Hora do tapetinho? Cuidado para não fazer seu cão comer as próprias fezes
Adestrador alerta que castigar cachorro por xixi no lugar errado pode fazer ele desenvolver coprofagia

Ensinar o cachorro a fazer xixi no lugar certo pode até parecer desafiador, mas com paciência e compreensão, é totalmente possível. Para mostrar como esse processo pode ser feito sem traumas para o pet, o adestrador Anderson Pestille explica alguns fatores que podem dificultar o caminho. Segundo ele, quando se usa a estratégia errada, o resultado pode ser o oposto do esperado e, em alguns casos, o cachorro pode até começar a ingerir as próprias fezes.
Para quem mora em apartamentos e casas que não têm quintal, o tapete higiênico é uma ótima opção. A educação sanitária do cão começa com uma boa organização do ambiente. Apesar dos cães, em sua maioria, já nascerem com senso natural de higiene, é necessário orientar onde é o “cantinho” para as necessidades deste filhote. Mas calma, caso você tenha um cachorro já adulto que não sabe isso, a batalha não está perdida.
Segundo Anderson, tem que ficar claro para o cachorro onde é o dormitório, onde é o local da comida e onde vai ser o local para as necessidades. Há desvios de comportamento em que o animal acaba brincando com as fezes e até comendo, a chamada coprofagia.
Quando o dono pune o animal por não fazer o cocô no lugar certo, pode confundir o entendimento do cão. Ele pode não entender que fez no lugar errado, mas apenas que fez. "Já atendi cães que desenvolveram coprofagia, comiam o cocô e lambiam o xixi para sumir com a prova do crime, por exemplo".
Além do cão desenvolver um hábito prejudicial, puni-lo pode até gerar ansiedade no bichinho. Ele pode ficar agitado, choroso. Anderson pontua que isso pode acontecer também quando o cão troca de ambiente, saindo de uma casa para um apartamento ou indo para um condomínio com espaço de quintal menor. "É preciso ter paciência e supervisão, pois o tempo de treino varia de cão para cão".
Segundo o adestrador, o cachorro não pode fazer as necessidades no mesmo ambiente em que come. Por isso, o manejo alimentar é fundamental. Deixar a ração disponível o dia todo dificulta a previsão dos horários em que o cão vai querer fazer xixi ou cocô e consequentemente, a supervisão inicial.
"Quando o alimento é oferecido em horários fixos, o tutor consegue antecipar esses momentos e direcionar o animal ao tapete higiênico. Após as refeições, é ideal levar o cão ao local desejado e deixa ele próximo ao tapete. Para estimular o comportamento, ele pode pingar algumas gotinhas de produtos atrativos específicos no tapetinho e observar até o momento em que ele fizer. Uma vez que ele faz, o tutor sinalizar para o cão, com recompensa e carinho, que o comportamento foi correto".
Anderson explica que essa sinalização requer treino anterior para que o cão entenda que o petisco está sendo oferecido como reforço ao bom comportamento.
"Com supervisão, é possível construir um comando para o cão fazer xixi e cocô. O tutor pode repetir, em tom de voz tranquilo e calmo, a palavra “xixi”. Durante o ritual, a repetição da palavra ajuda o animal a associar o comando ao ato. Isso pode ser útil em outros espaços, como quando ele sair de casa e ouvir o mesmo comando. O treinamento baseado no reforço positivo facilita o processo de entendimento do cão. É melhor reforçar um comportamento desejado do que trabalhar com punição, que nunca é indicada".
Algumas dicas para facilitar o processo incluem não deixar o tapetinho cheio de urina, pois o cachorro não vai querer usar. O ideal é que não acumule três xixis. A recomendação é limpar o cocô no tapetinho ou trocá-lo.
Caso fique fora por muito tempo, o ideal é colocar mais de um tapete pela casa, especialmente se o cão vive em ambiente interno. Quando o animal ainda é filhote, é interessante ter um tapete em cada cômodo onde o tutor costuma passar mais tempo.
O adestrador acrescenta que é interessante manter um tapetinho próximo, pois o filhote costuma não sair de perto do dono por uma questão de referência e segurança.
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