ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 23º

Diversão

Boate dominada por lésbicas tem drink de 2 litros e criações como “Sapatônica”

A casa noturna aberta no Jardim dos Estados é mais uma tentativa na cidade de vingar sem preconceito

Alana Portela | 24/06/2019 07:53
Na boate Bee Music que domina são as mulheres (Foto: Henrique Kawaminami)
Na boate Bee Music que domina são as mulheres (Foto: Henrique Kawaminami)

Agora é a vez das lésbicas dominarem o espaço e aproveitarem as noites na mais nova boate de Campo Grande, a Bee Music. A casa noturna fica no bairro Jardim dos Estados e abriu para o público LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queer), com drinks de 2 litros na torre, sinuca e banheiros unissex. Nenhum hétero é barrado, mas o lugar não admite preconceito, e quem mexer com elas é convidado a se retirar.

A estudante Andressa Santana resolveu investir na casa noturna para reunir as amigas. “Sou lésbica, DJ, gosto de fumar narguilé, e quando vou em lugares, sempre estou acompanhada de uma namorada, ficante ou amigas, rola falta de respeito, comentários e preconceitos. Por isso, surgiu a ideia de criar uma boate para o público LGBT, com foco nas mulheres”, conta.

Andressa é a proprietária do Bee Music e fala sobre a proposta do local (Foto: Henrique Kawaminami)
Andressa é a proprietária do Bee Music e fala sobre a proposta do local (Foto: Henrique Kawaminami)

Ela conta que toca em outras boates, porém, afirma que pelo fato de ser mulher, encontrou algumas dificuldades no trabalho. Por isso, também prioriza a contratação de meninas. “Como mulher é muito difícil de chegar em certos lugares. Aqui, por exemplo, até para a hora do pagode temos contrato com umas meninas lésbicas, porque os héteros já têm o público deles”, diz.

Outra opção de música ao vivo é o sertanejo e os DJs que tocam nas vésperas de feriados, sextas e sábados a partir das 23h e nos domingos das 18h às 00h. Até a meia-noite a entrada é livre, após esse horário é cobrado R$ 10,00.

Apesar de ser para mulheres, o espaço também está aberto para receber gays e héteros (Foto: Henrique Kawaminami)
Apesar de ser para mulheres, o espaço também está aberto para receber gays e héteros (Foto: Henrique Kawaminami)
O espaço conta com narguilé nas áreas reservadas com mesa (Foto: Henrique Kawaminami)
O espaço conta com narguilé nas áreas reservadas com mesa (Foto: Henrique Kawaminami)

Respeita as minas - Apesar de ser voltada a um público específico, a boate também é aberta para os héteros, porém tem que ter respeito. “Deixamos claro que aqui é um espaço LGBT porque se houver algum tipo de preconceito, a pessoa é convidada a se retirar. É um local que a gente pode se beijar, ter afeto, se sentir mais livres e confortáveis”, afirma.

Quem vai à casa noturna tem direito a jogar sinuca grátis, e quem quiser pode reservar os bistrot, pequenos espaços com sofás para sentar. Ainda tem a área camarote, ao lado da mesa de sinuca, por R$ 100,00.

As decorações da boate fazem referência à abelha, e na parede tem um adesivo amarelo com desenhos dos favos de mel. A casa tem uma pequena área externa para fumantes e para a mulherada retocar a make. Os banheiros são unissex, é só entrar em um deles, independente de ser homem ou mulher.

O espaço conta com decoração de abelha na parede e as convidadas podem ver de perto a apresentação da dj que estiver tocando (Foto: Henrique Kawaminami)
O espaço conta com decoração de abelha na parede e as convidadas podem ver de perto a apresentação da dj que estiver tocando (Foto: Henrique Kawaminami)
Tem drink de 2 litros na torre (Foto: Henrique Kawaminami)
Tem drink de 2 litros na torre (Foto: Henrique Kawaminami)
O drink Sex on the bee é uma opção de bebida da casa (Foto: Henrique Kawaminami)
O drink Sex on the bee é uma opção de bebida da casa (Foto: Henrique Kawaminami)

Drinks - O local tem drinks de 300 ml e torre de 2 litros, e os nomes são ousados para fazer jus a proposta da boate.

Tem a “Sapatônica”, com gyn, água tônica e limão. O “Sex on the bee” é preparado com vodka, suco de laranja, licor de pêssego e groselha. O “Orgasmo” leva vodka, catuaba e leite condensado. O “Marguegay” tem vodka, suco de limão, licor de pêssego e açúcar. O “Segura a Gay” é feito com vodka, catuaba e citrus. Os valores das bebidas variam de R$ 10,00 a R$ 60,00.

Frequentadoras - A secretária Adrielle Costa, moradora do bairro Aracy Coelho, desde que soube da boate passou a frequentar o lugar. Para ela que é lésbica, a casa noturna é mais confortável. “Já frequentei outras boates héteros, mas não me senti a vontade. A melhor coisa que fizeram foi abrir um espaço pra gente. Aqui estou em casa”, disse.

Giovanna conta que o local chamou atenção por ser boate e ter narguilé (Foto: Henrique Kawaminami)
Giovanna conta que o local chamou atenção por ser boate e ter narguilé (Foto: Henrique Kawaminami)
Haytana conheceu a boate no sábado passado e diz ter se sentido confortável (Foto: Henrique Kawaminami)
Haytana conheceu a boate no sábado passado e diz ter se sentido confortável (Foto: Henrique Kawaminami)

Giovanna Urbanin é estudante e diz que viu muita novidade na casa. “Achei interessante, me chamou atenção a questão da tabacaria. Fiquei sabendo do local por conta da minha ex-mulher que tocou aqui. O pessoal é tranquilo. As bebidas das torres de drinks é a primeira vez que vejo”, conta.

A estudante Haytana Ashiley é hétero e conheceu a boate no sábado (22). Ela relata que gosta de sair para as baladas, porém sofre com os assédios. “Tenho bastante amigos gays que me trazem para dançar, podem vir de maneira que quiser que não sofre com olhares e não é assediada. Nas baladas de hétero, quando a gente dança ou coloca uma certa roupa não se sente confortável, já aqui me sinto bem”, afirmou.

A Bee Music fica na Rua Brasil, 83, Jardim dos Estados.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram

As mulheres podem assistir as apresentações sentadas nas cadeiras amarelas (Foto: Henrique Kawaminami)
As mulheres podem assistir as apresentações sentadas nas cadeiras amarelas (Foto: Henrique Kawaminami)
Nos siga no Google Notícias