CPI pressiona Consórcio sobre linhas ausentes, ônibus parados e velhos
Vereadores cobram respostas sobre falhas na operação e falta de renovação da frota em Campo Grande

A terceira fase da CPI do Transporte, conduzida pela Câmara Municipal de Campo Grande, chegou ao fim nesta quarta-feira (18) com uma série de novas cobranças ao Consórcio Guaicurus. Desta vez, o foco dos vereadores foi sobre linhas que deixam de operar nos fins de semana, veículos parados na garagem, prazos para renovação da frota e alternativas viáveis para rotas consideradas deficitárias. O diretor-presidente do consórcio, Themis de Oliveira, reconheceu pontos críticos e rebateu suspeitas durante a oitiva.
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O vereador Maicon Nogueira (PP) questionou o prazo definido pela prefeitura para a troca de parte da frota, considerado por ele “inviável”. Themis confirmou que o consórcio recorreu da exigência, alegando que o tempo dado é insuficiente para viabilizar a renovação. Para ele, a medida tem mais apelo popular do que base técnica. “Renovar ônibus não é algo que se faz do dia para a noite”, afirmou.
Outro tema abordado pelo vereador foi o das linhas que operam com prejuízo. Ele sugeriu que veículos menores, como vans, pudessem atender esses trajetos. Themis descartou a possibilidade, citando experiências negativas em outras cidades. “Sou bastante cismado com essas soluções. Onde vi as vans sendo implantadas, tivemos problemas seríssimos. É só buscar o histórico disso em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte”, afirmou.
Quanto aos veículos fora de circulação, Themis admitiu que há cerca de 40 ônibus parados atualmente, número que varia diariamente devido a avarias e manutenções. Questionado sobre a venda de ônibus entre empresas do próprio consórcio, mencionada em relato lido por Maicon, ele rebateu dizendo que a crítica partiu de alguém que desconhece a realidade da operação.
A vereadora Luiza Ribeiro (PT) voltou a cobrar explicações sobre o “sumiço” de linhas aos domingos e feriados. Durante a sessão, ela leu mensagens de usuários denunciando que os ônibus das linhas 513 e 056 simplesmente deixam de passar nesses dias. Themis negou irregularidades e disse que a empresa segue as ordens de serviço da Agetran. Mudanças pontuais, segundo ele, podem ocorrer devido a eventos como interdições de vias e provas de rua.
Luiza também levantou dúvidas sobre o número de veículos que realmente circulam diariamente. O consórcio afirma que 417 ônibus estão nas ruas todos os dias, mas Luiza apontou divergências nos relatos recebidos pela CPI. Themis respondeu que todos os veículos são rastreados por GPS, com monitoramento em tempo real e acesso da Agetran. “Se um ônibus deixa de circular, isso é registrado. E já fomos cobrados várias vezes por conta disso. Mas não há omissão”, reforçou.
Ele também comentou sobre a percepção de impunidade diante das falhas relatadas no transporte coletivo. “A CPI vem, a multa não aparece, nada muda, e as pessoas se voltam contra a gente”, declarou.
Com a fase atual encerrada, a CPI do Transporte entra agora na quarta etapa. Uma audiência pública está marcada para a próxima quarta-feira (25), com a presença de representantes da população e trabalhadores do setor. A ideia é ouvir novas contribuições antes da elaboração do relatório final da comissão.
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