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Política

Investigação apura se Bumlai foi beneficiado com empréstimos do BNDES

Liberação de R$ 101 milhões para usinas do Grupo São Fernando é alvo da apuração

Mayara Bueno | 18/10/2016 10:14
José Carlos Bumlai, pecuarista de MS, condenado na Lava Jato. (Valter Campanato/Agência Brasil)
José Carlos Bumlai, pecuarista de MS, condenado na Lava Jato. (Valter Campanato/Agência Brasil)

O MPF (Ministério Público Federal) do Distrito Federal, em conjunto com a Operação Lava Jato, investiga se o pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, amigo pessoal do ex-presidente Luiz Innácio Lula da Silva, foi beneficiado com empréstimos concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), entre 2008 e 2012.

As informações foram publicadas pelo Estadão, nesta terça-feira (18).

Segundo a reportagem, o grupo São Fernando, de usinas de álcool, de Bumlai, recebeu mais de R$ 500 milhões em três operações com o banco, durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT.

A investigação concentra-se na concessão de R$ 101,5 milhões em 2012. O montante foi contratado em nome da São Fernando Energia 1, que é a unidade do grupo que geraria energia com o bagaço da cana de açúcar. A situação foi formalizada por meio dos bancos BTG Pactual e Banco do Brasil.

Na apuração, o MPF também foca as empreiteiras acusadas de cartel na Petrobras e de outros investigados da Lava Jato. Na última semana, Procuradoria, no Distrito Federal, denunciou Lula e executivos da Odebrecht por suposto favorecimento à Odebrecht na concessão de empréstimos do banco para obras em Angola, na África.

Ainda sobre a situação de Bumlai, em 2015, o BNDES e o Banco do Brasil pediram a falência das empresas do pecuarista por inadimplência. Próximo de ser condenado no esquema de corrupção, ele tinha uma dívida de R$ 1,2 bilhão.

Ainda de acordo com a investigação, nos registros do banco de desenvolvimento consta que Bumlai fez seis pedidos de empréstimos ao banco, três deles sendo concedidos. Eles eram referentes à construção da São Fernando Açúcar e Álcool, em Dourados, em 12 de dezembro de 2008 e em 3 de fevereiro de 2009, no valor total de R$ 395,1 milhões.

Em 2011, quando os negócios de Bumlia já apresentavam problemas financeiros, foi “iniciada as tratativas para reestruturação do Grupo São Fernando”. Na ocasião, o saldo devedor dos dois primeiros empréstimos era de R$ 362 milhões.

Já em junho de 2012, o BNDES assinou o último empréstimo, em nome da São Fernando Energia 1. Neste caso, o valor era de R$ 101,5 milhões, na modalidade empréstimo indireto, em que o BTG Pactual e o Banco do Brasil foram intermediários como agentes financeiros – assumindo o risco do negócio.

Os procuradores do Distrito Federal atuam nos matérias compartilhados pela força-tarefa da Lava Jato, desde agosto. Foram enviados documentos apreendidos na 21ª fase, chamada de Operação Passe Livre, referência ao livre acesso que Bumlai tinha no Planalto nos governos de Lula.

São e-mails e documentos apreendidos em endereços do pecuarista e dos filhos, Maurício de Barros Bumlai e Guilherme de Barros Bumlai, como os contratos e cartas trocadas com o BNDES na época das operações financeiras.

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