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Política

Caixa confirma rachaduras e infiltrações em casas da Homex

Carlos Martins | 22/03/2013 13:16

A Caixa Econômica Federal (CEF) comprovou por meio de uma vistoria a ocorrência de problemas técnicos nas casas construídas pela Homex do Brasil em Campo Grande. Depois de uma reunião com a superintendência do banco, a direção da empresa assinou um termo de compromisso se comprometendo a fazer os reparos de rachaduras e infiltrações verificadas em diversas unidades, além de fazer a entrega das unidades em quatro conjuntos residenciais que estão sendo concluídos.

“Se comprometeram em fazer a entrega nos próximos dois meses. Esta semana engenheiros foram ao local e constataram que a obra foi reiniciada”, disse o superintendente Paulo Antunes de Siqueira, durante audiência pública realizada nesta sexta-feira na Câmara Municipal. “A Caixa está ao lado dos mutuários”, tranqüilizou o superintendente.

Segundo Paulo Antunes, engenheiros haviam vistoriado as casas e constataram rachaduras. Caso a empresa não cumpra com o prometido, será penalizada. “A Homex poderá ser incluída em um cadastro restritivo e ser impedida de contratar novas operações e novas construções junto à Caixa e no Sistema Financeiro Nacional”, explicou.

Diante da reclamação de moradores de que os engenheiros da Homex não estão fazendo corretamente os reparos, Paulo Antunes garantir que irá mandar uma equipe de engenheiros para fazer novo laudo.

CasosUma das famílias que vem reclamando é a do veterinário Alcides Joaquim Pedro Bernardes, que foi à audiência acompanhado da esposa Gleiciane Gonçalves e do filho de 11 meses. Segundo Gleiciane, engenheiros da empresa já foram à sua residência duas ou três vezes e o problema não foi resolvido.

"Tem rachaduras na parede do quarto do bebê e quando chove alaga o chão. Também tem infiltrações no teto, que não é de gesso, como consta no contrato, e o portão, que teria que ser eletrônico, é manual, além de estar todo enferrujado”, contou a moradora, que ocupa uma casa no primeiro empreendimento construído pela empresa no bairro Paulo Coelho Machado.

A Homex chegou a Campo Grande em 2011 com a intenção de construir 3.164 casas na Capital. Segundo o superintendente da Caixa, a empresa trouxe um método construtivo diferente, inovador, baseado em concreto e moldado em chapa de aço. A ideia era impor um ritmo veloz na construção, tanto é que começaram a trabalhar em três turnos.

O problema foi que a empresa não deu o tempo necessário para secar as placas e por causa disso ocorreram vícios de construção, como rachaduras e infiltrações. “As trincas foram vistas depois da secagem, mas não existe nenhum risco grave que comprometa a estrutura”, afirmou o superintendente da Caixa.

Já foram construídos pela Homex seis empreendimentos, ou módulos, que já estão ocupados, totalizando 464 moradias. Nos três primeiros módulos foram construídas respectivamente 92, 96 e 84 unidades (total 272 casas). A documentação destes três módulos já foi entrega á Caixa. Nos outros três empreendimentos, com 196 casas, está faltando entregar a documentação (habite-se e CND – Certidão Negativa de Débito)

Está em fase de conclusão os residenciais Cuiabá, Bem Te vi, Águas e Amoreiras. “Em dois praticamente já foi concluída a parte física [Cuiabá e Bem Te Vi] e nos outros dois restam 34% e 16% das obras para serem concluídas. O valor necessário para a conclusão é de R$ 1,8 milhão e os recursos disponíveis, porém bloqueados, a serem liberados para a obra totalizam R$ 3,5 milhões, suficientes para garantir a conclusão da obra”, disse Paulo Antunes.

Resultado positivo - Para o vice-presidente da Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos da Câmara, vereador Carlão (PSB), que convocou a audiência pública, o resultado do encontro foi positivo, já que ficou claro que não existe risco de os compradores das casas construídas pela empresa mexicana Homex levarem calote.

“Conforme o superintendente da Caixa explicou, existe um seguro que pode ser acionado caso a empresa deixe de cumprir com sua obrigação. Além disso, ficou esclarecido que os apartamentos serão concluídos e serão entregues”, disse Carlão.

O próximo passo, segundo ele, é encaminhar informações sobre o caso para que o Ministério Público Federal também investigue – juntamente com o Ministério Público Estadual que já está atuando -, visto que existem recursos federais envolvidos. “Também a cada 15 dias membros da comissão irão até o canteiro de obras para fiscalizar”.

Ele também prometeu acionar o setor Jurídico da Câmara para tomar as providências cabíveis contra a Homex, que foi convocada para a audiência e não enviou nenhum representante.

Participaram da audiência o presidente da Comissão de Obras e Serviços Públicos, o vereador Alceu Bueno (PSL), os demais membros Edil Albuquerque (PMDB) e engenheiro Edson Shimabukuro (PTB), além de outros vereadores e representantes do Secovi, Procon, dos Mutuários e do Sindicato da Construção Civil.

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