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Comportamento

Raridade na Capital, coreana prefere trabalho a sofrer com futebol da Coreia

Maioria dos comerciantes de "olhos puxados" no Centro são da China

Ricardo Campos Jr. e Miriam Machado | 18/06/2018 11:00
Suki Lee Ha, 69 anos, tem uma loja de roupas na Rua 14 de Julho (Foto: Saul Schramm)
Suki Lee Ha, 69 anos, tem uma loja de roupas na Rua 14 de Julho (Foto: Saul Schramm)

Pela segunda Copa do Mundo seguida, encontrar coreanos que comentassem a estreia da seleção deles no mundial de futebol não foi tarefa fácil. São tantos olhos puxados no Centro e tanta gente achando que os orientais pertencem a uma da Coreias, que a reportagem foi até a área comercial acreditando que encontraria uma penca deles com um olho na televisão e o outro na contagem do troco da lojinha.

A peregrinação durou o tempo de jogo, cerca de 1h40 e o Campo Grande News encontrou uma única representante do país asiático, que preferiu não ver a partida dos patrícios.

Suki Lee Ha, 69 anos, tem uma loja de roupas na Rua 14 de Julho. Ela veio de Seoul para o Brasil com a família em 1986, ficou pelo menos três anos em São Paulo e depois mudou-se para Campo Grande, onde criou os filhos, hoje com 34 e 36 anos.

Jogadores da seleção coreana na Copa do Mundo da Rússia (Foto: Fifa/divulgação)
Jogadores da seleção coreana na Copa do Mundo da Rússia (Foto: Fifa/divulgação)

O marido dela também é da Coreia. Ele ficou em casa para acompanhar a partida, mas a mulher optou em trabalhar. “Eu tenho que ganhar, se eu fecho a loja, eu perco”, disse entre poucas palavras à equipe de reportagem.

Suki viu o Brasil empatar com a Suíça e ficou desanimada. Sabe que a qualidade técnica da seleção coreana é inferior e isso ajudou a aumentar o desinteresse pelo jogo de hoje. “Nosso futebol é fraco. Só o fato de a Coreia ter ido para a Copa já é maravilhoso, mas meu coração não aguenta”, disse.

A empresária diz que o Brasil tem mais chances de vencer do que os asiáticos e por isso prefere se vestir de verde e amarelo, unindo vozes à torcida do país que a acolheu.

Sobre a dificuldade em encontrar coreanos na cidade, diz que houve uma época em que a quantidade de patrícios no município era maior, mas com dificuldades em arrumar emprego, muitos foram para São Paulo e vários voltaram para a Coreia. Ela sabe existe uma comunidade em Jardim, mas não soube dar detalhes.

Antenor Baracho Montenegro tem 64 anos e trabalha como engraxate na área desde os 14 anos e garante que “os coreanos estão misturados com os chineses”. (Foto: Saul Schramm)
Antenor Baracho Montenegro tem 64 anos e trabalha como engraxate na área desde os 14 anos e garante que “os coreanos estão misturados com os chineses”. (Foto: Saul Schramm)

O Campo Grande News bateu em cada loja de bugigangas e lanchonete onde havia pessoas com traços orientais. A esmagadora parte é chinesa e apontavam estabelecimentos onde poderiam haver coreanos.

Existe uma lenda urbana que os empresários de olhos puxados no Centro são todos coreanos. Antenor Baracho Montenegro tem 64 anos e trabalha como engraxate na área desde os 14 anos e garante que “os coreanos estão misturados com os chineses”.

Nem a Escola de Coreano ajudou. O atendente disse que só havia uma pessoa vinda daquele país no local, que não estava assistindo jogo por conta de uma reunião.

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