Relatório promete “pizza indigesta”, com indiciamentos na Prefeitura e Consórcio
Presidente da CPI do Transporte Coletivo utilizou a expressão para falar do desfecho da investigação

Os integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte Coletivo, conduzida pela Câmara de Vereadores de Campo Grande, devem se reunir amanhã para concluir o relatório. Já se antecipa, porém, que haverá indiciamentos tanto da Prefeitura quanto do Consórcio Guaicurus. O presidente da comissão, vereador Lívio Leite (União Brasil), afirmou que o texto resultaria em uma “pizza indigesta que os dois vão ter que engolir”.
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A CPI do Transporte Coletivo de Campo Grande deve apresentar seu relatório final com indiciamentos tanto da Prefeitura quanto do Consórcio Guaicurus. O presidente da comissão, vereador Lívio Leite, antecipou que o documento será uma "pizza indigesta" para ambas as partes. Entre as irregularidades apontadas estão omissões do poder público na fiscalização do contrato de concessão e descumprimento do padrão de serviço pelo Consórcio, incluindo más condições dos veículos. A comissão também avalia incluir a exigência de ar-condicionado nos ônibus, proposta anteriormente vetada pela prefeita Adriane Lopes.
O parlamentar e a também integrante Luiza Ribeiro (PT) confirmaram a inclusão de indiciamentos, mas não revelaram nomes. A vereadora citou omissões do poder público no papel fiscalizador do contrato de concessão firmado com as empresas do consórcio — no caso, a Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados) e a Agetran (Agência de Transporte e Trânsito) —, além do descumprimento do padrão de serviço pelo Consórcio, como a má condição de circulação dos veículos.
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“Não somos nós que vamos atribuir se certa conduta é ou não criminal, mas o indiciamento orienta no sentido de perquirir se aquela pessoa cometeu ou não aquela falha”, declarou Luiza.
Os parlamentares também avaliam incluir no relatório a exigência de instalação de ar-condicionado nos ônibus. O tema chegou a ser votado e aprovado pelos vereadores, mas foi vetado pela prefeita Adriane Lopes (PP) e o veto foi mantido.
A relatora da CPI, vereadora Ana Portela (PL), declarou na semana passada que já havia concluído seus apontamentos para o relatório, mas os colegas pediram prazo maior. Além dos três já citados, integram a comissão Maicon Nogueira (PP) e Júnior Coringa (MDB). O grupo deverá definir se o relatório será apresentado apenas em sessão conduzida por eles, prevista para sexta-feira, ou se também será levado ao plenário com todos os parlamentares.
A CPI encerrou seus trabalhos no início de julho e, após dois adiamentos, fixou um novo prazo mais amplo para entrega do relatório final até 30 de setembro.