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Capital

Almoço do Dia das Mães dá lugar a distância, saúde e aceitação do isolamento

Filhos vão passar dia longe da mães, que aceitam a situação e prezam pela saúde em tempos de pandemia

Rosana Siqueira e Maressa Mendonça | 10/05/2020 12:12
A doceira Miralva diz que depois que passar pandemia poderão se abraçar (Paulo Francis)
A doceira Miralva diz que depois que passar pandemia poderão se abraçar (Paulo Francis)

Distância, saúde e aceitação. Estas serão as três palavras mais pronunciadas hoje na casa de muitas mães espalhadas por Campo Grande. Em residências onde o Dia das Mães era sempre motivo e festa e reunião, numa mistura de cheiros, vozes e risos, hoje reina a calmaria, a tranquilidade e o silêncio. Almoços individuais, ou com número restrito de pessoas, são realidade nesta época de covid-19. Pelo menos foi o que comprovou a reportagem do Campo Grande News hoje ao percorrer bairros como o Jardim Bonança e o Tijuca. Nestes locais pouca gente no portão e a maioria das casas fechadas, são sinais de que a vida mudou para muitas famílias.

É o caso da família da doceira, Miralva Silva Florentino,de 63 anos. Com dois filhos , ela está acostumada a passar a data sempre com eles. No entanto este ano será impossível, por conta do isolamento já que a filha que mora com ela, é enfermeira e está de plantão. Já o filho mora no Jardim Panorama, que fica distante. “Ele não tem como vir. Então achamos melhor encontrar “momento de sossego”. Se prevenir mesmo, evitar aglomeração. Depois vamos nos encontrar, se beijar e se abraçar muito, mas por enquanto o contato será só por telefone”, salientou.

Quem também não vai ver parentes este ano é Dalva de Souza Vieira, 73 anos, tem 5 filhos 3 netos e bisnetos. Ela conta que todo ano era tradição reunir. “Meus filhos dizem que vão passar de longe para dar um oi. O almoço não terá. Fiz apenas para mim uma costelinha, arroz, mandioca e vagem. Almoço com a família não teremos”, afirmou.

Dalva di que ia almoçar sozinha mas que está conformada (Paulo Francis)
Dalva di que ia almoçar sozinha mas que está conformada (Paulo Francis)

Dalva conta que esta é a primeira vez na sua história como mãe que passa sozinha. “Estou conformada, saúde em primeiro lugar”, destaca, afirmando que na casa toma todas as medidas de prevenção que incluem uso de máscaras, idas rápidas ao mercado, limpeza e lavagem das roupas quando chegar das ruas.

Olavo Nunes, funcionário público que hoje vai reunir com a mãe tomando precauções (Paulo Francis)
Olavo Nunes, funcionário público que hoje vai reunir com a mãe tomando precauções (Paulo Francis)

Distanciamento -A família do funcionário público Olavo Nunes, 53 anos, deve ter uma reunião com distanciamento e apenas os 9 filhos com a mãe. Antes a comemoração chegava a reunir 45 pessoas. “Como minha mãe faz aniversário dia 15 de maio era comum a gente fazer um almoço junto com o Dia das Mães para celebrar”, salientou. Neste ano no entanto, a mudança do isolamento restringiu os convidados aos filhos apenas, sem noras e netos. “Seremos apenas os filhos para vê-la, tomando precauções. Os nossos filhos, noras e netos cada um com suas mães. Desta maneira afastados será mais mais tranquilo para se proteger sem magoar ninguém”, concluiu.

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