ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 23º

Comportamento

Ouvindo absurdos até de médicos, mulheres perdem 40kg com reeducação

Naiane Mesquita | 27/01/2016 06:12
Priscila perdeu 40kg após médico duvidar de sua capacidade para emagrecer sem cirurgia (Foto: arquivo pessoal)
Priscila perdeu 40kg após médico duvidar de sua capacidade para emagrecer sem cirurgia (Foto: arquivo pessoal)

Priscila Bonfim Massocatto, 34 anos, pesava 180 kg quando saiu aos prantos de uma consulta médica. Com problemas nas amídalas, ela ouviu de uma forma nada simpática do médico que deveria entrar com o requerimento para a cirurgia bariátrica. O procedimento que a deixava em pânico estava fora de cogitação, mas segundo o especialista “era impossível ela emagrecer de outra forma”, relembra.

Priscila estava com problemas de peso desde que a filha com pouco mais de um aninho de idade havia falecido em decorrência de uma pneumonia bacteriana e viral. “Foi em 2003. Eu engordei muito, daquele jeito, de fingir que não está acontecendo nada, que não está vendo. Foram cerca de 90 quilos de uma vez.

Luana antes de começar a dieta seriamente (Foto: arquivo pessoal)
Luana antes de começar a dieta seriamente (Foto: arquivo pessoal)

Na época, fazer uma cirurgia bariátrica, de redução de estômago, estava fora de cogitação. “Sempre achei muito perigosa, tinha medo, não queria fazer”, relembra. Mesmo assim, o médico insistiu. “Ele disse que era quase impossível. Que era para eu levar o papel que iria acabar voltando para fazer”, ressalta.

A primeira reação da administradora foi se afundar ainda mais na comida. “Sempre foi uma fuga para mim, se estava triste ou feliz eu comia. Mas, depois de uns dias eu percebi que precisava mudar de vida, então fiz algumas mudanças alimentares”, relata.

Em 18 meses, Priscila perdeu 45 kg. “Comprei o livro daquela dieta Dukan, incorporei muita coisa na minha vida, cheguei a fazer os dias de ataque da dieta, cinco dias em que eu reduzi muito a alimentação. Só de trocar o arroz branco pelo integral senti a diferença”, diz.

Priscila cortou os doces, reduziu o refrigerante e fez dois meses de treino funcional. “Fui me adaptando de acordo com o que cabia no meu bolso. Fiz treino funcional na areia, mas meu joelho não aguentou e precisei continuar com a dieta. Eu saí muito magoada, com muita raiva, porque muita gente acha que engordamos porque queremos, por falta de vergonha na cara, mas a comida é uma fuga, um escape, só quem passa entende”, acredita.

Das lembranças de preconceito, ela recorda de uma entrevista de emprego em que foi recusada por estar acima do peso. “Um empresário disse que meu currículo era muito bom, mas que não conseguia emprego porque era gorda. Eu justifiquei que aquilo era preconceito e ele retrucou que era apenas ‘jogo de mercado’”, conta.

Agora, com ainda 134 kg, ela sabe que ainda falta muito caminho pela frente. “Preciso perder uns 90 kg para chegar ao que eu quero”, diz.

Luana perdeu mais de 10kg após problemas de saúde (Foto: Arquivo Pessoal)
Luana perdeu mais de 10kg após problemas de saúde (Foto: Arquivo Pessoal)

Foi pela reeducação alimentar e exercícios que a empresária Luana dos Santos Benites, 32 anos, conseguiu perder peso em pouco tempo. Após idas e vindas em nutricionistas sem sucesso, ela diz que o pontapé para qualquer mudança é ter um objetivo.

“De julho até agora eu perdi mais de 10 kg, sai do 79kg e estou no 66kg. No início é complicado, até hoje é. As pessoas não entendem. São vários chás de bebê, aniversários que você vira a chata, que nunca pode comer nada, tem gente que fala que nem vai te convidar mais. É um objetivo meu, por causa da minha saúde”, afirma Luana. 

A empresária frisa que a mudança aconteceu por saúde, após uma médica diagnosticar a Síndrome do Ovário Policístico, em que a perda de peso pode ajudar na recuperação. “Minhas amigas sempre foram mais magras e elas sempre me incentivavam a fazer exercícios físicos, que eu iria gostar, me sentir melhor e realmente. Comecei a correr na areia, no solo, caminhar no parque, até para trabalhar é melhor”, comemora.

Luana diz que não teve casos graves de preconceito, mas que as pessoas costumam olhar de forma diferente para quem está acima do peso, em especial, nos restaurantes e festas. “Lógico que você sente, vai ao restaurante e as pessoas já te olham, ficam observando o prato que você serve, mas nunca fui ofendida verbalmente”, resume.

Curta o Lado B no Facebook.

Nos siga no Google Notícias