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Capital

Após morte, Saúde avalia mudança em procedimentos sobre escorpião

Marta Ferreira | 31/10/2011 17:19
Escorpião amarelo fez as primeiras vítimas conhecidas este ano em Campo Grande. Uma delas morreu. (Foto: Pedro Peralta)
Escorpião amarelo fez as primeiras vítimas conhecidas este ano em Campo Grande. Uma delas morreu. (Foto: Pedro Peralta)

Após a morte de uma menina de 2 anos, na semana passada, vítima de picada de escorpião, a Secretaria de Saúde de Campo Grande estuda mudança nos procedimentos adotados quanto à prevenção e ao atendimento dado às vítimas. O secretário Leandro Mazina informou hoje ao Campo Grande News que até o fim desta semana se reúne com o pessoal da área para discutir informações que estão sendo levantadas, entre elas o mapeamento das áreas onde o aracnídeo têm sido encontrado.

O escorpião que provocou a morte da menina Maria Eduarda, que completaria 3 anos hoje, é do tipo popularmente conhecido como amarelo gigante. Cientificamente é denominado de Tityus serrulatus e começou a ser encontrado na cidade em 1998.

Só este ano, porém, apareceram os primeiros casos de ataques, nenhum deles fatal até a quarta-feira passada, quando Maria Eduarda levou 3 picadas na mão na casa onde morava, no bairro São Francisco, e morreu 18 horas depois. Ela recebeu o soro antiveneno, mas tarde demais, segundo reclamaram os pais.

O soro foi ministrado cerca de 3 horas após a picada. A menina sofreu paradas cardiorrespiratórias e hemorragia pulmonar, dado o efeito do veneno.

A família reclamou da demora na aplicação do soro e também do atendimento dado pelo Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência), que não fez o transporte da criança até a unidade de saúde do bairro Coronel Antonino, onde ela chegou meia hora depois de ser picada, já com fortes dores e vômito.

Alerta geral A tragédia com a menina assustou a comunidade e provocou reclamações contra os procedimentos adotados e a falta de orientação da população sobre o combate ao escorpião. Moradores disseram ao Campo Grande News que encontram frequentemente escorpiões e que, mesmo chamando o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), os animais não são recolhidos.

No próprio meio médico, a morte inédita até então, provocou comoção e revelou que há uma situação nova a ser tratada.

“Em medicina precisamos fazer o diagnóstico para depois definir o tratamento”, comparou o secretário de Saúde, sobre a avaliação que está sendo feita.

Para o responsável clínico do Civitox (Centro de Vigilância em Toxicologia), Sandro Benites, os protocolos de atendimento usados são os mesmos de outros países, incluindo a orientação de levar a vítima para a unidade de saúde mais próxima, como foi feito com Maria Eduarda.

O que precisa mudar, na avaliação dele, é a postura dos profissionais de medicina, ao identificar a gravidade do caso e encaminhar o paciente vítima de picada de escorpião para receber o soro antiveneno.

Benites explica que antes de começarem as notificações de picadas do escorpião amarelo gigante, os casos de picadas do tipo menos agressivo do aracnídeo, o Tityus Confluens, não eram nem notificados ao Civitox, de tão corriqueiros.

Esse tipo de escorpião provoca dores intensas no local, mas não é peçonhento, diferente do tipo que atacou Maria Eduarda. Após o que aconteceu com ela, conforme Sandro Benites, o número de notificações cresceu. “No sábado foram pelo menos 7”.

Como faz?- Para quem se pergunta o que fazer tanto para evitar a presença dos escorpiões tanto no caso de ser vítima, o médico dá as orientações.

Segundo ele, a prevenção é, como sempre, o melhor caminho. “É preciso manter o quintal limpo, livre de entulho, sem mato e com a grama baixa, sempre”.

Sandro Benites ensina uma forma rápida e barata de proteger a casa dos escorpiões: jogar água sanitária nos ralos, do banheiro, da pia da cozinha.

Ele faz um alerta: inseticidas não resolvem, pois os bichos são resistentes a eles, preparados para matas outros tipos de animais. “Pode até piorar, pois apenas deixam os aracnídeos nervosos”

Em caso de picada do aracnídeo, o médico recomenda levar a vítima à unidade de saúde mais próxima. O sintoma mais comum é a dor no local, mas também haver ânsia e vômito, além de dor abdominal forte e insifuciência respiratória, manifestação típica dos casos mais graves.

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