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Política

Dupla segue para 15 anos se revezando no comando da maior federação de MS

Candidato único, Jaime Teixeira terá mais três anos de mandato. Roberto Botarelli, então presidente, que sucedeu outros dois mandatos de Jaime, irá se aposentar

Lucas Junot | 01/06/2017 17:12
Votação ocorre nesta quinta-feira (1º), até as 18h,
em todo Estado (Foto: Alcides Neto)
Votação ocorre nesta quinta-feira (1º), até as 18h, em todo Estado (Foto: Alcides Neto)

Há 12 anos comandada pelos mesmos diretores, a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), maior entidade sindical do Estado, caminha para mais três anos – ou seis, caso a história siga se repetindo e haja reeleição – da gestão Jaime Teixeira. Roberto Botareli, então presidente, que sucedeu outros dois mandatos de Jaime, irá se aposentar.

Os cerca de 25 mil afiliados da Fetems votam nesta quinta-feira (1º) para escolher 21 diretores da entidade. Para presidência, Jaime foi o único candidato nesta eleição, com o apoio, segundo ele, de 70 dos 73 sindicatos congregados.

De acordo com a última prestação de contas publicada no site da Fetems, a entidade administra um orçamento de R$ 1.051.280,16 mensais. Mas “a maioria desses recursos é destinada aos sindicatos de base. O orçamento mensal da Fetems mesmo é de mais ou menos R$ 300 mil mensais”, garante Jaime. A divisão é feita de acordo com o número de filiados de cada sindicato.

Os trabalhadores da educação que se filiam à Fetems têm 2% dos seus salários descontados mensalmente, a título de contribuição espontânea. “Se um professor ganha R$ 1 mil por mês, ele contribui com R$ 20, dos quais R$ 14 vão para o sindicato de base, R$ 2 para a Confederação Nacional e R$ 4 para Fetems”, exemplifica o próximo presidente.

De acordo com Jaime Teixeira, os diretores da Federação gozam de um único benefício. “Temos direito à chamada Licença de Mandato Classista, prevista na Constituição Estadual, mas somente 6 dos 21 diretores da Fetems têm, que são os que cuidam do dia a dia da federação”, afirmou.

No caso de Jaime, professor da Secretaria Estadual de Educação, por exemplo, a remuneração mensal de R$ 5.408,26 – conforme o Portal da Transparência do governo do Estado – é mantida, mas ele está dispensado da sala de aula, em função do mandato classista.

Roberto Botareli, atual presidente, sucedeu Jaime em 2012 e agora irá se aposentar (Foto: Arquivo)
Roberto Botareli, atual presidente, sucedeu Jaime em 2012 e agora irá se aposentar (Foto: Arquivo)

Chapa única – A cada três anos os trabalhadores em educação de Mato Grosso do Sul filiados à Fetems escolhem seus representantes. Sobre o revezamento entre os presidente, Jaime Teixeira diz que há 12 anos “o conjunto de lutas emplacadas pela Fetems contemplam o desejo das categorias, o que levou à aposta na continuidade”.

Jaime foi presidente da entidade de 2005 a 2011, quando foi sucedido por Botareli. “O estatuto só permite uma reeleição”, explica novamente candidato.

Ao longo das gestões, a Fetems evoluiu, segundo ele, em conquistas coletivas e em questões patrimoniais para atender as categorias.

“Podemos citar a conquista do piso nacional, um terço da hora/atividade, construímos um hotel de trânsito para nossos afiliados. Todos os nossos sindicatos têm sede própria, carro para fazer o translado... Não teve bandeira que apresentasse propostas melhores, então a maioria aderiu ao projeto que já estava colocado”, disse nesta tarde ao Campo Grande News.

Pela frente, segundo o futuro presidente, “virão fardos pesados como as reformas trabalhista, da Previdência, terceirizações e, em âmbito regional, a luta contra o congelamento dos salários”, finalizou.

Jaime e Sueli serão os novos presidente e vice da maior entidade sindical do Estado (Foto: Divulgação/Assessoria)
Jaime e Sueli serão os novos presidente e vice da maior entidade sindical do Estado (Foto: Divulgação/Assessoria)

Reforma Trabalhista – Em tramitação no Congresso Nacional, a reforma proposta pelo Governo Federal, prevê, entre outras questões, o fim da contribuição sindical obrigatória, prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) - que desconta anualmente o valor correspondente a um dia de trabalhado dos brasileiros.

Para Jaime Teixeira, a proposta é combatida em função da perda de outros direitos previstos na lei, mas, segundo ele, a entidade também é favorável ao fim da contribuição obrigatória. “Esse imposto não banca nossa luta. Temos resolução publica, somos contrários, queremos que acabe mesmo. A adesão tem que ser espontânea, não compulsória”, defende.

Somos contra reforma, não pelo fim do imposto e isso é importante esclarecer. O problema é que essa reforma minimiza direitos e fragiliza situação do trabalhador. O Estado tem que regular essa relação, mas sobre filiações, filia-se quem quiser, tem que filiar pelo desejo de fazer luta, construir algo pra coletividade”, completa Jaime.

 

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