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Sabor

Do pangaré ao quarto de milha, hamburgueria tem cavalos inspirando cardápio

Paula Maciulevicius | 25/04/2017 07:31
Carro-chefe da casa, Mangalarga, feito com hambúrguer artesanal. (Foto: Alcides Neto)
Carro-chefe da casa, Mangalarga, feito com hambúrguer artesanal. (Foto: Alcides Neto)

A receita que Diego começou a produzir na república onde morava com colegas engenheiros virou negócio. Quando o acordo entre os cinco moradores da casa, ainda em Cuiabá, era o de revezar na cozinha às quintas, ele inventou um hambúrguer. O prato artesanal ganhou fama até na cidade natal dele, no Paraná, para então se apresentar ao público campo-grandense, num estilo rústico.

Recém aberta, a hamburgueria na Rua Euclides da Cunha reúne um pouco da história de Diego e Maísa. O casal que ainda está noivo se conheceu em Cuiabá, enquanto ela fazia faculdade de Medicina e ele trabalhava já como engenheiro. Juntos há quatro anos, quando decidiram empreender, a opção foi por uma cidade que ficasse no meio do caminho para as duas famílias, a dela que está no interior do Mato Grosso e a dele, no Paraná.

"Eu sempre gostei de cozinhar. E essa receita eu fazia muito lá e até na minha cidade. Sempre tive vontade de empreender, mas não sabia o que", conta Diego Silva, de 29 anos. A noiva recorda todas as ideias que ele teve antes de chegar no hambúrguer. "Brinco que ele não podia ver uma franquia, que falava vou abrir de paçoca, de pé de moleque, de tudo. Até ele ir desenvolvendo amor pelo hambúrguer", revela Maísa Bodevan, de 27 anos. 

Ela é médica e ele, engenheiro. Juntos, Maísa e Diego abriram hamburgueria. (Foto: Alcides Neto)
Ela é médica e ele, engenheiro. Juntos, Maísa e Diego abriram hamburgueria. (Foto: Alcides Neto)

Entre fazer a receita e começar a trabalhar na ideia de fazer dela um mercado, foram dois anos. Tempo em que Diego até aceitou convite do bar de um amigo para servir hambúrguer. O casal também aproveitou o período para conhecer as hamburguerias das grandes cidades e até dos hermanos argentinos. "Comecei a pegar gosto pelos locais e estilo delas e até como os donos tratavam a equipe", relata Diego.

Médica, Maísa ri ao confirmar que o negócio não tem nada a ver com sua área de atuação, Psiquiatria. "Mas a gente vai conhecendo as melhores marcas de catchup, de maionese, conhecendo um mundo completamente novo. Eu ia vendo o que gostava ou não, pegando ideias de hamburguerias, descartando outras", descreve ela. 

A busca pelo ponto começou em janeiro, depois de ter todo plano de negócios desenvolvido. Com a ideia de oferecer um ambiente descolado, informal e agradável, eles optaram por abrir entre um restaurante de sushi e uma tabacaria, numa das ruas consideradas nobres da cidade.

"Nossa ideia é menos terno e mais chinelos. Queremos que as pessoas possam vir e comer um hambúrguer bom para caramba e com um preço acessível", anuncia Maísa.

Ambiente tem detalhes rústicos. (Foto: Alcides Neto)
Ambiente tem detalhes rústicos. (Foto: Alcides Neto)
E espaço também na área externa. (Foto: Alcides Neto)
E espaço também na área externa. (Foto: Alcides Neto)
Quadrinhos dão o tom descolado. (Foto: Alcides Neto)
Quadrinhos dão o tom descolado. (Foto: Alcides Neto)

O projeto trabalhou a arquitetura nos detalhes, mesclando concreto queimado em uma das paredes e tijolinho à vista na outra. A iluminação vem entre as calhas e também através de pendentes. E, para sentar, são mesas e cadeiras e uma das partes só com bancos.

De madeira de demolição, em cada uma das mesas, vai a marca do negócio: uma ferradura. O nome "Cavallo Burger" foi a adaptação que Maísa conseguiu fazer em cima da ideia inicial do noivo.

Como o apelido de Diego era Pela Jegue, devido a um grupo de amigos dos tempos de adolescente, ele até tentou levar essa brincadeira para a loja. "Aí eu falei que não", brinca Maísa. Cavalo sugere um nome forte, impactante e que, segundo o casal, combina com a ideia que se quer passar, além de remeter ao mundo agro, tão presente em Campo Grande.

A capacidade é para 40 pessoas, no máximo, mas o que se quer é oferecer comida de qualidade, em um ambiente intimista e pequeno, mas bem aproveitado. E como o local tem esta pegada rústica, sem deixar de ser uma hamburgueria, a playlist alterna entre o rock e o sertanejo.

Casa comporta até 40 clientes. (Foto: Alcides Neto)
Casa comporta até 40 clientes. (Foto: Alcides Neto)

Cardápio - A casa trabalha com cinco hambúrgueres e dois cachorros quentes com valores entre R$ 16,90 e R$ 23,90. O nome das opções remete aos cavalos de personagens e também a raças. O carro-chefe da casa é o Mangalarga, feito a partir de pão australiano, com hambúrguer bovino, queijo cheddar, cebola caramelizada, bacon e maionese cavallo.

Além do australiano, a casa trabalha com pão de brioche e de hot dog, com destaque para a salsicha viena, produzida a partir de carne e que raramente se encontra nos estabelecimentos da Capital.

"Você vê que os lanches todos têm nomes. O Pégasus é o cavalo do Hércules, Pangaré e Pé de Pano do Pica-pau e Mangalarga e Quarto de Milha, são raças", explica Maísa. 

Além do hambúrguer artesanal de 160g, Diego também criou dois molhos especiais, que são segredo da casa. A maionese Cavallo, feita de leite, com leve toque de alho e de picles. 

A casa só não abre hoje, às terças-feiras, mas se mantém funcionando de quarta a segunda, das 18h até a meia-noite. O Cavallo Burger fica na Rua Euclides da Cunha, 228, no Jardim dos Estados.

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