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Consumo

Já ouviu falar em plano de saúde para gatos e cachorros? Campo Grande agora tem

Elverson Cardozo | 19/12/2012 08:20
Caes e gatos, clientes da empresa recebem carteirinha do plano. (Foto: João Garrigó)
Caes e gatos, clientes da empresa recebem carteirinha do plano. (Foto: João Garrigó)

O serviço vem sendo oferecido em outros Estados há algum tempo, mas por aqui, como tudo demora a chegar, é novidade. Já ouviu falar em plano de saúde para gato e cachorro? A proposta é simples e parecida com as coberturas oferecidas pelas operadoras que atuam na maioria das cidades brasileiras. A diferença é que os clientes têm quatro patas e não falam.

Na Capital, Unidog Med Center, uma das empresas que investe no ramo, está de portas abertas há 1 ano e meio e começa a se consolidar. Supre parte da demanda do mercado especializado - que muitas vezes fica aquém das expectativas dos clientes – e se destaca pelos serviços oferecidos.

O público alvo é a classe A e B, que costuma gastar com os animais, mas assinar um contrato desses, mesmo para quem não pretende colocar a mão no bolso, pode baratear custos em casos de emergência, por exemplo.

Quem tem cachorro ou gato e já passou por apertos quando o bicho ficou doente sabe que o atendimento particular não é nada barato. A consulta, em regime de plantão – ou aos finais de semana e feriados -, geralmente passa dos R$ 100,00, fora exames, medicações, taxas de internação e hospedagem. O valor, dependendo do caso e complexidade, pode triplicar.

De olho nessa demanda e apoiados na justificativa de que prevenir pode sair mais barato, a empresa resolveu investir em planos. São três no total, com contrato de 1 ano e pagamento mensal.

O mais barato, broze, sai por 80,00 e oferece 11 serviços. Na lista, vacinas importadas, rábica, vermifugações, consultas, exame anual de leishmaniose, banhos e tosas mensais, diárias de hospedagem no hotelzinho e dias de internação.

O plano prata, que custa R$ 100,00, oferece duas opções a mais: vacinal gripal e exame citológico (pesquisa de ectoparasitas). O mais caro, o ouro, sair por R$ 130,00 e inclui seis exames de sangue, limpeza de tártaro, raio-x e ultrassonografia.

Em caso de cirurgia, todos os planos cobrem 50% do valor contratado. No primeiro, o valor máximo estabelecido para o procedimento é de R$ 100,00. A empresa, neste caso, paga R$ 50,00.

Robson Maniero, diretor comercial do grupo. (Foto: João Garrigó)
Robson Maniero, diretor comercial do grupo. (Foto: João Garrigó)

No prata, o máximo é R$ 300,00. A contrapartida do plano é de R$ 150,00. No ouro, o valor autorizado para cirurgia, com cobertura de 50%, é de R$ 200,00. O cliente só desembolsa R$ 100,00.

Valores superiores aos preços estabelecidos em cada plano ficam a cargo do contratante. Os três incluem consultas, em clínicas, até às 18h. Depois desse horário o atendimento é domiciliar, mas não há taxas. Quatro veterinários estão à disposição para plantões.

Todos os animais que possuem planos são cadastrados no sistema da Unidog. O proprietário recebe uma carteirinha com o nome e foto do bicho, raça e código do contrato. O cartão demora 24 horas para ficar pronto e vem bloqueado.

Funcionamento - O dono, ao procurar atendimento para o animal - seja para tosa, banho, consulta, cirurgia ou qualquer serviço - deve fornecer o documento do cão ou gato para que a prestadora vinculada gere uma guia e o atendimento seja efetivado.

Segundo o diretor comercial do grupo, Robson Maniero, de 44 anos, a rede tem em torno de 40 empresas credenciadas em Campo Grande e 5 no interior do Estado, nas cidades de Naviraí, Coxim, São Gabriel do Oeste e Ponta Porã. A idéia é expandir a cobertura.

Robson estima que a economia, para quem costuma gastar em petshops e clínicas, pode chegar a 70%. “Na verdade, o nosso convênio é de um plano de saúde que agrega outros serviços”, disse.

O diferencial, avaliou, está relacionado à qualidade e a livre escolha que o cliente usufrui. “Os outros planos que existem no mercado são planos internos. O cliente, se ficar insatisfeito, não pode sair. No nosso caso, ele pode mudar”, afirmou.

Cancelamento - De acordo com o diretor, em caso de rescisão não há taxa de cancelamento, mas a partir do momento em que um serviço do plano for utilizado – um banho que seja -, a empresa cobra a totalização integral dos meses restantes.

Por exemplo: Como não há carência, se o cliente fechar o contrato hoje, amanhã, com o cartão em mão, já pode levar o cão para consulta, banho, tosa ou retirar o tártaro, de acordo com o plano contrato.

Mas no mês seguinte, se desejar cancelar, vai ter de pagar os 11 meses restantes. Se usou 7 meses, pagará outras cinco mensalidades para fechar o ano. E por aí vai. Só não é cobrando se nenhum serviço for utilizado. “Mas é negociável”, salientou, acrescentando que, até agora, não houve problemas nesse sentido.

Robson justificou a fidelização fazendo um comparativo com as operadoras de telefonia e citando possíveis clientes que agem de má fé. Situação que, na avaliação dele, compromete os lucros da empresa.

Para o superintendente do Procon, Alexandre Rezende, fidelização é abusiva. (Foto: Minamar Junior)
Para o superintendente do Procon, Alexandre Rezende, fidelização é abusiva. (Foto: Minamar Junior)

O que diz o Procon? - Diante da discussão, o Lado B resolveu procurar o Procon para entender a legalidade dessa cobrança e alertar o consumidor.

Antes de iniciar as explicações, o superintendente do órgão, Alexandre Rezende, ressalta que não existe regulamentação específica para plano de saúde animal e nem agência que regulamente a prestação de serviço desse gênero. O que vale, portanto, são as cláusulas contratuais.

“Mas é claro que todo contrato pode ser revisto. Ele não pode ter nenhuma cláusula abusiva”, disse.

Sobre o caso citado nesta reportagem, Alexandre interpretou a fidelização como abusiva e afirmou que o ideal seria estabelecer uma multa rescisória, direito da empresa. Mas há um cálculo para esse valor, explicou.

“Há entendimento e jurisprudências de que a multa não pode ser superior a 10% do restante do período. Se falta R$ 600,00, a multa deve ser de R$ 60,00”, exemplificou.

Mesmo com possíveis abusos por parte dos contratantes, a empresa, na avaliação do superintendente do Procon, não pode cobrar por um serviço não utilizado.

“Pode até ser má fé do cliente, mas é por isso que a empresa tem que fixar uma multa de rescisão. Ela não pode fazer esse tipo de fidelização. O consumidor não teve pagar por um serviço que efetivamente não está sendo prestado”, argumentou.

Serviço - A Unidog Med Center fica na rua Dom Aquino, 494 (duas quadras acima da antiga rodoviária). O telefone para contato é o 3325-1425 ou 0800-647-0025. Outras informações podem ser obtidas no site www.unidogmedcenter.com.br.

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