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Política

Na história da política, Capital teve só 2 candidatas que chegaram ao 2º turno

Durante a sua história, cidade teve apenas seis candidatas a prefeitura, mas nenhuma eleita para o cargo

Leonardo Rocha | 25/08/2019 07:25
Na história da política, Capital teve só 2 candidatas que chegaram ao 2º turno
A ex-deputada federal, Marilu Guimarães, durante entrevista (Foto: Arquivo pessoal)
A ex-deputada federal, Marilu Guimarães, durante entrevista (Foto: Arquivo pessoal)

Nos seus 120 anos de história, Campo Grande nunca teve uma prefeita eleita e apenas duas candidatas chegaram ao segundo turno das eleições, em 1992 e 2016. A única mulher que governou a cidade foi a ex-vereadora Nelly Bacha, mas por nomeação ao cargo, o que durou só 2 meses, de março a maio de 1983.

A disputa pela prefeitura teve poucas mulheres no páreo: Maria Tereza Rojas (PC do B) em 1988, Marilu Guimarães (PFL) na eleição de 1992, Mônica Schrader (PV) já em 2000, Ira Costa (PMN) no pleito de 2008 e duas candidatas em 2016: Rose Modesto (PSDB) e Rosana Santos (PSOL).

Se atingir o posto de candidata já é complicado no universo masculino dos partidos, voar longe é desafio gigante para elas.

A primeira a chegar ao segundo turno foi uma surpresa na década de 1980. Coube o mérito a ex-apresentadora de TV e ex-deputada federal Marilu Guimarães (PFL), que na época era vice-prefeita de Campo Grande. Ela foi derrotada por Juvêncio César da Fonseca (MDB). “Na época não existiam mulheres concorrendo à prefeitura, foi uma guerra pesada, uma eleição bem disputada, na qual tivemos uma votação expressiva”, conta ao Campo Grande News.

Marilu teve 100.123 votos, contra 115.432 do seu adversário. “Faltaram alguns pontos na reta final, mas foi uma vitória pessoal, porque naquela época política não era lugar para mulher. Eu não tinha tradição na família, talvez por não saber como funcionava, fui lá e empurrei a porta”.

Ela garante que teve o apoio da maioria das mulheres, o que depois rendeu votação para chegar ao posto de deputada federal, na eleição seguinte. No entanto, disse que faltou espaço nos partidos. “A participação política foi diminuindo. Percebemos as desvantagens em relação à cultura partidária”.

Sobre a saída do cenários de poder, comenta que foi independente da sua vontade. “Ninguém é candidato de si mesmo. Quem manda são os partidos”. Em relação a participação das mulheres na política, entende que a situação está “caminhando melhor” nos últimos tempos.

Deputada federal, Rose Modesto (PSDB), durante entrevista (Foto: Arquivo)
Deputada federal, Rose Modesto (PSDB), durante entrevista (Foto: Arquivo)

Disputa – A deputada federal Rose Modesto (PSDB) também chegou longe na disputa municipal, conseguindo 169.160 votos (segundo turno), mas foi derrotada pelo atual prefeito Marquinhos Trad (PSD). “Foi uma disputa acirrada, mas mostramos nosso projeto político, sabemos que o processo é lento, com desafios e obstáculos políticos pela frente”.

Rose revela que sofreu “preconceito” por ser mulher por uma parcela da sociedade. “Tive de provar competência, mostrar que estava apta para a administrar a Capital. Sempre com garra e sensibilidade que nós mulheres temos. A superação destes preconceitos ocorre aos poucos, mas é sólida”.

Atualmente, temos a vice-prefeita, Adriane Lopes e duas representantes na Câmara Municipal, dentre 27 homens: Cida Amaral (Pros) e Dharleng Campos (PP).

No cenário estadual, na última eleição de 2018, em Mato Grosso do Sul, não houve candidatas ao governo e na Assembleia, nenhuma deputada foi eleita. Já no Congresso Nacional, os últimos tempos renderam, com a eleição das deputadas federais Rose e Tereza Cristina (DEM), hoje ministra e apontada como um dos nomes mais fortes do governo Jair Bolsonaro (PSL).

Para quem ainda duvidava do poder delas, a votação de Soraya Thronicke (PSL) para o Senado surpreendeu, assim como destaque nacional de Simone Tebet (PMDB) que, inclusive, enfrentou briga das grandes na disputa pela presidência do Senado e saiu fortalecida, apesar de não levar o posto.

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