ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 24º

Sabor

Famosa na década de 80, família vai reabrir sorveteria Cacimba

Thailla Torres | 15/06/2020 07:22
Foi só foto ser publicada nas redes sociais para chover comentários e lembranças sobre a sorveteria. (Foto: Roberto Higa)
Foi só foto ser publicada nas redes sociais para chover comentários e lembranças sobre a sorveteria. (Foto: Roberto Higa)

Na última semana, fotografias compartilhadas via Facebook se espalharam na memória do campo-grandense graças ao gelado que dificilmente alguém dispensa. Fachada e inauguração da Cacimba Sorvetes, clicadas na década de 80, mostra como o lugar deixou saudade. Os registros de autoria do fotógrafo Roberto Higa renderam milhares de comentários e a surpresa de que a sorveteria será reaberta, agora em novo endereço.

Nas imagens da inauguração da sorveteria na Rua 13 de Maio, segundo Higa, em 1983, o local aparece lotado. Virou o “point” do campo-grandense, revelam alguns amigos em comentários.

Nas imagens da inauguração da sorveteria na Rua 13 de Maio, segundo Higa, em 1983, o local aparece lotado.
Nas imagens da inauguração da sorveteria na Rua 13 de Maio, segundo Higa, em 1983, o local aparece lotado.

A fundação foi responsabilidade de Francisco Pereira Lima, popularmente conhecido como “Lima”, já falecido. Na época, em 1986, ele vendeu a sorveteria para outra família, após o filho sofrer um acidente.

Quem comprou a sorveteria e é dona da marca desde 1986 é a família da advogada Michelle Marques Tabox Garcia de Oliveira, 41 anos, que após quase duas décadas decidiu reviver o que virou tradição na cidade.

Por telefone, a pausa se faz necessária para Michelle recuperar o fôlego e continuar a contar a história da sorveteria. “Falar da Cacimba deixa meus batimentos cardíacos elevados. É um sonho antigo reviver essa história”, diz emocionada.

A sorveteria passou a fazer parte da família quando o pai Filinto Marques Garcia veio de Três Lagoas e comprou o estabelecimento de forma repentina. “E nós cuidamos do registro ao longo desses anos”, lembra.

Filinto Marques Garcia veio de Três Lagoas e comprou o estabelecimento em 1986.
Filinto Marques Garcia veio de Três Lagoas e comprou o estabelecimento em 1986.

O local teve no passado três endereços: Rua 13 de Maio, Rui Barbosa e Avenida Afonso Pena (onde funcionou até 2003). Agora, a reabertura será na Avenida Eduardo Elias Zahran, com inauguração prevista para setembro.

“O meu pai ficou com cacimba de 1986 até 2003, depois ele vendeu o ponto para o meu tio, que depois vendeu o ponto para a rede Bobs”.

A história de sucesso presente até hoje no imaginário do campo-grandense teve fim após desafios. “Fechamos por questões particulares, dentre eles, um acidente com a minha mãe. À época nosso objetivo era cuidar da família e não poderíamos mais dar continuidade, mas ela (sorveteria) nunca deixou de fazer parte da nossa história”.

Michelle voltou a Campo Grande em 2006, formou-se em Direito, casou, teve filhos e guardou na caixinha de memórias a saudade da sorveteria. Foi em 2016, após o falecimento da avó, que ela decidiu escrever um novo capítulo da história familiar.

“Eu sempre tive o desejo de trazer a Cacimba de volta, e sempre tive o apoio da família para isso. Quando falei com o meu pai em 2016 sobre a ideia de voltar, ele me apoiou e passou a me ajudar”.

A decisão de voltar, porém, não seria colocada em prática rapidamente. “Decidimos fazer tudo com muita calma, com intuito de não ser mais uma sorveteria na cidade, mas o resgate de uma tradição”.

Ainda hoje, o telefone de Michelle e Filinto tocam sem parar. Do outro lado da linha estão clientes antigos, filhos, pais, trabalhadores que nunca esqueceram o sabor do sorvete. “Me contam histórias, mandam mensagens, narram sobre casamentos, noivados, namoros e momentos em família que tiveram a sorveteria como cenário. O lugar se tornou história com muitos momentos bons e isso me emociona muito”.

A ideia é caminhar com a modernidade sem perder as referências, explica a advogada. “A ideia é trazer as taças e sabores já conhecidos, inclusive, estou tentando trazer a mesma receita do sorvete servido na época. Mas também haverá o famoso gelato”.

Orgulhosa da história da família, que até foi homenageada e levou prêmio no ano passado, o retorno da sorveteria reforça também o amor pela dedicação do pai. “Como filha eu tenho uma honra de ter herdado essa história, meu pai representou a transformação na minha vida e na vida dos meus irmãos. E depois de tudo o que vivemos, tudo o que enfrentamos, conseguir reviver a sorveteria é tido também como um milagre pela nossa família”.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.

Filinto e Michelle durante entrega de premiação no ano passado.
Filinto e Michelle durante entrega de premiação no ano passado.


Nos siga no Google Notícias