O que faz um jovem de 20 anos enfrentar frio de −25 °C para pregar?
Missionário voluntário, Cristiano passou 2 anos na Argentina pregando e enfrentou frio de −25°C
É natural que a maioria dos jovens aproveitem os 20 e tantos anos curtindo baladas, descobrindo novos prazeres e passando noites viradas. No entanto, o campo-grandense Cristiano Gonçalves da Silva optou pelo caminho oposto. Aos 20 anos, deixou o calor de Campo Grande para enfrentar um frio que chegou a -25°C na Patagônia, na Argentina. Tudo isso com o propósito de falar sobre Jesus como missionário voluntário da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Ao conhecer a história do jovem cristão, é inevitável se perguntar o que faz uma pessoa de 20 anos deixar a casa dos pais, para ir morar 2 anos em um lugar desconhecido, com cultura e idioma diferentes, sem remuneração e com apenas o objetivo de pregar?
Segundo ele, as razões caminham na sintonia daquilo que não se pode explicar, são coisas que nascem e são alimentadas pela fé. “Realmente foi uma oportunidade que eu tive de aumentar a minha fé, de me tornar uma pessoa melhor. Eu faria de novo, faria até mais tempo”, garante o jovem, que hoje tem 22 anos.
Cristiano passou dois anos dedicando 100% do tempo à missão religiosa, sem qualquer remuneração.
Ao Lado B, o jovem conta que nasceu e cresceu em Campo Grande, em uma família com raízes fincadas na fé. “Minha família sempre foi muito crente em Deus. Era algo natural nosso, parte da cultura da família”, relembra.
Na infância, ir à igreja era rotina, mas foi só na adolescência que a espiritualidade se tornou uma escolha própria. “Foi quando tive a oportunidade de entender que ser cristão e ter fé era algo que ia além da minha família. Era meu”, detalha.
Quando completou 20 anos, Cristiano fez o que poucos da sua idade fariam e se voluntariou para uma missão internacional.
A decisão, segundo ele, nasceu do amor por Jesus Cristo e do desejo de compartilhar a fé. “Cremos que as famílias podem ser eternas e que existe algo muito maior do que essa vida. Eu sabia que queria dedicar esse tempo ao Senhor”, explica.
“Desejo ajudar as pessoas a sentir esse mesmo amor, essa mesma paz. É algo que realmente mudou minha vida”, explica.
Cristiano não escolheu o destino, apenas aceitou o chamado. Foi parar em Comodoro Rivadavia, uma das cidades mais frias e ventosas da América do Sul. “Nunca tinha conhecido frio na vida. Cheguei com uma calça normal, sem proteção, e minha perna queimava de tanto frio”, lembra.
Apesar do choque térmico e cultural, o jovem missionário diz ter encontrado calor humano nos lugares por onde esteve falando de Jesus. “As casas eram fechadas, mas os corações eram abertos. Conheci pessoas incríveis e cheias de fé, mesmo nas dificuldades. Isso me marcou muito”, relata.
O campo-grandense lembra da receptividade das pessoas, mesmo em meio ao clima hostil. “Era uma guerra pra caminhar na rua por causa do vento. Mas mesmo assim, as pessoas eram amorosas. Algumas não queriam ouvir sobre a igreja, mas sempre havia respeito”, garante.
Cristiano voltou ao Brasil a poucos dias. Agora, se prepara para ingressar na universidade e construir uma carreira, com a bagagem de quem já encarou o frio extremo com a missão de transformar vidas. Para ele, os dois anos de missão foram um divisor de águas, do qual ele não se arrepende.
“Foi a melhor decisão da minha vida. Pude conhecer mais de Deus por meio das pessoas. Não trocaria por nada. Parece estranho, mas foi algo muito especial. Foi um desafio, sim, mas foi um presente”, resume.
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