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Comportamento

Vontade de ser mãe superou dois abortos, tratamentos e hoje Fabi carrega Caio

Ainda gravidinha, a dentista Fabiany fala sobre como o sonho da maternidade também exige antes mesmo do filho nascer

Thaís Pimenta | 13/05/2018 07:53
Murilo completa oito meses dentro da barriguinha de Fabiany neste Dia das Mães (Foto: Thaís Pimenta)
Murilo completa oito meses dentro da barriguinha de Fabiany neste Dia das Mães (Foto: Thaís Pimenta)

Fabiany Ferraz Nery, de 44 anos, tem a história da mulher moderna, que geralmente deixa para pensar na maternidade depois da estabilidade financeira, das viagens feitas e do casamento. Ela só quis ser mãe em 2015, quando engravidou naturalmente de Tiago, o marido. O aborto espontâneo, considerado normal nas primeiras gestações, aconteceu com 6 semanas de gravidez. Em outubro do mesmo ano, mais uma vez o casal recebeu a notícia do exame positivo. Chegaram até a ouvir os batimentos cardíacos do bebê, mas em dezembro, durante um exame de rotina, Fabiany descobriu que o feto estava morto.

"Esse momento foi traumático, porque você começa a se questionar sobre o que pode estar acontecendo. Tive que fazer curetagem, um procedimento bem complicado", desabafa ela. 

Então em 2016, mesmo tentando, nenhum positivo apareceu nos testes de farmácia. Preocupada, Fabiany começou a investigar as possíveis causas dos abortos e de a gravidez não acontecer. "É aquele momento de começar a peregrinação atrás de respostas. Fui em cerca de nove ginecologistas em Campo Grande,  até que uma amiga minha me indicou ir para São José do Rio Preto, no Centro de Reprodução Humana mais confiável do Brasil, foi o que fiz".

Ela então recebeu o diagnóstico de trombofilia, o que justificou tudo o que vinha acontecendo. "Eu tenho facilidade de criar coágulos de sangue, o cordão umbilical e a placenta são atingidos e por isso os abortos de repetição". Para não correr riscos, ela e o marido escolheram fazer uso do máximo de tecnologia possível. 

Como a adoção nunca foi uma possibilidade para o casal, eles escolheram bancar uma fertilização in vitro e fizeram tudo que foi possível para a gravidez saudável aconteceu. Fabiany enfrentou tratamentos que realmente cansavam seu corpo, baixavam sua imunidade, para se preparar para receber o bebê.

Tiago e Fabiany prestes a receber o primeiro filho. (Foto: Acervo Pessoal)
Tiago e Fabiany prestes a receber o primeiro filho. (Foto: Acervo Pessoal)

Foram implantados dois embriões, mapeados geneticamente para evitar que o bebê tivesse algum tipo de síndrome. Outro ficou congelado, para caso não desse certo a primeira inseminação, mas o resultado tão esperado chegou. O procedimento vingou e feto completa oito meses dentro da barriguinha de Fabiany neste Dia das Mães.

O nome Murilo significa "pequena muralha", que define bem a força de toda a família ao insistir no sonho da maternidade e, também, da paternidade. Durante todos os dias de gestação, a mãe teve que receber uma injeção de anticoagulante para permitir que o bebe se desenvolvesse bem dentro de seu ninho.

O que justifica tamanha vontade é ter um companheiro para o resto da vida, um amigo, um laço profundo. A insegurança acompanha a mãe todos os dias. "Pra mim, eu vivi um milagre de, na primeira inseminação, tudo ter dado certo. Acho que descobri mais fé em Deus, na vida e estou conhecendo o tamanho da minha força emocional".

Cada chute de Murilo é motivo de alegria e o Dia das Mães já está sendo especial com o guerreiro na barriga de Fabiany. "É uma vitória diária".

A cesárea está marcada para o começo de junho e a mãe não aguenta mais ter de esperar para segurar Murilo nos braços. "Espero passar pra ele os valores de uma pessoa do bem. Quero que ele tenha noção que a vida não é fácil, mas que ele sempre terá nosso colo para ser confortado", finaliza.

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(Foto: Thaís Pimenta)
(Foto: Thaís Pimenta)
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