Adesivagem abre campanha pelo voto consciente, a 12 dias da eleição

A campanha estadual “Voto não tem preço, tem consequência”, lançada oficialmente na manhã de hoje, levou às ruas membros e servidores do Ministério Público Federal e Estadual em ações de conscientização contra a venda e compra de votos. A 12 dias da eleição, a campanha começou com a adesivagem de carros na avenida Afonso Pena, em frente a Procuradoria da República.
Pedindo que o leitor vote de forma consciente, a mobilização não se limita a Campo Grande e acontece nas 54 zonas eleitorais do Estado.
“Vai mais além do que o crime. Quando o cidadão se corrompe ele não tem condições morais para cobrar atitude do seu candidato”, destacou durante o lançamento o promotor e coordenador das Promotorias Eleitorais Edgar Roberto de Miranda.
A campanha, que fez os promotores e servidores vestirem a camisa, literalmente, continua na tarde de hoje, quando haverá panfletagem nos cinco principais terminais de ônibus da cidade.
À noite, promotores eleitorais vão até os bairros Dom Antônio, Coophavila II, Santa Emília, Nova Lima e Noroeste para conversar com moradores sobre o voto consciente. A programação do evento se estende até amanhã onde os combates contra a corrupção eleitoral se concentrarão na vila Nhá Nhá, Jardim Aeroporto, Moreninhas, Aero Rancho II e Novos Estados.
“É uma ação de aproximação junto à comunidade. O Ministério Público quer mostrar que é acessível e está pronto para receber as denúncias da comunidade”, destacou a procuradora Regional Eleitoral Danilce Vanessa Arte Ortiz Camy.
Realizada pelo MPF (Ministério Público Federal), MPE (Ministério Público Estadual), Associação Sul-Mato-Grossense dos Membros do Ministério Público (ASMMP), a campanha tem apoio da Fiems (Federação das Indústrias do Estado e de Mato Grosso do Sul).
Segundo o promotor Edgar Roberto, a parte da comunidade que mais precisa é, geralmente, a que mais se corrompe. “As pessoas que mais necessitam, são os que mais vendem o voto”.
O promotor explica também que o crime eleitoral acontece bem próximo às eleições. Ele afirma que por esse motivo a campanha foi lançada a poucos dias do dia 7 de outubro. “Geralmente dois ou três dias antes da votação é que o cidadão vende o voto. O candidato oferece dinheiro, oferece favores, tijolo, gasolina e sempre poucos dias antes da eleição”, disse o promotor.
A procuradora Danilce Vanessa classificou como uma questão cultural a venda de votos e se mostrou confiante na mudança de hábitos dos eleitores. “A venda de voto acontece de forma recorrente em todas as campanhas eleitorais. A corrupção prejudica toda a sociedade. O que deveria ser uma ação em prol de um benefício é apenas uma vantagem pessoal. Nós acreditamos que as pessoas possam se conscientizar”.
Além de chamar a atenção dos eleitores para as boas escolhas e alertar sobre os malefícios e consequências nefastas da venda de voto, a campanha pretende estimular denúncias de condutas ilícitas na campanha eleitoral.
Em todo Estado serão distribuídos 30 mil folders e 5 mil adesivos, além de 900 cartazes que serão afixados em locais públicos e locais de grande circulação.
Na rua: Com o semáforo fechado, autoridades do Ministério Público, Fiems e outros órgãos, abordavam os motoristas com o pedido simples de adesão à campanha que era autorizada com a adesivagem.
Faltando pouco para o sinal abrir, o assessor jurídico Alan Darlan afirmou que a venda ou compra de voto configuram um crime e ferem a democracia, um dos mais valiosos princípios do cidadão.
Depois de autorizar a colagem do adesivo, a jornalista Vanessa Dias, 27 anos, frisou que a conscientização é importante, mas acredita que a mudança na sociedade ainda vai demorar. “Ainda assim é importante a divulgação”.
De dentro do táxi, o motorista deixa claro que a apóia a ideia. “Tem que ter consciência”, disse saindo apressado.