por Vanderlei durante a recuperação.

Os dois são vizinhos do feirante e contam que se tornaram clientes de Vanderlei antes do AVC. “Ele fez falta aqui, a gente já se conhece há um bom tempo e ter ele de volta é bom mesmo”, diz.

Completando os elogios, Antônio fez questão de dizer que nem procurar outros vendedores de espetinho eles procuraram neste tempo. “A gente veio aqui na feira só uma vez desde que ele saiu, mas agora que vimos que ele ia voltar já viemos também. É o melhor espetinho da feira”, garante Antônio.

Espetinhos do feirante são vendidos em toda quinta-feira. (Foto: Aletheya Alves)
Espetinhos do feirante são vendidos em toda quinta-feira. (Foto: Aletheya Alves)

Além de continuar superando as sequelas, outro detalhe do retorno é que, por ter se afastado da feira durante seu período de recuperação, Vanderlei perdeu seu espaço e precisou recomeçar até como feirante.

Ele detalha que quem trabalha no ramo sabe que o espaço ideal para venda é no meio, mas que por ter chegado por último foi alocado em uma das pontas. Apesar disso, destacou que a felicidade de estar ali é maior do que as dificuldades.

Garantindo que agora não sai mais dali, Vanderlei está presente semanalmente toda quinta-feira no Rita Vieira, na banca 230. A feira livre fica localizada na Rua Novo Estado, esquina com Olinda Alves, a partir das 17h.

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