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Cidades

Agentes fazem boletim de ocorrência por ameaças do PCC

Redação | 13/07/2009 14:00

Três agentes penitenciários estaduais registraram boletim de ocorrência na sexta-feira passada dizendo terem recebido ameaça de morte do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Os agentes, que terão os nomes preservados por questões de segurança, disseram à Polícia que foram informados que estão na mira da facção criminosa.

Um foi informado pela própria Agepen (Agência Estadual de Administração Penitenciária).

Outro, conforme boletim de ocorrência, recebeu na caixa de correio uma "carta", manuscrita e com colagens de jornais, com os seguintes dizeres: Agente penitenciário é morto; O PCC hoje quer a cabeça de agente; Como resolver o problema? Só a morte; PCC faz justiça: mata!; Agente pen. Morreu. Na "carta" há ainda fotos de Marcelo Camacho, o Marcola, líder da facção.

A reportagem do Campo Grande News apurou que os agentes que dizem ser alvos do PCC têm em comum o trabalho no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). Apesar de não atuarem mais juntos, quando os três estavam na unidade, faziam relatórios sobre presos suspeitos de integrar a facção dentro do presídio.

Em dezembro de 2008, durante motim no IPCG, foi revelada a tentativa do PCC de entrar na unidade. Presos que não aceitam o poder da facção se revoltaram na véspera de Natal para expulsar os integrantes do "partido" do Instituto Penal.

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Fernando Anunciação, confirmou que os agentes estão sendo ameaçados de morte e que irá pedir segurança para eles. Anunciação disse que deve tratar do assunto ainda esta semana com o secretário de Segurança, Wantuir Jacini.

A Agepen informou apenas que o caso será investigado pela Polícia Civil.

O autor O autor das ameaças é apontado como Anderson Santos Barbosa, 28 anos, conhecido como "Tim Maia". Em novembro de 2004 Anderson foi preso por roubo. Saiu da prisão, mas foi preso novamente em novembro de 2006, dessa vez por tráfico de drogas.

Ele conseguiu progressão para o regime semi-aberto e em 18 de abril deste ano fugiu da Colônia Penal Agrícola. Em junho foi expedido mandado de prisão contra ele.

Mortes - Assassinado a tiros na frente da esposa no fim do mês passado, Emerson Pereira de Oliveira, 31 anos, era tido também como alvo do PCC. Ele teria recebido diversas ameaças.

Emerson estava de licença médica porque quebrou as pernas ao pular de um dos pavilhões do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), na rebelião ocorrida na véspera do Natal do ano passado. Ele disse que pulou porque estava com medo de represálias do PCC.

Há seis meses conseguiu progressão de pena e foi transferido para o semi-aberto urbano. Ele não foi para a Colônia Penal Agrícola devido às ameaças de morte. Emerson também era apontado como informante da Agepen dentro do IPCG.

A facção também é apontada como responsável pela morte de Fabrício Flor da Silva, 33 anos, ocorrida dia 31 de maio deste ano, quando saía da Colônia Penal Agrícola.

O PCC também estaria por trás da morte de Antônio Carlos da Silva Oliveira, 41 anos, o Cabrinha encontrado morto no dia 06, na madrugada, no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Este foi o terceiro caso de assassinato ocorrido no local somente este ano.

Lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) de São Paulo mandaram a Mato Grosso do Sul um integrante intitulado "corregedor", que veio ao Estado com toda estrutura do grupo para cobrar "dívidas" dos membros. Os que não quitarem seus débidos serão mortos, dentro ou fora dos presídios.

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