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Cidades

Pecuarista assassinada cobrava R$ 5,2 milhões da irmã na Justiça

Irmã foi acusada por funcionárias de encomendar um "susto" contra pecuarista que acabou morta

Jéssica Benitez | 29/07/2022 16:25
Andreia e o pai Ocídio Pavão Flores (Foto Reprodução)
Andreia e o pai Ocídio Pavão Flores (Foto Reprodução)

Suposta briga por “gados e terras”, citada em depoimento de funcionárias envolvidas no assassinato de Andreia Aquino Flores, pode ser a que motivou ação judicial que a pecuarista movia contra a irmã, cobrando cumprimento de acordo no valor de R$ 5,2 milhões.

À polícia, Jéssica Neves Antunes, filha de Lucimara Rosa Neves, ambas empregadas da vítima, garantiu que a irmã ofereceu R$ 50 mil para que mãe e filha dessem “um susto” em Andreia e, assim, a fizessem assinar documento relativo a um acordo em envolvia gado.

O entrave judicial entre as duas trata justamente sobre isso e deveria ter sido sanado no último dia 20, quando a irmã teria de entregar à Andreia 1.791 cabeças de gado avaliadas em R$ 5,5 milhões.

Entenda - Na ação, que corre em Ponta Porã, sentença de abril de 2021 obrigava a irmã a entregar 33,3% do rebanho de uma das fazendas da família. O gado teria sido remanejado do local por ela e não entregue à Andreia.

O processo de cobrança foi protocolado em março deste ano, data em que, segundo a defesa da pecuarista, a questão ainda não havia sido resolvida. O acordo não cumprido era fruto do espólio do pai de ambas, Ocídio Pavão Flores, morto em janeiro de 2013 vítima de infarto. Dias depois, juiz Adriano da Rosa Bastos ordenou que a irmã fosse intimada a cumprir sentença a favor de Andréia, sob risco de busca e apreensão.

De março a maio a Justiça tentou notificar a irmã, por duas vezes, porém sem sucesso, então a defesa de Andreia pediu novamente que as reses fossem confiscadas por força policial. No fim de maio, o juiz Vladimir Abreu determinou que a intimação fosse feita ao advogado da irmã cobrada.

Em 10 junho novo acordo foi assinado entre ambas as partes para que a entrega do gado fosse feita dentro de 100 dias, sendo que Andreia falaria em qual local receberia as rebanho, devidamente nutrido, vacinado e em bom estado de saúde. No dia 8 de agosto ocorreria audiência para avaliar novamente a situação.

No último dia 20, a defesa da irmã alegou que o local de entrega do gado foi modificado. No mesmo dia, Andréia deu a possibilidade de receber em dinheiro, totalizando R$ 5,2 milhões. Em 26 de julho, dois dias antes do assassinato, Andreia contestou a informação acerca do endereço estar modificado, mas, atendendo pedido da irmã, deu mais sete dias para que a entrega das reses ocorresse, findando, conforme combinado, no dia 25 de setembro.

Por fim, antes do dia da morte, Andreia enviou áudio para o seu advogado explicando que precisaria preencher uma autorização e reconhecer em cartório e perguntou se o gado seria enviado “hoje ou amanhã”.

Nesta quinta-feira (28), horas depois da morte da cliente, a defesa pediu que a ação seja suspensa até que o filho da pecuarista, ainda menor e seu único herdeiro, apresente novo advogado.

O Campo Grande News tentou informações com advogada da família, que disse que não repassaria novas informações.

O nome da irmã não será divulgado porque, até o momento, não há evidências contra ela.

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