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Política

Senador e banqueiro ofereceram R$ 4 mi e avião para delator fugir, diz STF

Leonardo Rocha | 25/11/2015 11:21
Ministro do STF alega que Delcídio queria atrapalhar investigações da Lava Jato (Foto: Arquivo)
Ministro do STF alega que Delcídio queria atrapalhar investigações da Lava Jato (Foto: Arquivo)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, disse que o senador Delcídio do Amaral (PT) e o banqueiro André Esteves estariam trabalhando para prejudicar a investigação da Operação Lava Jato e impedir a delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. A promessa era de repassar R$ 4 milhões e ainda articular um plano de fuga.

De acordo com o Jornal Folha de São Paulo, o ministro relatou que este pagamento a Cerveró seria feito por meio de contratos simulados entre um dos advogados, justamente Edson Ribeiro, um dos presos nesta operação, com o banco BTG, que André Esteves é o principal sócio. O advogado repassaria, depois, o dinheiro para família do ex-diretor da Petrobras.

O ministro ainda disse, aos colegas do STF, que o banqueiro tinha cópias sigilosas dos depoimentos que Cerveró prestou aos procuradores, para fazer o acordo de delação. Também mencionou que tanto o senador, como Esteves prometeram um plano de fuga ao ex-diretor, que foi gravado por seu filho, que participou desta reunião e entregou a gravação a Procuradoria Geral da República.

Estas gravações, inclusive, são descritas como as principais provas contra Delcídio e o banqueiro. Segundo a reportagem, em uma destas conversas, Delcídio menciona que o Paraguai era a melhor opção de fuga, para depois se chegar a Espanha, já que Cerveró tem dupla nacionalidade: espanhola e brasileira. A intenção era convencê-lo a desistir da delação premiada, que está sendo negociada há três meses.

O filho de Cerveró ainda comunicou que recebeu R$ 50 mil do petista, para que o delator não o citasse nos depoimentos, com a promessa de ainda receber novos pagamentos. Para os ministros do STF ficou claro que a intenção era prejudicar as investigações, além de destruir provas contra os envolvidos.

O senador Delcídio do Amaral (PT) foi preso no hotel Golden Tulip, onde mora em Brasília, durante esta manhã (25), onde foi levado para uma sala especial na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. O local tem as características de um escritório, com mesa e sem grades. Ela não tem estrutura para que o petista possa dormir, sendo necessário ir para outro lugar, caso permaneça preso.

Em nota, o Banco BTG diz que vai colaborar com as autoridades para esclarecer os fatos investigados. Já a assessoria do senador Delcídio do Amaral (PT) informou que a defesa está buscando todas as informações em Brasília e em breve irá se pronunciar sobre as denúncias.

Caso - A Operação Lava Jato prendeu nesta manhã (25), o senador Delcídio do Amaral, além do seu chefe de gabinete, Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual e o advogado Edson Ribeiro, que atuou para o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.

A prisão do senador foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), depois que o Ministério Público Federal, por meio do procurador Rodrigo Janot, apresentou evidências que o petista estava tentando atrapalhar as investigações da Lava Jato.

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