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Sabor

Há 22 anos, Márcio é o salgadeiro oficial do Camelódromo

Comerciante largou a banca de verduras no Mercadão Municipal e, desde então, trabalha na lanchonete

Jéssica Fernandes | 16/11/2021 14:49
Márcio dentro da lanchonete onde trabalha há mais de 20 anos. (Foto: Jéssica Fernandes)
Márcio dentro da lanchonete onde trabalha há mais de 20 anos. (Foto: Jéssica Fernandes)

Márcio Minoru Deai, 50 anos, é um comerciante ocupado e carismático, que administra há mais de 20 anos, uma lanchonete no Camelódromo de Campo Grande. A fama rendeu elogios e um pedido para que a história do personagem de um dos principais centros de compras fosse contada pelo Lado B.

Antes de chegar ao local, ele trabalhou durante um bom tempo vendendo verduras no Mercadão Municipal, porém cansou do ramo e resolveu que estava na hora de ganhar a vida com os salgados.

A rotina dele é regrada, pontual e um pouco corrida devido aos clientes que a todo instante chegam pedindo café, suco natural, tubaína ou um dos diversos salgados fritos e assados disponíveis na vitrine. Entre um atendimento e outro, Márcio conseguiu conversar com o Lado B e contar um pouquinho sobre a própria história.

Desde 1999 no mesmo box, Márcio comprou o espaço após um conhecido fazer a oferta. “Eu tinha banca no Mercadão, mas verdura você perde muito com seca, sol, chuva, tudo influencia. O menino daqui foi lá e falou para eu comprar a lanchonete. Como vi que dava mais dinheiro, vendi a banca e vim trabalhar aqui”, relata.

Márcio ajeitando alguns dos salgados da vitrine. (Foto: Jéssica Fernandes)
Márcio ajeitando alguns dos salgados da vitrine. (Foto: Jéssica Fernandes)

Nesses 22 anos, ele viveu os tempos mais movimentados do Camelódromo, conheceu diversos turistas  e presenciou quando o público da cidade deixou de visitar o espaço com a mesma frequência e euforia de antes.

De acordo com o comerciante, a redução no número de frequentadores ocorreu porque os produtos, antes inéditos no local, agora são comuns nas outras regiões da Capital. “Antigamente, essas coisas do Paraguai não vendiam nas lojinhas, você só encontrava no Camelódromo, então, isso aqui lotava. Hoje em dia, qualquer bairro, galeria tem esses produtos”, fala.

Apesar da diminuição na quantidade de visitantes, Márcio nunca deixou de trabalhar no ponto comercial. “Eu adoro trabalhar aqui, passo umas raivas, mas é normal. Acho que esse é um dos melhores empregos que poderia ter na vida, converso com um monte de gente diferente o dia todo. A maioria é mais novo, então, isso faz eu me sentir mais jovem também”, afirma.

Pão de queijo vendido no ponto comercial. (Foto: Jéssica Fernandes)
Pão de queijo vendido no ponto comercial. (Foto: Jéssica Fernandes)

No local, o proprietário vende uma variedade de salgados fritos e assados, como pão de queijo, esfiha, risole, hambúrguer, steak de frango, pão italiano, salgado de salsicha, coxinha e cigarrete de presunto e queijo. Para acompanhar, os frequentadores podem escolher para beber café, suco, suco com leite, tubaína, além de refrigerantes e água mineral.

O pão de queijo é o favorito do público na opção de assados e na parte dos fritos, o cigarrete é o favorito da galera. Questionado sobre quem cria os salgados, Márcio faz mistério. “É segredo de estado”, brinca. O bom humor é outra característica do vendedor, que não aparenta ter 50 anos e só revelou a idade no fim da entrevista. “Gordinho não mostra ruga”, ri.

Depois de duas décadas no Camelódromo, Márcio ainda não pensa na aposentadoria e segue firme atendendo os clientes, colegas de outras bancas e amigos antigos que fez no local. Faça chuva ou sol, a lanchonete abre pontualmente de segunda a sábado, das 8h às 18h. Quem quiser experimentar um dos salgados, Márcio dá a dica: “Aqui tem o melhor pão de queijo da cidade”, conclui.

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