ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Política

Em dia de eleição, delegacia de Tacuru registra ao menos 12 crimes eleitorais

Ex-vice-prefeito foi preso por tentar comprar votos; ele pagou fiança e R$ 10 mil e foi liberado

Anahi Zurutuza | 04/06/2017 17:15
Pessoa apresenta documentos para votar; em Tacuru teve eleitor que chegou na seção eleitoral e descobriu que já haviam votado por ele (Foto: TSE/Divulgação)
Pessoa apresenta documentos para votar; em Tacuru teve eleitor que chegou na seção eleitoral e descobriu que já haviam votado por ele (Foto: TSE/Divulgação)

A Delegacia de Polícia Civil de Tacuru – a 427 km de Campo Grande –, onde ocorre neste domingo (4) a votação para a escolha do novo prefeito, registrou ao menos 12 ocorrências de crimes eleitorais.

De acordo com o delegado Mikaill Faria, a maior parte dos flagrantes foi por compra de voto e transporte de eleitores, mas houve também ocorrência de pessoas que não conseguiram votar porque já haviam votado no lugar delas e de um eleitor que tirou uma selfie na urna, o que é proibido pela Lei Eleitoral por ferir o sigilo do voto.

“Foi um dia bem corrido”, disse o delegado sem dar mais detalhes.

Adailton foi considerado inapto a se candidatar no ano passado, conforme consta na página da Justiça Eleitoral; mas decisão final só saiu depois que ele tinha sido eleito vice (Foto: Reprodução/Divulgacand)
Adailton foi considerado inapto a se candidatar no ano passado, conforme consta na página da Justiça Eleitoral; mas decisão final só saiu depois que ele tinha sido eleito vice (Foto: Reprodução/Divulgacand)

Vice preso – Um dos presos é o ex-vice-prefeito da cidade Adailton de Oliveira, de 46 anos. Consta no boletim de ocorrência, que ele estava “zanzando” pela cidade em busca de eleitores e oferecia dinheiro em troca de voto para um dos candidatos.

Adailton é filiado ao PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), partido que nas eleições de 2016 foi coligado com o PP (Partido Progressista), que tem candidato na disputa deste ano, o vereador Paulo Mello, presidente da Câmara e que assumiu a prefeitura após a cassação da candidatura de Claudio Rocha Barcelos, o Dr. Claudio (PR).

O homem detido hoje era o vice de Claudio. Ele prestou esclarecimentos na delegacia e, segundo a Justiça Eleitoral, pagou fiança de R$ 10 mil para ser liberado.

A polícia, contudo, não confirma que ele estivesse comprando votos para Paulo Mello.

Outras ocorrências – Na véspera da eleição, uma força-tarefa formada por policiais militares da cidade e servidores da Justiça Eleitoral atenderam a duas ocorrências de corrupção eleitoral. Neste sábado (3), uma equipe flagrou um homem com anotações que seriam o controle da compra de votos e mais à noite uma van que fazia o transporte ilegal de eleitores foi parada.

Por volta das 20h de ontem, um veículo, que estava parado em uma estrada na entrada de Tacuru, foi abordado pela PM. O condutor afirmou que havia sido contratado por Anatália Garcia para buscar os eleitores no Paraná e voltar à cidade.

De início, Anatália disse que havia contratado a van para transportar parentes dela. A polícia checou e constatou que realmente dois passageiros eram da família da mulher. Mas, outro ocupante do veículo confessou que havia recebido dinheiro para votar neste domingo.

O condutor da van, Anatália e os dois familiares dela foram detidos.

Também neste sábado, funcionários da Carreta da Justiça, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o juiz eleitoral da cidade e policiais militares abordaram duas caminhonetes Toyota Hilux que estariam sendo usadas por equipes que compravam votos para um dos candidatos a prefeito.

Um homem identificado como Claudinei Luiz Bucioli, de 46 anos, estava com um caderno de anotações de pagamentos para eleitores que colocaram adesivos em seus carros, receberam cestas básicas e a promessa de emprego na prefeitura, conforme o boletim de ocorrência. Ele foi detido, mas liberado após pagar R$ 10 mil de fiança, segundo a Justiça Eleitoral.

Paulo Mello (à esquerda) é prefeito interino e disputa eleição com Carlos Pelegrini (Fotos: A Gazeta News)
Paulo Mello (à esquerda) é prefeito interino e disputa eleição com Carlos Pelegrini (Fotos: A Gazeta News)

Eleição – A eleição suplementar acontece hoje devido ao indeferimento dos pedidos de candidatura de Claudio e Adailton justamente por captação ilícita de votos.

A chapa teve o registro negado, mas seguiu no pleito no ano passado, pois tinha recurso em tramitação. Porém, decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que saiu depois que Claudio e Adailton foram eleitos com 2.737 votos, tornou definitivo o indeferimento.

Com isso, os votos foram anulados, sendo marcada uma nova eleição.

Agora, concorrem ao cargo Paulo Mello e ex-vereador Carlos Pelegrini (PMDB), que perdeu a disputa para Claudio em outubro de 2016.

A estimativa dos funcionários da Justiça Eleitoral é que até às 18h a apuração dos votos esteja concluída.

Nos siga no Google Notícias