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Capital

"O policial sabe nossos caminhos e por isso está bem escondido", diz delegado

Graziela Rezende e Viviane Oliveira | 14/04/2014 12:16

A investigação ainda não tem pistas do policial civil aposentado Carlos Roberto Cerqueira, 56 anos, que assassinou há 21 dias, em Campo Grande, o vizinho Rodrigo José Rech, 31 anos. Segundo o delegado Weber Medeiros, da 2ª Delegacia de Polícia, existem muitas informações sobre o paradeiro do autor.

“Por ter sido policial civil, ele sabe exatamente os caminhos que a investigação procura para prendê-lo e por isso deve estar bem escondido, além de contar com a proteção de familiares. Sobre o seu paradeiro, verificamos que ele possivelmente esteve em São Paulo, no Mato Grosso, Ponta Porã e agora estaria em território paraguaio”, afirma o delegado.

A investigação, segundo o delegado, está utilizando diversos meios e conta com o apoio da Interpol (Organização Internacional da Polícia). “Também estamos mantendo contato com o advogado do autor e solicitando a sua apresentação. Infelizmente, temos aqui apenas três policiais para cuidar de uma delegacia que atinge 150 mil pessoas”, avalia o delegado.

Indignação – Os parentes da vítima, que participaram de um protesto contra a violência neste final de semana, se dizem indignados. Irmão de Rodrigo, Roberto Reck, 29 anos, fala que todos aguardam Justiça.

“O policial continua solto enquanto nós estamos com medo de sair de casa. O filho dele, que também participou do crime, deveria responder como co-autor e pelo que sei não será responsabilizado. A Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) deve olhar com atenção e resolver este problema”, comenta Roberto.

Quem tiver informações pode ligar para o 190 ou (67) 3356-5351. As informações serão mantidas sob sigilo.

Antiga rixa – Rech foi executado com quatro tiros. Segundo o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), a vítima foi atingida por três disparos na cabeça e um no peito.

A briga entre as duas famílias teve início em 2007, quando um abaixo assinado contra a perturbação do trabalho e do sossego foi apresentado na polícia. Ao todo, até o dia da morte de Rech, foram 34 boletins de ocorrências registrados.
Um acusava o outro de ameaça, dano, perturbação e outros. Em 2007, foram dois registros. Em 2008, apenas um. Em 2009, também só um boletim foi confeccionado. Já em 2012 foram três registros. Em 2010, esse número subiu para 10. Esse ano, 2014, até o momento da morte, foram 17 boletins de ocorrências: oito registrados em janeiro, quatro em fevereiro e cinco em março.

Acusado – O investigador da Polícia Civil Carlos Roberto foi aposentado em 18 de abril de 2000 por problemas mentais. Ele é vítima de esquizofrenia. A arma que ele utilizou no crime era particular. Vizinhos relataram que Carlos Roberto tinha problemas com vários moradores do Monte Castelo. Ele era conhecido pelo apelido de Pit Bull por ser ríspido e hostil com todas as pessoas.

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