Do centro à periferia, lavanderias self-service são nova aposta de negócio
Apesar de Campo Grande ter comportamento de interior, essas empresas viraram a nova modinha da cidade
Roupa lavada, seca e pronta para usar, sem gastar água, energia ou esfregar. Tudo isso em alguns minutos, sem custo de atendimento ou funcionários. Essa é a promessa de um modelo de negócio que vem ganhando espaço não só no centro de Campo Grande: as lavanderias de autoatendimento. Antes associadas apenas às grandes metrópoles, elas já são aposta até na periferia da Capital.
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Lavanderias self-service estão transformando a rotina em Campo Grande, expandindo-se do centro para as periferias. O modelo, que oferece praticidade e economia de tempo, vem ganhando espaço em bairros como Rita Vieira e Vila Nasser. Segundo Yago Perez, analista do Sebrae/MS, a tendência reflete uma mudança cultural, com expectativa de crescimento no uso de serviços profissionais de lavanderia. Proprietários destacam a aceitação positiva e o potencial de expansão, especialmente em áreas com grande fluxo de pessoas. A inovação e a adaptação às necessidades locais são essenciais para o sucesso do modelo.
O modelo, que permite ao cliente lavar e secar suas roupas sozinho, aposta em uma mudança cultural na cidade, voltada para a busca de autonomia, agilidade e economia de tempo. A análise é de Yago Perez, analista técnico do Sebrae/MS, que destaca que, embora não existam dados específicos sobre as lavanderias de autoatendimento, a modalidade vem ganhando espaço gradativamente e sendo incorporada ao comportamento dos campo-grandenses.
Segundo Perez, esse crescimento reflete uma transformação gradual no consumo. “Hoje, apenas 3% da população brasileira utiliza serviços profissionais de lavanderia, mas a expectativa é que esse número chegue a 10% até 2030”, explica. Em Campo Grande, a expansão dessas lavanderias não se restringe aos bairros centrais, avançando também para as periferias, acompanhando tendências observadas em outros segmentos, como mercados e bancos sem atendentes.
O analista destaca que o sucesso do modelo depende de estudos de viabilidade que considerem demanda local, localização estratégica, preços acessíveis e segurança. “Bairros com grande fluxo de trabalhadores, condomínios ou universidades apresentam maior potencial para esse tipo de serviço”, pontua. Para Perez, o contato direto com o público das periferias exige estratégias como uso de redes sociais locais, parcerias com influenciadores e ações presenciais para consolidar uma boa reputação.
Na Capital - Para quem acha que o modelo só funciona no centro, a prática prova o contrário. Nos bairros Rita Vieira e Vila Nasser, o casal Gislaine Landvoigt dos Santos e João Paulo Biasin Capelari, proprietários da Sem Varal Lavanderia, exemplifica esse movimento.
Em operação desde 2022, as unidades atendem um público diversificado, que inclui homens solteiros, universitários, jovens profissionais e famílias. “A aceitação tem sido excelente, e nosso retorno financeiro acompanha o crescimento constante do fluxo de clientes”, relata Gislaine, que idealizou o negócio após enfrentar problemas de saúde que a impediram de realizar tarefas domésticas.
Para o casal, o modelo também traz vantagens na gestão, com maior flexibilidade e possibilidade de expansão. “É gratificante liderar um negócio que ajuda a transformar os hábitos de consumo da cidade, oferecendo soluções modernas que economizam tempo e melhoram a qualidade de vida”, afirma João Paulo.
Ao invés de investir no centro, o casal justifica a escolha de abrir uma unidade na Avenida Tamandaré, na Vila Nasser. "Foi por conta da localização e o trajeto que une a vários bairros no momento de ida para o trabalho no retorno para a casa, e por função da presença da universidade e também por ser uma região que esta em momento de expansão com a vinda de vários condomínios", explica o casal.
Outro exemplo é a Jupter’s Lavanderia, inaugurada em maio de 2024 na Galeria do Mercado Duarte, na região da Vila Piratininga, com funcionamento 100% autônomo e sem funcionários. Zenildo Jupter da Silva Junior, proprietário, conta que a inspiração veio de uma viagem a Curitiba, onde conheceu o sistema em um hotel. Na situação dele, o negócio tem se pagado desde o início, cobrindo custos como aluguel e produtos, mas o retorno financeiro ainda está abaixo da expectativa.
“A aceitação tem sido maravilhosa, com muitos elogios à praticidade, economia e até ao cheiro das roupas. Mas acredito que a consolidação depende de tempo e mudança de hábito.”, diz o empresário.
A gestão do negócio é familiar, com a esposa cuidando das finanças e a filha das redes sociais. Quanto ao futuro, Zenildo planeja abrir novas unidades após análise de viabilidade, especialmente em bairros mais afastados, que possuem grande potencial e também valores mais acessíveis para o aluguel. Ele acredita que o modelo traz benefícios para a saúde e qualidade de vida, ao reduzir o esforço e o tempo dedicados às tarefas domésticas.
A tendência de crescimento das lavanderias de autoatendimento em Campo Grande faz parte de uma mudança mais ampla, envolvendo adaptação cultural, inovação e novas formas de consumo. Conforme reforça Yago Perez, “o modelo tem potencial de longo prazo, desde que mantenha inovação constante e se adapte às necessidades locais”.
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