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Política

PMDB e PT se querem mutuamente em MS e oferecem “dotes” ousados

Zemil Rocha | 04/09/2013 13:52
Delcídio (à esquerda) e Nelsinho (à direita) se dizem dispostos à aliança entre PMDB e PT
Delcídio (à esquerda) e Nelsinho (à direita) se dizem dispostos à aliança entre PMDB e PT

Por mais insólito que possa parecer, os dois maiores adversários políticos na história de Mato Grosso do Sul, PMDB e PT, estão se oferecendo mutuamente vagas para aliança eleitoral. Nenhum deles abre mão da cabeça de chapa, mas estão dispostos a ceder vagas de senador, vice-governador e até mesmo de suplente de senador para fechar um acordo e permitir uma forte aliança e, com isso, fazer uma campanha eleitoral mais barata e evitar os riscos de segundo turno. As ofertas de “dote” para o casamento político estão cada vez mais ousadas.

Tanto o recém-lançado pré-candidato a governador do PMDB, Nelsinho Trad, quando o senador Delcídio do Amaral, que há vários anos já é apontado como a opção do PT para a sucessão de André Puccinelli, revelam disposição para um entendimento. Ambos têm declarado que podem compor uma chapa com participação de peemedebistas e petistas.

Nesta quarta-feira (4), ao ser indagado se PMDB e PT realmente querem um acordo, já que demonstram estar se querendo mutuamente como aliados, o secretário estadual de Articulação com os Municípios, Nelsinho Trad, respondeu: “Você sabe a dificuldade de um entendimento entre PMDB e PT. É uma hipótese muito pouco provável”.

Segundo Nelsinho, a história de confrontos eleitorais entre os dois partidos dificilmente seria entendida pela população, já que há mais de 20 anos estão em lados opostos nas eleições. Tudo começou aliás, em 1996, quando o peemedebista André Puccinelli venceu Zeca do PT por uma diferença de 411 votos na disputa pela Prefeitura de Campo Grande. Em meio à acusação de compra de votos, a rivalidade entre os dois partidos cresceu, mantendo-se nos dois mandatos de Zeca do PT como governador, de 1999 a 2005, e nestes seis anos e oito meses do governo de Puccinelli.

Nelsinho, contudo, demonstra ousadia ao tirar a vaga de senador de Simone Tebet e oferecê-la para composição com outros partidos, inclusive o PMDB. Se por um lado, reforça a possibilidade de conquistar aliados externamente, pode ter dificuldade interna com a insatisfação de Simone.

O senador Delcídio do Amaral chegou a oferecer, nesta semana, espaço total ao PMDB na chapa majoritária, ficando apenas com a vaga de candidato a governador. “Minha chapa tem espaço de destaque para o PMDB”, afirmou Delcídio, oferecendo aos peemedebistas as vagas de senador, vice-governador e até de suplente de senador.

Contudo, apesar de dizer que o PMDB tem grande chance de construir um “excelente acordo” para as eleições do ano que vem, com chances assim de manter-se no poder em 2014, Delcídio sabe que a possibilidade de acordo é hoje mais difícil.

Há dois fatores que impulsionam a candidatura de Nelsinho Trad: a grande aprovação popular da administração do governador André Puccinelli, que deve ser ainda mais favorecida com o lançamento do pacote de obras do MS Forte-2, com investimentos de R$ 3,6 bilhões; e as dificuldades administrativas do sucessor de Nelsinho em Campo Grande, prefeito Alcides Bernal (PP), que tem o PT como partido aliado. São dois pontos relevantes no discurso do PMDB na campanha eleitoral do ano que vem, além da inevitável confrontação de números entre as administrações de Zeca do PT e de André Puccinelli.

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