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Política

Para assentados, Bolsonaro diz que campo “enfrentou” covid sem parar

"Se vocês do campo tivessem ficado em casa, as cidades tinham sucumbido", afirmou o presidente em discurso

Anahi Zurutuza | 14/05/2021 12:28
Presidente sem máscara tira foto com apoiadores durante evento. (Foto: Henrique Kawaminami)
Presidente sem máscara tira foto com apoiadores durante evento. (Foto: Henrique Kawaminami)

Em evento para assentados do Santa Mônica, em Terenos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender que o isolamento social imposto pela pandemia da covid-19 “quebrou o Brasil”, mas elogiou os trabalhadores do campo que “enfrentaram o problema [covid]” sem parar de trabalhar.

“O assunto aqui não é cloroquina e nem covid-19, mas eu estou vendo todos vocês aqui preocupados com ela [doença]. Não sou pastor, apesar de ser Messias, mas tem uma passagem bíblica, em provérbios, que diz ‘se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena’. Nós temos de enfrentar os problemas”.

O tempo todo sem máscara, Bolsonaro afirmou durante o discurso que não há comprovação científica nenhuma que as medidas de segurança adotadas pela maioria impedem o contágio com a covid. Mas, garantiu não estar menosprezando a doença. “Vai vir a imprensa agora falar que eu estou esnobando a covid. Eu perdi parentes, amigos, duvido quem não tenha perdido. Mas, se vocês do campo tivessem ficado em casa assim como o povo engravatado das cidades, a cidades teriam sucumbido”.

Fila de convidados para entrada em evento. sob olhar de Polícia MIlitar. (Foto: Henrique Kawamini)
Fila de convidados para entrada em evento. sob olhar de Polícia MIlitar. (Foto: Henrique Kawamini)

Bolsonaro usou outro ditado para ilustrar seu raciocínio e ressaltar a importância da agricultura e pecuária. “Tem um velho ditado, que não é meu e diz o seguinte... se a cidades forem destruídas e os campos preservados, estas ressurgirão, mas se for o contrário, se as cidades foram preservadas e os campos destruídos, estas sucumbirão. Nós devemos a vocês, primeiro a Deus, e depois a vocês”.

Encerrando a fala sobre a importância econômica do agro, o presidente rasgou elogios à ministra Tereza Cristina Corrêa da Costa (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) ao ponto de assinar embaixo as iniciativas dela, sem ler. Disse que o governo está trabalhando para dar independência às famílias do campo e maior possibilidade de lucro.

O secretário de Infraestrutura do Governo do Estado, Eduardo Riedel (máscara branca à esquerda) e titula da Semagro, Jaime Verruck (camisa azula à direita). (Foto: Henrique Kawaminami),
O secretário de Infraestrutura do Governo do Estado, Eduardo Riedel (máscara branca à esquerda) e titula da Semagro, Jaime Verruck (camisa azula à direita). (Foto: Henrique Kawaminami),

O chefe do Executivo afirma que o isolamento imposto pela pandemia causou prejuízo bilionário e que os gastos com o auxílio emergencial dariam para pagar 10 anos de Bolsa Família, tudo porque as pessoas foram impedidas, por certo tempo, de sair para trabalhar. “Em 700 bilhões vocês se endividaram”.

Bolsonaro aproveitou para falar do desemprego. "A nossa missão, nós políticos, não é arranjar emprego, é ajudar a iniciativa privada abram frentes de trabalho. Só posso criar emprego, se abrir concurso público. O Brasil terminou 2020 com mais empregos formais que 2019. Esse ano, estamos chegando na casa de 700 mil novos empregos. Mas, os informais, são quase 40 milhões, ainda não voltaram para o mercado de trabalho. Perderam tudo ou quase tudo".

Por fim, disse que não deixará de frequentar a casa das pessoas, mesmo contra recomendações de biossegurança. "Eu sei disso porque vou na casa das pessoas. Não adianta a imprensa ficar de palhaçada: 'tá sem máscara', 'provocando aglomeração'. Vou continua indo na casa de todo mundo" e emendou "até quando isso [necessidade de isolamento] vai prevalecer sem comprovação científica?".

Presidente cercado por seguranças e moradores do assentamento Santa Mônica. (Foto: Henrique Kawaminami)
Presidente cercado por seguranças e moradores do assentamento Santa Mônica. (Foto: Henrique Kawaminami)
Apoiadores do presidente, que não conseguiram entrar, esperam a saída de Bolsonaro. (Foto: Henrique Kawaminami)
Apoiadores do presidente, que não conseguiram entrar, esperam a saída de Bolsonaro. (Foto: Henrique Kawaminami)


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