Descubra Quito, a capital do país pouco conhecido dos brasileiros
Desde 9 de janeiro de 2000, portanto, há 25 anos, o Equador usa o dólar americano como moeda local
O Equador não é um dos países preferidos dos brasileiros na América do Sul, nem aparece na lista dos mais visitados, mas é tão interessante e fascinante quanto os preferidos dos viajantes que partem do Brasil, como Argentina, Chile, Uruguai, Peru e Colômbia. Por exemplo, a capital Quito foi construída sobre as fundações de uma antiga cidade Inca, tem um centro histórico preservado com monumentos e igrejas dos séculos 16 e 17, é rodeada por vulcões e está localizada a 2.800 metros de altitude.
Quito está bem na metade do mundo. Sim, isso mesmo! “La Mitad del Mundo”, é como ficou conhecido o monumento da Linha do Equador que simboliza a divisão geográfica do planeta, e se tornou um complexo turístico a 14,6 km da capital equatoriana. A cidade mescla influências indígenas, espanholas, árabes, italianas e indígenas pré-colombianas, que logo se percebe já no primeiro passeio, mas existe um lugar em especial que tem chamado muito a atenção dos turistas. É o bairro La Floresta, fundado em 1917 como “Cidade Jardim”. Nas duas últimas décadas, o bairro conquistou a reputação de ser um dos destinos mais atraentes de toda a América do Sul. Ganhou o nome de "floresta" devido à alta concentração de flores silvestres naquela zona da cidade de Quito.
No início do século 20, quando a capital equatoriana começou a se desenvolver rapidamente, ricos proprietários de terras se estabeleceram ali e lá construíram mansões no estilo neoclássico, que estava muito em voga na época. Mais de 70 dessas casas permanecem em pé ainda hoje. Devido à natureza atraente e baixo custo da área, La Floresta passou a atrair uma comunidade crescente de artistas e escritores e as casas começaram a se misturar às galerias de arte de vanguarda e a grandes grafites pintados nos muros. Essa mistura fez com que a fama do bairro ultrapassasse as fronteiras de Quito e chegasse até revistas e jornais estrangeiros, que passaram a se interessar pelo hype do distrito.
A cena gastronômica de Quito, como um todo, fervilha e há quem diga que rivaliza com a de Lima. Restaurantes como o URKO, comandado pelo chef Daniel Maldonado em La Floresta, apostam na diversidade ecológica do país, nos ingredientes regionais e nas tradições culinárias ancestrais. Uma abordagem mais despojada de pratos autênticos acontece no Parque Navarro, onde cerca de dez cozinheiros montam seus carrinhos de comida por volta das 17h e vendem pratos como tortilhas com linguiça, ensopado de tripas e empanadas. No primeiro mercado orgânico de Quito, La Floresta Mercado Agroecológico, você pode comprar produtos diversos ou um generoso "almuerzo" por US$ 3 (o Equador usa dólares americanos como moeda local).
No país que produz grãos de café de altíssima qualidade, não faltam cafeterias. Em La Floresta, existem muitas confeitarias com design criativo e cafés gourmet, mas nenhuma é igual La Cleta Bici, onde todos os móveis são construídos com peças de bicicletas e onde o tema do ciclismo se destaca também na decoração. Fica em Guipuzcoa, entre as vias Sevilla e Cadiz.
O Hostel Mayasa oferece tours gratuitos pelas ruas de La Floresta. Com os guias, é possível percorrer o bairro por três horas, a pé, visitando ruas, galerias e oficinas. O tour inclui uma parada para degustação de chocolates na famosa Casa de Experiências da Pacari, onde se produz um dos melhores chocolates do mundo. Depois do passeio, vale passar no cinema independente local, o Ocho y Medio, que se tornou o centro do boom artístico de La Floresta. Batizado em homenagem ao clássico filme de Federico Fellini, o local tem três salas com programações contínuas de cinema independente e de vanguarda. É um dos locais boêmios mais populares de Quito, com restaurante e taberna que funcionam do meio-dia à noite.
Descendo a rua Valladolid, a mesma do cinema, você chegará em La Huerta y La Máquina - um híbrido de viveiro, galeria e estúdio de móveis. O local abriga exposições e oficinas de artesanato e de plantio. Para um contato maior com a história do século 20, passe na La Casa Cultural Trude Sojka. A personagem que dá nome ao museu teve uma história de vida extraordinária. Enviada para Auschwitz quando os nazistas ocuparam a então Tchecoslováquia, onde ela perdeu seu filho e a maior parte de sua família, Trude se estabeleceu no Equador após a guerra e se tornou uma das artistas mais proeminentes do país. Sua antiga casa tornou-se um museu que exibe pinturas e esculturas de Trude. Fica na Pasaje Moeller.
La Floresta é uma comunidade de criadores. Mane Silva foi uma das primeiras designers a abrir o seu atelier ao público. Depois de estudar no exterior, voltou para Quito, onde se propõe a fazer uma moda ética, com apelo verdadeiro à consciencialização no consumo. A cinco minutos a pé dali, fica o ateliê de Perro de Loza, que divide espaço em uma casa histórica com o café-bar Café Roscón. Muitas das peças do ceramista evocam ícones locais. Na Libertina Tienda Galería, a designer Tifa Torres reúne 18 artesãos de Quito. É isso que La Floresta faz tão bem, reunir. E é essa a identidade única do bairro faz com que quem o visite vá embora com a certeza de que está levando uma parte de Quito.
Então, ficou animado com as dicas do site VamosLatam? Comece desde já a fazer suas buscas pelas melhores condições para a sua próxima viagem de férias. Há opções de voos partindo de Campo Grande com paradas no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, e no Aeroporto Internacional Jorge Chaves, em Lima, no Peru, para troca de aeronave.
A cidade tem um clima agradável durante todo o ano, com temperaturas que costumam variar entre 10 °C e 20 °C. De junho a setembro, os dias são mais secos e ensolarados, as chances de chuva diminuem, e você pode desfrutar de atividades ao ar livre, como caminhadas ou passeios de bicicleta. O período de chuvas vai de outubro a maio, talvez por isso a época é menos movimentada e os preços em Quito costumam ser melhores em hotéis e passeios.
