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Política

Do vazio à concorrência: novo edital garantiu sucesso, diz Riedel

Mudanças no projeto e cenário de mercado mais favorável atraíram quatro grupos na disputa da Rota da Celulose

Por Jhefferson Gamarra e Guilherme Correia, de São Paulo | 08/05/2025 14:45
Do vazio à concorrência: novo edital garantiu sucesso, diz Riedel
Governador Eduardo Riedel (PSDB) durante discurso na B3 (Foto: Guilherme Correia)

O leilão da concessão da Rota da Celulose, realizado nesta quinta-feira (8) na sede da B3, em São Paulo, se consolidou como um sucesso, após atrair quatro grupos interessados no contrato de 870,3 quilômetros de rodovias no Mato Grosso do Sul. A disputa foi vencida pelo consórcio K&G Rota da Celulose, liderado pelas empresas K-Infra Concessões e Galápagos Participações, que apresentou um desconto de 9% sobre a tarifa de pedágio, o maior entre os concorrentes.

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Leilão da Rota da Celulose atrai quatro concorrentes e garante concessão com desconto de 9% na tarifa de pedágio. O consórcio K&G Rota da Celulose venceu a disputa, oferecendo o maior desconto e um aporte de R$ 217,3 milhões. A concessão de 870,3 km de rodovias em Mato Grosso do Sul terá duração de 30 anos e prevê R$ 10,1 bilhões em investimentos. O governador Eduardo Riedel atribuiu o sucesso do leilão às mudanças na modelagem da concessão, após uma primeira tentativa fracassada. A revisão do projeto e a diluição dos investimentos ao longo do contrato tornaram a concessão mais atrativa para o mercado. O ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou o aumento dos investimentos federais em infraestrutura no estado. A cobrança de pedágio eletrônico (free flow) terá início após um ano, com descontos para usuários de tags e isenção para motocicletas e veículos oficiais.

Além do desconto, a proposta vencedora envolveu um aporte de R$ 217.389.913,70, seguindo as regras do edital, que exigiam contrapartidas proporcionais aos percentuais ofertados. A concessão foi definida pelo critério de maior desconto na tarifa, mecanismo que estimula a competição e exige garantias financeiras adicionais conforme a redução tarifária.

Os lances apresentados pelos demais concorrentes reforçaram o interesse do mercado. A Rotas do Brasil S.A. ofereceu 5% de desconto com aporte de R$ 137.206.420,91; o Consórcio Caminhos da Celulose (XP) ofertou 8% de desconto e aporte de R$ 195.619.568,80; e o BTG Pactual propôs 4% de desconto e aporte de R$ 118.827.772,70. A mesma quantidade de interessados em assumir a concessão de rodovias só tinha acontecido no leilão da Rota dos Cristais, conjunto de rodovias de Minas Gerais, que ocorreu em setembro de 2024.

Do vazio à concorrência: novo edital garantiu sucesso, diz Riedel
Eliane Detoni, Eduardo Riedel, Rodrigo Perez, Pedro Caravina e Carlos Alberto Assis na batida de martelo que concretizou o leilão (Foto: Guilherme Correia)

O governador Eduardo Riedel (PSDB) destacou que o resultado reflete o acerto nas mudanças feitas na modelagem da concessão após o fracasso da primeira tentativa, que terminou sem interessados. “A gente revisou alguns pontos da modelagem e modernizamos o contrato. Na época do primeiro certame, havia outros leilões na praça e um mercado menos aquecido. Diluímos os investimentos que estavam concentrados no início do projeto para o meio do contrato, o que melhorou a atratividade. O resultado foi uma disputa com quatro grandes grupos”, afirmou.

O governador ressaltou que o projeto consolida o crescimento da região beneficiada pelas rodovias concedidas, que já atrai indústrias e grandes investimentos privados. “São 870 km, sendo 570 de rodovias federais e cerca de 300 de estaduais, abrangendo uma região que tem recebido aportes significativos. É um sucesso absoluto”, afirmou.

Além da Rota da Celulose, o governo estadual prepara novas concessões. “O próximo deve ser o hospital regional, com uma PPP para duplicar sua capacidade, e na sequência outras rodovias”, explicou Riedel. Ele destacou que o Mato Grosso do Sul mantém um crescimento econômico em torno de 5% a 6% ao ano, o que amplia oportunidades de parcerias com o setor privado.

Do vazio à concorrência: novo edital garantiu sucesso, diz Riedel
Ministro dos Transportes, Renan Filho, durante coletiva na B3 (Foto: Guilherme Correia)

O ministro dos Transportes, Renan Filho, reforçou a importância do leilão e a ampliação dos investimentos federais no Estado. “Multiplicamos por quatro o volume de recursos que o Mato Grosso do Sul recebeu para infraestrutura. Só este mês, com o leilão da Rota da Celulose e o próximo da BR-163, estamos contratando R$ 25 bilhões de investimentos para o Estado”, disse.

A concessão terá duração de 30 anos e prevê cerca de R$ 10,1 bilhões em investimentos, incluindo obras de duplicação de 115 km, implantação de 457 km de acostamentos, 245 km de terceiras faixas, além de melhorias como 62 dispositivos em nível, 22 passagens de fauna, alargamento de pontes e 3.780 m² de obras de arte especiais. Os investimentos prioritários devem ocorrer nos primeiros oito anos do contrato.

A cobrança de pedágio será feita pelo sistema eletrônico free flow, eliminando a necessidade de praças físicas e permitindo maior fluidez no trânsito. Motoristas que utilizarem tags eletrônicas terão desconto de 5% na tarifa, enquanto motocicletas, veículos oficiais do Estado, de emergência e eixos suspensos de caminhões vazios estarão isentos da cobrança. A rede contará com 12 pórticos de pedágio distribuídos entre Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Campo Grande, Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina e Nova Alvorada do Sul.

O contrato da concessão prevê que a cobrança de pedágio só poderá ser iniciada após um ano da assinatura do contrato. Durante esse período, a concessionária deverá iniciar as obras e a implantação dos serviços operacionais, que incluem veículos de inspeção, 13 guinchos para socorro mecânico, 13 ambulâncias para atendimento médico, 5 caminhões-pipa para combate a incêndios, 5 veículos para apreensão de animais, além de 13 postos de atendimento aos usuários com estacionamento, sanitários, telefones e áreas de descanso.

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